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Ubisoft quer desenvolver jogos mais politizados

Tommy Francois citou os próprios filhos para falar sobre política nos games.

por Vinícius Paráboa
Ubisoft quer desenvolver jogos mais politizados

O vice-presidente de editorial da Ubisoft, Tommy Francois, declarou que os games da empresa precisam ser mais politizados. Com diversas histórias e personagens reproduzidos nos jogos, seria muito difícil desenvolver um título que sequer mencionasse política, mas ele quer um aprofundamento maior no tema.

Em postagem no site oficial da Ubi, Francois conta um pouco sobre como seria o jogo ideal politicamente falando. Usando como exemplo a guerra do Vietnã, os jogadores teriam uma perspectiva de ambos lados da guerra. Dessa maneira, eles poderiam formar a própria opinião sobre o conflito.

“Se meu jogo se passasse durante a guerra do Vietnã, iria querer o Viet Minh, o Viet Cong… basicamente todos os pontos de vista. E isto é o que faz as pessoas terem opiniões próprias”, afirmou.

Lembrando de uma entrevista à Kotaku na E3 2019, Francois falou sobre seus filhos e como os videogames podem ajuda-los a se tornarem inteligentes ao votar. Ele também contou uma pequena história sobre sua infância.

“Na primeira vez que votei, eu achava que era idiota. Porque eu votei pela ideologia, educação, o que eu achava saber, e o legado da minha família”, afirmou.

“Eu quero pensar que porque Nemo e Owen (filhos de Francois) estarão nas simulações, eles irão repetir seus votos e entender o impacto deles de um jeito divertido”, disse.

A Ubisoft tem certo histórico com política. Watch Dogs: Legion se passa na cidade de Londres pós-Brexit, enquanto que Far Cry 5 conta a história de um culto extremista que toma uma cidade no estado de Montana, nos Estados Unidos.

Ao pensar no futuro, Francois acha que Watch Dogs: Legion será o primeiro grande passo nessa direção mais politizada.

“Estamos tentando levar a companhia em uma direção de mundo aberto, sistemático, com múltiplos pontos de vista, gameplay e narrativas emergentes, autonomia, simulações da vida real, aprender do que você está fazendo, ressoar com os sistemas da vida. Isto é o que estamos tentando atingir coletivamente, e é difícil”, completou.

Diferente da Ubisoft, Modern Warfare não será político

Seguindo uma direção diferente do proposto por Tommy Francois à Ubisoft, a Infinity Ward não quer incluir política em seu novo título, Call of Duty: Modern Warfare. Quem falou sobre, foi Joel Emslie, diretor de arte da desenvolvedora. Ele negou a pergunta de um jornalista, dizendo que “seria insano” se existisse política no game.