Intel é acusada de inflar resultados de testes de performance
Processadores da linha Intel Xeon teriam sido preparados para se sair melhor em benchmarks da SPEC
A Intel está sendo acusada de inflar propositalmente os resultados de testes de performance (benchmark) em sua linha de processadores Xeon. A queixa vem da própria empresa responsável pelo benchmark, a SPEC.
SPEC é a sigla para Standard Performance Evaluation Corporation, o que pode ser traduzido como Corporação para Avaliação de Padrões de Performance. Ou seja, é uma entidade terceirizada criada especialmente para calcular e tabelar a performance de processadores através de testes sintéticos.
Foram invalidados 2.600 resultados para processadores Xeon de 2022 e 2023 da tabela SPEC CPU 2017. A corporação afirma que descobriu que a Intel usou compiladores específicos em suas CPUs para que elas se saíssem bem no teste. Segundo a SPEC, foram aumentos de até 9% nos resultados.
Explicando em termos bem simplificados, o benchmark é um teste sintético que simula certas situações de estresse no processador para avaliar seu desempenho na realização de tarefas. Se a fabricante criar maneiras específicas para suas CPUs se saírem melhor no teste, esse ganho de performance não vai se refletir em situações reais, porque o benchmark não simula tarefas reais.
Situação da Intel ressalta limites dos benchmarks
Testes de benchmark são muito úteis para dar uma noção dos níveis de performance de processadores, mas não são um reflexo direto de situações reais de uso, além de não serem sempre confiáveis – como estamos vendo neste momento.
A prática de preparar o processador para resultados melhores em testes sintéticos não é incomum, e Samsung, Qualcomm e MediaTek também já foram pegas fazendo o mesmo.
Isso não significa, no entanto, que benchmarks devem ser ignorados. Eles dão uma boa noção da faixa de performance de um processador e pode ser ótimos comparativos entre gerações de uma mesma fabricante. É como acontece com as novas APUs da AMD, confira aqui.