Pistol Whip: vale a pena?
Misto de Beat Saber e Superhot, FPS da Cloudhead Games é uma grata surpresa no PSVR
Você não vai achar muitos jogos mais divertidos do que Pistol Whip no PSVR. Até porque ele parece um “misto” entre dois dos melhores jogos da plataforma até agora, Superhot e Beat Saber. Os tiros, movimentos e inimigos têm clara semelhança com o primeiro, enquanto seu lado musical segue o estilo do segundo. E a combinação deu muito certo!
Especialmente porque o jogo te oferece uma liberdade bacana. Não tem história ou uma sequencia certa para fazer as missões. Você vai escolher a “cena” que quer jogar e cair pra dentro. Basta escolher de acordo com a duração e o estilo de música. Cada uma, é claro, terá seus inimigos e seu design – que é inspirado num tema que dá o título à mesma.
A experiência é extremamente imersiva e vai te garantir uma jogatina super divertida – o que deve ser o principal propósito da realidade virtual. E você vai suar, literalmente, porque o jogo estimula o movimento e tem um nível de dificuldade desafiador. Contudo, existe um detalhe que gera leve preocupação a médio/longo prazo: Pistol Whip tem tudo para ficar repetitivo rápido.
Dança, gatilho
As análises no Metacritic dão exatamente essa noção sobre o jogo: os sites especializados são só elogios, mas os jogadores demonstram preocupação com a repetição. A diferença entre notas, de 90 para 65, é claramente justificável por isso: normalmente, quem faz review joga algumas horas, tem sua impressão e publica – especialmente num jogo como esse. Só que quando você passa mais tempo…
Para colocar em perspectiva, o que acontece em Pistol Whip é o seguinte: você entra no game, faz um tutorial e depois fica solto na tela inicial que tem um painel gigante à sua frente com os “pôsteres” das “cenas”. A ideia é simular que cada uma é tipo um filme de ação. À esquerda, antes de selecionar qual missão jogar, é possível escolher uma arma.
A inspiração, segundo os próprios devs, vem de filmes como John Wick e Equilibrium. E, para quem não sabe, ele foi lançado primeiro para computador – onde, inclusive, já tem até expansão.
Quando a batida começa a tocar no seu ouvido, é hora de ir pra cima. Seu movimento em frente é automático, não se preocupe com ele, mas você tem que andar para os lados e se agachar para evitar obstáculos, além de desviar dos tiros dos inimigos, que vão surgindo nos mais variados locais dos cenários.
Alguns aparecem na sua frente, outros ficam mais escondidos, tem até alguns que surgem de cima e/ou de baixo e também dos lados. O seu objetivo é matá-los o mais rápido possível – e não tomar tiros na cabeça. Tudo isso ao som de alguma trilha bem bacana e com uma ambientação com game design incrível.
É muito, muito divertido ficar no ritmo da batida, “dançando” e atirando. Tentando derrotar os inimigos rápido, acertar tiros na cabeça para ganhar mais pontos… É bem legal também que você pode configurar a vibração do controle de acordo com a música. Mas ele não é como Beat Saber no quesito ritmo. Não é necessário acertar os tiros de acordo com a canção.
Há uma variação bacana tanto cenas quanto no seu arsenal, e existe ainda uma enorme quantidade de “diferenciadores” que você pode aplicar ao jogo. Como ficar imortal, por exemplo. Essas são características que tentam fazer o fator replay do game aumentar. Porém, honestamente, isso não é o suficiente.
Porque, por mais divertido que seja e por mais variações que possam ser proporcionadas, o gameplay ainda é o mesmo. E não entendam mal, ele é incrível. De verdade. Só que, infelizmente, chega uma hora que cansa, né? Depois de fazer todas as cenas, ou até sem chegar a tanto, é inevitável aquele sentimento de “ok, e agora?” tomando conta do seu ser.
Pistol Whip: vale a pena?
A sensação que fica é que Pistol Whip é um dos melhores games que o PlayStation VR tem em seu catálogo. Não há dúvidas quanto à qualidade técnica e ao nível de entretenimento que ele é capaz de proporcionar. O grande questionamento é: quanto tempo isso dura? Apenas 15 cenas não é o melhor cenário possível em termos de conteúdo, não é mesmo?
A torcida é para que a Cloudhead Games siga os exemplos dos próprios Superhot e Beat Saber, lançando DLCs e pacotes de conteúdo, possibilitando assim que seu título tenha uma vida útil mais longa. Sejam gratuitos ou pagos, esses packs podem tornar o game mais atrativo. Especialmente com canções de artistas mais conhecidos.
Um update com três novas cenas chegou ao jogo no PC, e até o final do ano, um DLC maior também pode ser disponibilizado. Caso os desenvolvedores disponibilizem esses updates também para o PSVR, pode ser um novo sopro de vida bem necessário para o game.
Mas, no geral, sim, Pistol Whip vale a pena. Até porque ele não tem um preço tão alto (R$ 103,90) e, mesmo que você enjoe depois de jogar todas as cenas, vai ter sido bem bacana ter aproveitado elas. Se você tem um PSVR e os controles PS Move, anote esse nome na listinha de jogos para adquirir. Você não vai se arrepender.
Veredito
Vantagens
- Variedade de mapas e estilos de música
- Gameplay super simples, mas desafiador
- Gráficos e cenários de muito bom gosto
- Rankings e adaptação de nível de dificuldade
Desvantagens
- Pode ficar repetitivo rapidamente