The Witness: Vale a pena?
Puzzles, muitos puzzles, essa é a proposta principal de The Witness. O jogo que se passa em uma belíssima ilha, com cenários e cores que saltam aos nossos olhos, faz tudo ser ainda mais intenso e imersivo por ser em primeira pessoa.
Criado pelo desenvolvedor independente, Jonathan Blow da Tekla Inc. (mesmo produtor do aclamado Braid), o jogo traz belas paisagens que podem nos ludibriar e, por um momento, repassar a impressão de que se trata de um jogo indie comum e simplista. Felizmente as aparências enganam e The Witness pode ser muita coisa, menos fácil e comum.
A história, para onde ir, quem somos e o que estamos fazendo ali são verdadeiros mistérios. Tudo o que sabemos é que em vários cantos dessa ilha estão espalhados cerca de 700 puzzles que farão nosso cérebro fritar.
Uma proposta diferente das que conhecemos
Tudo começa em um corredor escuro, com uma porta. Logo as primeiras perguntas borbulham na mente: Onde estou? Quem sou? Para onde tenho que ir? Diferente dos jogos que possuem história e personagens elaborados, The Witness tem foco em realizar os mais diferentes e variados puzzles.
O título se passa em uma ilha deserta que é composta por 10 áreas diferentes. The Witness traz paisagens incríveis que se diferem por clima, vegetação e outras características. Ao percorrer as áreas, encontram-se os diversos painéis.
Estes contém “quebra-cabeças”, que possuem lógicas diferentes para serem resolvidos. Não há qualquer tipo de tutorial, legendas ou orientações, mas os puzzles em The Witness dispensam explicações enfadonhas, pois são completamente intuitivos.
Diversas vezes a solução para determinados painéis está nas próprias paisagens, como as rochas, árvores ou ilustrações do cenário. Por isso, para se dar bem é necessário também estar atento às “referências” ao nosso redor.
Visual
As paisagens em The Witness são magníficas! As cores são sempre muito quentes e vivas por todos os cantos da ilha. As árvores, a areia, a água e o gramado se destacam em uma composição de cores ricas aliadas às belas ilustrações que compõem o cenário.
Em cada área da ilha, encontramos cenários diferentes que vão de floridos pomares à uma espécie de deserto, e, mesmo sendo áreas tão diferentes entre si, casam graciosamente com cada parte do cenário e na construção do mesmo em um todo.
A composição de cores e sombras mostram o quão cuidadosos foram os desenvolvedores em proporcionar a exata dose de imersão, muito em virtude da visão em primeira pessoa.
As paisagens não são estáticas: é possível notar o balançar das árvores, flores e gramados e o movimento das águas em um riacho ou cachoeira.
Efeitos sonoros
The Witness não tem uma trilha sonora, ou mesmo músicas de fundo, mas é rico nos efeitos sonoros. Ao andarmos, nossos passos produzem sons de acordo com cada ambiente: locais abertos, fechados, gramados ou concreto, por exemplo.
Os sons ambientes também podem ser ouvidos com clareza como o vento ou mesmo o correr das águas em uma cachoeira.
Nos painéis dos puzzles, os efeitos sonoros aliados aos visuais são cruciais para entendermos o que precisa ser feito, acertos ou erros.
Jogabilidade
The Witness é um jogo que envolve puramente lógica, dessa forma dispensa tutoriais. Em cada área encontramos painéis diferentes que utilizam diversos elementos de lógica para serem resolvidos.
A câmera no jogo funciona de forma semelhante aos demais títulos de primeira pessoa: utilizando os dois analógicos do DualShock 4. Ao se aproximar de um painel, basta pressionar “X” para que o cursor se posicione sobre ele permitindo interagir e resolver.
Muitas das vezes, o próprio cenário mostra referências de qual lógica deve ser utilizada para resolver determinado painel. Outros, possuem a forma de solução “escondidas” atrás de portas ou simplesmente envolvem a simetria, ligar ou isolar pontos para serem solucionados.
Algo bastante interessante é o nível de dificuldade do jogo: em cada área podemos encontrar mais de uma lógica necessária para se resolver determinados painéis, e o nível de dificuldade e complexidade aumentam na medida em que mais puzzles são resolvidos.
Outro ponto forte do jogo é a não linearidade: pode-se ir onde quiser a qualquer momento, principalmente se “empacar” em algum painel. Em momentos como este, explorar outros lugares, resolver outros quebra-cabeças ou mesmo dar uma pausa para admirar as paisagens, podem ajudar a clarear os pensamentos.
Considerações Finais
The Witness é um título que sai da linha tradicional de personagens envolvidos em uma trama ou de um indie simples, clichê ou fácil.
A proposta de aliar puzzles das mais variadas dificuldades com um cenário amplo, bonito e com ambientes diferentes a serem explorados em primeira pessoa, garantem uma maior imersão e interesse por parte dos jogadores.
Por ser um título não linear, tem-se a liberdade para explorar onde e quando quiser, garantindo que não se torne cansativo ou mesmo enjoativo.
Atendendo bem ao que se propõe e com uma grande quantidade de conteúdo, The Witness é recomendado para àqueles que gostam de verdadeiros desafios e jogos que saem da mesmice.