Assassin’s Creed Valhalla: vale a pena?
Valhalla é um "suco de Assassin's Creed", representando bem sua evolução nessa geração
Assassin’s Creed Valhalla pode ser considerado o ápice da evolução da franquia desde o lançamento de Origins no final de 2017. Do Egito, passando pela Grécia e chegando às terras nórdicas e inglesas, a série da Ubisoft se transformou. Se adaptou. Buscando referências, tanto na sua própria história como também em outros sucessos, da própria Ubi e de outras companhias.
E a jornada de Eivor coroa esse trabalho. Com tudo o que Assassin’s Creed pode oferecer de melhor. Enredo bacana, novas possibilidades de gameplay (menos sidequests bobas e mais missões significativas), um nível bacana de personalização, e uma aula de ambientação nos cenários. Em 2018, Odyssey foi indicado a algumas categorias no The Game Awards, e é provável que isso se repita agora.
Não é difícil entender os motivos para essa ser uma franquia tão bem sucedida não só nos games, como também em livros, no cinema (tá, nem tanto) e prestes a virar série na Netflix. A relação entre futuro e passado, as referências históricas, a imersão, as histórias com várias reviravoltas, a construção do seu personagem…
Suco de Assassin’s Creed
As primeiras impressões que tivemos de Assassin’s Creed Valhalla, quando testamos o game no Ubisoft Forward, se confirmaram. Ele é um título mais robusto do que Origins e Odyssey em termos de customização e jogabilidade, aprimorando o que deu certo e dando uma nova cara ao que não era tão legal assim.
Eu tenho certeza que você já “cansou” de Assassin’s Creed em algum momento, principalmente por causa das suas sidequests repetitivas. Isso melhorou bastante. Agora, as missões parecem importar mais, ter maior sentido, sejam como parte da história principal, cujo foco é em Eivor, ou na parte do enredo que toca mais na Irmandade em si.
Inclusive, essa conexão entre as coisas é um dos pontos mais bacanas do jogo. Adicionando ainda um elemento místico, com a relação de Eivor com Odin, a forma como tudo se desenrola é bem interessante. Seja em termos de gameplay, com o jogador tendo que buscar fazer alianças com pessoas-chave de reinos próximos, ou na própria narrativa.
Diálogos são importantes, e principalmente, suas decisões – seja em simples conversas ou no que fazer numa determinada missão ou no mundo aberto. Mundo este que é exuberante. Visualmente e em termos de jogo mesmo. O mais legal de um Assassin’s Creed é só andar por aí, vendo o que você encontra – até um inimigo que está 50 níveis mais forte do que você te matar do nada.
As incursões, sejam em pequenos vilarejos só para pilhagem, ou nas grandes fortalezas, são incríveis. Você chegar com seu barco, tocar aquele “berrante” e chamar a tropa para invadir e sair quebrando tudo é super divertido. Mas também dá para ir no sapatinho, sempre escondido, pegando todo mundo de surpresa. A escolha é sua!
Assim como na hora da dificuldade e do gênero do personagem. Mulher, homem ou ficar mudando? O jogador que manda! Quer que sua exploração seja mais fácil, porém o combate desafiador? É possível. É um Você Decide da Idade das Trevas.
E é por isso que Valhalla brilha, tanto na exploração quanto no combate. São vários recursos que Eivor tem a seu dispor para coletar itens, fazer upgrades em seus equipamentos e até ir evoluindo o local onde seu povo está habitando. Nada tão inovador, mas é tudo muito bem-vindo nesse suco de Assassin’s Creed que é o mais novo game da saga, que está ainda mais voltada para o RPG.
O título também tem mini-games super divertidos, de repente, bebida e uma espécie de “card game” nórdico que é levemente complicado de pegar no início, mas vicia depois. E, claro, Eivor pode cavalgar, nadar, escalar, saltar de vários locais absurdos… Tudo aquilo que você já está cansado de ver em AC.
Só que isso também vale para o lado negativo da coisa. Os bugs, por exemplo, continuam. Personagem sumindo, fps caindo, passagens e locais que parecem acessíveis “travando”, falta de sincronia entre áudio e movimento da boca de quem está falando… Fora as telas com o loading extremamente demorado (vem, PS5!) e, obviamente, o grind excessivo.
Assassin’s Creed Valhalla: vale a pena?
Apesar de ser mais “natural” nas suas missões, e até mais divertido, Assassin’s Creed Valhalla ainda é longo demais e exige muito de uma pessoa que queira jogá-lo até o fim. Espere dezenas de horas. Bastante gente vai curtir, outros vão achar chato. É natural. Mas conteúdo, amigos, não falta. Seja agora, seja no futuro, com o passe de temporada já anunciado.
O preço pode assustar, por R$ 279,90 na versão padrão ou R$ 499,99 na Ultimate, mas é bom lembrar que ele tem upgrade gratuito para o PlayStation 5 e uma infinidade de atividades para você fazer. Portanto, se você curte esse estilo de jogo e/ou a franquia, o investimento pode valer à pena se couber no seu orçamento.
Assassin’s Creed Valhalla é um encerramento com chave de ouro para a saga na geração PlayStation 4. Agora, resta saber como será seu desempenho no PS5 – e, claro, seus sucessores na next-gen. Mas, sem dúvidas, a expectativa é grande, porque a Ubisoft conseguiu dar a volta por cima e levar a saga da Irmandade de volta ao lugar de onde ela nunca deveria ter saído.
Veredito
Assassin's Creed Valhalla
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Ubisoft
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- A tradicional ambientação incrível de Assassin's Creed
- História bacana, com ramificações interessantes
- Variedade de armas, skills, equipamentos e mais
- Passe de Temporada com mais conteúdo pro futuro
- Upgrade gratuito para o PS5
Desvantagens
- Os tradicionais bugs de Assassin's Creed
- Muitas telas de loading - e bem demoradas
- Grind pode se tornar chato com o passar do tempo