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EA expõe tensões com FIFA e acusa marca de ‘impedir’ renovação da série

Executivo da EA afirma que único valor da FIFA são as "quatro letras dentro da caixa"

por André Custodio
EA expõe tensões com FIFA e acusa marca de 'impedir' renovação da série

Em matéria especial publicada pelo New York Times, foi confirmado um alto nível de desgaste no relacionamento entre Electronic Arts e FIFA. Segundo o executivo da publisher, Andrew Wilson, a entidade esportiva estaria gerando entrave nas negociações e impedindo uma renovação na série de jogos ao negar a expansão para “ecossistemas digitais mais amplos”.

A troca de farpas entre as marcas vem se fortalecendo significativamente desde 2021, quando a EA deixou claro a intenção de não continuar os acordos contratuais com a entidade de futebol. De acordo com fontes da empresa, os desejos da FIFA de receber o dobro em direitos autorais nos próximos dez anos — cerca de US$ 2,5 bilhões — acenderam uma fogueira que parece não amenizar.

Agora, os novos contornos da história vieram diretamente de uma declaração do Andrew Wilson, que não mediu palavras e partiu para a ofensiva contra as demandas da FIFA. Segundo ele, uma iminente separação poderia beneficiar a Electronic Arts, jogadores e os resultados da empresa, evitando a imposição de mais restrições oriundas de termos de licença excessivos.

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Andrew Wilson, CEO da Eletronic Arts

Leia abaixo alguns trechos do comunicado de Andrew Wilson, em resposta à questão sobre um provável rompimento com a FIFA.

Vou ser mais aberto… Mais aberto do que fui com o mundo exterior. Tivemos um ótimo relacionamento com a FIFA nos últimos 30 anos. Criamos bilhões em valor… É simplesmente enorme. Criamos uma das maiores propriedades de entretenimento do planeta.

Basicamente, o que recebemos da FIFA em um ano sem Copa do Mundo são as quatro letras na frente da caixa, em um mundo onde a maioria das pessoas nem vê mais a caixa porque compra o jogo digitalmente.

Em um ano de Copa do Mundo, é claro, temos acesso à Copa do Mundo, mas no contexto mais amplo do futebol global em uma base anualizada, a Copa do Mundo é importante, mas não é a mais importante. Temos outras 300 licenças que nos dão o conteúdo com o qual nossos jogadores se envolvem mais e mais profundamente.

Durante as declarações, Wilson mostrou-se preocupado com o agravamento da história em ano de Copa do Mundo. Possivelmente, isso tem relação com decisões importantes na cúpula, já que a entidade supostamente pretende lançar a edição 2023 com os torneios masculinos e femininos, enquanto vê o acordo contratual de dez anos se encerrar após o evento no Catar.

Nossos jogadores nos dizem que querem marcas mais culturais e comerciais relevantes para eles em seus mercados, mais profundamente enraizadas no jogo… Marcas como a Nike. Mas, como a FIFA tem um relacionamento com a Adidas, não podemos fazer isso.

Nossos jogadores nos dizem que querem mais modos de jogo, coisas diferentes além do 11 v 11 e diferentes tipos de jogabilidade. Eu diria a vocês, tem sido uma luta para que a FIFA reconheça os tipos de coisas que queremos criar, porque eles dizem que nossa licença cobre apenas certas categorias.

Nossos jogadores querem que nos expandamos para o ecossistema digital de forma mais ampla… Nossos fãs estão nos dizendo que querem que participemos desse espaço.

Nossa licença da FIFA na verdade nos impediu de fazer muitas dessas coisas. Novamente, FIFA é apenas o nome na caixa, mas eles impediram nossa capacidade de nos ramificar nas áreas que os jogadores desejam.

No momento, Andrew Wilson não descarta completamente uma renovação e visa continuar como bom parceiro do órgão futebolístico. E apesar de não estar convencido e suspeitar da concordância dos novos termos propostos, sua equipe mantém conversas com o presidente Gianni Infantino.

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“Como poderemos trabalhar com mais parceiros, poderemos construir mais modos de jogo, poderemos expandir de forma mais profunda e ampla nos ecossistemas digitais em torno do futebol e, mais do que tudo, seremos capazes de nos mover muito, muito rápido”, conclui o CEO.

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