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Arcadegeddon: vale a pena?

Gameplay leve, divertido e frenético são as características principais do jogo de ação em 3ª pessoa

por Raphael Batista
Arcadegeddon: vale a pena?

Lançado na última semana, mas em Early Access desde 2021, Arcadegeddon traz uma mistura frenética de combate com ênfase na jogabilidade cooperativa e com modos de jogo PvP. O título não esconde que a diversão é o principal foco e, por isso mesmo, não está preocupado em narrar uma história envolvente. A premissa básica é: corra, atire e suba de nível.

Por mais que o gameplay funcione corretamente e tenha momentos divertidos, Arcadegeddon possui pouca motivação para o jogador continuar engajado e os limitados conteúdos podem desinteressar rapidamente.

É provável que a Illfonic e a Epic Games já tenham muitas novidades programadas, mas fica um gostinho de “esperava mais”.

O que é Arcadegeddon?

Arcadegeddon é um videogame, mas não é do jeito que você está pensando. Não estamos falando do título criado para PlayStation, Xbox e PC, mas sim, do game feito por Gilly nesse universo fictício. No lançamento de Arcadegeddon, a megacorporação Fun Fun Co. inseriu um vírus que corrompeu os dados e cabe ao sobrinho de Guill, controlado pelo jogador, entrar nesse multiverso da loucura para erradicar os intrusos.

O enredo é tão simples que a própria Illfonic não está preocupada em desenvolver os personagens, até porque a missão do protagonista – completamente personalizável – é conversar com os NPCs para receber desafios e missões secundárias, entrar no Arcadegeddon para cumprir as tarefas, entregar as quests finalizadas e recrutar os NPCs para ajudar no combate contra a megacorporação. Isso acontece durante o gameplay inteiro.

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Na história, os jogadores devem cumprir desafios para recrutar aliados a fim de salvar o Arcadegeddon e é isso do início ao fim. Fonte: captura de tela.

É curioso como o jogador fica desinteressado pela história do mesmo jeito como o modo Salve o Mundo de Fortnite. Embora haja um universo construído e as consequências das ações do protagonista, o jogador está mais interessado em participar das partidas e sobreviver aos caos das partidas.

Então corta para ação

A diversão está garantida na hora das partidas porque o jogador, sozinho ou acompanhado com até mais dois amigos, podem entrar nas partidas para sobreviver até onde aguentarem. Arcadegeddon é como uma espécie de roguelike: a partida começa e conforme os níveis são superados, então a dificuldade aumenta e a sessão só acaba quando todos morrem ou quando decidem encerrá-la.

A partida pode durar 10 minutos ou pode durar horas, isso depende exclusivamente das habilidades ou da escolha do jogador. Conforme os níveis vão aumentando, novas variações de inimigos surgem e a boa diversidade dos mapas contribui ainda mais para a diversão não cair na repetitivdade.

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A ação e a diversão são momentos contínuos no game. Fonte: captura de tela.

Ainda é possível enfrentar um chefão, mas o game só possui quatro vilões especiais. Para quem busca desafios maiores, essas batalhas especiais exigem equipamentos mais fortes, obtidos ao encontrar espólios melhores, e uma movimentação perfeita para não sofrer danos críticos.

É um jogo bem divertido graças a boa quantidade de armas, com efeitos e ataques muito diferentes – como lança-serras, energizadores ou lança-misseís – e as habilidades especiais dão um toque especial no gameplay, podendo ativar uma bola de fogo, buraco negro ou invocar ajudantes poderosos. Os poderes são desbloqueados com os níveis de experiência obtidos aos finais da partida, dando ao jogador o interesse de desbloquear essas skills poderosas.

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Há uma grande variedade de armas – todas elas adaptadas para o DualSense – e ainda há opções de habilidades especiais. Fonte: captura de tela.

As mecânicas de atirar, correr, pular e explorar os cenários são bem fluidas. Tudo acontece no meio de combates frenéticos contra os inimigos e a desenvolvedora ainda inseriu mini-games de PvP para quem joga com os próprios amigos no esquadrão. São desafios de mata-mata ou de sobrevivência do estilo Fall Guys, algo bem criativo e muito hilário.

Nas partidas, Arcadegeddon realmente se destaca como uma ótima experiência. É leve, descompromissada, bem-humorada, diversificada e muito bem produzida – vale até um destaque para os gatilhos e a resposta tátil do DualSense que funcionam a pleno vapor com as diferentes armas e efeitos visuais. Contudo, ao encerrar a partida, aparecem os problemas de Arcadegeddon.

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Os chefões trazem desafios adicionais e bem emocionantes para as partidas. Fonte: captura de tela.

Falta motivação

Embora o gameplay em si seja divertido, o jogador não se sente motivado a continuar porque a história é pouco envolvente, as recompensas são limitadas e os cosméticos desbloqueáveis não são nada atraentes. O jogador pode se sentir motivado em buscar altas pontuações para aparecer no quadro de líderes ou platinar, mas é só isso.

Talvez esse seja o grande dilema de games que possuem elementos roguelike: a possível sensação de desperdício de tempo. Afinal, quando as partidas acabam, o jogador perde as armas encontradas, a pontuação feita e todo o progresso da fase. Arcadegeddon até tenta amenizar o problema disponibilizando outros equipamentos iniciais, mas mesmo assim, há poucas recompensas que motivem os jogadores.

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As recompensas e a sensação de progressão são elementos fracos dentro do game. Fonte: captura de tela

Outros jogos ensinaram como contornar a sensação de fadiga. Por exemplo, Hades intrigava o jogador pela narrativa e pela notória evolução do personagem e, consequentemente, zerar mais de uma vez não cansava – mesmo não tendo uma variação de inimigos tão grande. Agora, em Arcadegeddon, as recompensas, os cosméticos e a própria história não são o suficiente para jogar, jogar e jogar.

Claro que a Epic Games e a Illfonic já devem possuir um plano de ação para disponibilizar mais conteúdos e, possivelmente, veremos novidades interessantes que podem mudar drasticamente o sentimento de Arcadegeddon. Até porque, assim como Fortnite, o sucesso é construído por etapas.

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Novos conteúdos ainda devem chegar. Fonte: captura de tela.

Arcadegeddon: vale a pena?

Arcadegeddon vale a pena sim, ainda mais em razão do título estar disponível gratuitamente como um dos jogos mensais do PlayStation Plus. Graças à ação, os servidores possuem jogadores ativos o tempo todo para fazer o matckmaking nos modos cooperativos e competitivos.

A experiência fica melhor com o grupo fechado com três jogadores e a jogabilidade do tiroteio funciona perfeitamente. É um título recomendado para os dias estressantes em que o videogame pode ser um refúgio muito divertido.

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Os momentos PvP são muito divertidos com fases e desafios variadas. Fonte: captura de tela.

Infelizmente, para quem é mais do tipo lobo solitário, o gameplay solo não é tão atrativo justamente pela experiência de fadiga que acontece com poucas horas. As recompensas, os cosméticos e a experiência ficam pouco atrativas e bem repetitivas.

Arcadegeddon possui o potencial de se tornar um fenômeno do ano justamente pelo seu estilo leve, de fácil aprendizagem e pelo gameplay divertido. Resta-nos esperar para ver como a Epic Games e a Illfonic tratarão o game para os próximos meses.

Veredito

Arcadegeddon
Arcadegeddon

Sistema: PlayStation 4 | PlayStation 5

Desenvolvedor: Illfonic

Jogadores: 1-3

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72 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gameplay frenético
  • Variedade de inimigos e fases
  • Vários modos de jogo
Desvantagens
  • Pouco conteúdo
  • Ausência de recompensas e progressão
Raphael Batista
Raphael Batista
Publicações: 7.024
Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.