Warriors: Abyss: vale a pena?
Com os lendários personagens das histórias da franquia Warriors da Koei Tecmo, spin-off brinca com novos elementos
Warriors: Abyss é a mais nova aposta da Koei Tecmo para agradar os fãs de musou e roguelikes. Lançado como uma surpresa durante um State of Play da Sony, o jogo chega para oferecer uma experiência rápida, caótica e viciante.
Misturando a clássica fórmula de “1 contra 1.000” da franquia Dynasty Warriors com elementos inspirados em Hades e um pouco de Vampire Survivors. Mas será que essa combinação funciona? E mais importante: Warriors: Abyss vale a pena?
Jogamos o título no PS5 após o lançamento surpresa e queremos compartilhar com você como foi a nossa experiência. Pelo jeito, a Koei Tecmo viu uma brecha e tanto para utilizar os famosos personagens da saga em outro formato, que pode, sim, conquistar uma nova audiência.
O que é e como funciona Warriors: Abyss?
Imagine um jogo onde você controla um herói poderoso, cercado por centenas (ou milhares) de inimigos, e precisa sobreviver enquanto desfere golpes espetaculares que enchem a tela de efeitos visuais.
Agora, adicione a isso uma pitada de roguelike, com runs curtas, upgrades temporários e desafios que exigem estratégia e habilidade. Esse é Warriors: Abyss.

A premissa é simples: heróis de Dynasty Warriors e Samurai Warriors são convocados por Enma, o Rei do Submundo, para combater Gouma, um demônio que está causando estragos no inferno.
A narrativa é básica, servindo apenas como pano de fundo para a ação frenética. E isso não é necessariamente ruim, já que o foco aqui está na jogabilidade e na sensação de poder que o jogo proporciona — e nisso podemos citar uma certa pitada de caos na tela!
O grande trunfo de Warriors: Abyss é sua jogabilidade. O jogo captura a essência da série Warriors, onde você se sente como um guerreiro invencível capaz de derrotar exércitos inteiros sozinho.
A tela fica completamente lotada de inimigos, assim como nos demais games da série, só que agora você joga de outra perspectiva, olhando de cima, como em Hades. Com isso, seu personagem dispara combos, habilidades especiais e ataques em área que criam um espetáculo visual impressionante.
Cada run é dividida em estágios, com um chefe no final de cada fase. Os inimigos comuns não oferecem muita resistência, mas os chefes são desafiadores e exigem que você domine os sistemas do jogo para vencê-los.
Os ataques podem ser executados naquele esquema de golpes normais e pesados, um mais ágil, o outro mais recompensador, porém, te deixando mais tempo vulnerável para possíveis ameaças. Junto disso, o jogador também explora uma esquiva, que demora um pouco para recarregar após seu uso, aumentando a estratégia.
A cada tentativa fracassada, você retorna ao hub principal, onde pode usar recursos coletados para melhorar permanentemente seu personagem. Esse ciclo de tentativa, erro e progressão é o cerne do roguelike, e Warriors: Abyss acerta em cheio nesse aspecto.
Além disso, o jogo oferece uma variedade impressionante de personagens jogáveis — mais de 100, e são bem únicos em questão de skill e armas utilizadas. Cada um tem seu estilo de combate, com equipamentos e habilidades que refletem suas personalidades nas franquias originais.
Para os fãs de longa data, é uma delícia ver personagens como Sun Shangxiang, Kunoichi e Zhang He em ação novamente. Mas se você escolhe um, os outros não ficam de fora da aventura, não. Eles aparecem, mas de uma maneira diferente e muito ligada ao núcleo de gameplay.

Warriors: Abyss introduz mecânicas de roguelike que adicionam profundidade ao gameplay. Durante as runs, você coleta “emblemas”, que são buffs temporários baseados em elementos como fogo, eletricidade, velocidade e força. Esses emblemas são os outros heróis da franquia, que te auxiliam para superar os desafios.
Eles podem ser invocados de diversas formas após os emblemas serem coletados. Seja com uma “ajudinha” em um simples combo ou quebrando tudo quando você ativa sua habilidade suprema Musou no meio do exército inimigo — proporcionando momentos satisfatórios com a tela ficando limpa conforme tudo acontece.
Esses emblemas podem ser combinados para criar efeitos poderosos, como aumentar o dano em área ou reduzir o tempo de recarga das habilidades.
Outro destaque são as “Táticas Únicas”, desafios específicos para cada personagem que, quando completados, desbloqueiam melhorias permanentes. Por exemplo, derrotar um certo número de inimigos com um tipo específico de ataque pode conceder um bônus como “100% de dano extra em inimigos atordoados”.
Esses sistemas incentivam a experimentação e garantem que cada run seja única.

Além disso, o jogo oferece “Formações”, que são conjuntos de buffs passivos que afetam seu estilo de jogo. Por exemplo, uma formação focada em fogo pode deixar áreas de efeito queimando no chão após seus ataques, enquanto uma formação elétrica aumenta sua defesa conforme você coleta emblemas de eletricidade.
Warriors: Abyss é um experiência para apenas um jogador e não conta com suporte para multiplayer. É algo que obviamente não faz muita falta e não impacta na experiência geral de um título desse formato, onde o desafio é bastante pessoal para ser compartilhado.
Junto disso, a longevidade do jogo é um dos seus pontos fortes. Com mais de 100 personagens para desbloquear, inúmeras combinações de emblemas e formações, e desafios específicos para cada herói, há sempre algo novo para experimentar. O ciclo de “mais uma run” é viciante, especialmente para quem gosta de roguelikes.
Então Warriors: Abyss no PS5 é perfeito?
Visualmente, Warriors: Abyss não é um salto gigantesco em relação aos títulos anteriores da série. O jogo reutiliza muitos assets de Dynasty Warriors e Samurai Warriors, o que pode deixar a experiência um pouco repetitiva para os fãs mais antigos.
No entanto, os efeitos especiais e a quantidade de inimigos na tela são impressionantes, mesmo que ocasionais quedas de framerate atrapalhem a fluidez em momentos mais intensos — e são notáveis inclusive, causando até pequenos travamentos, mas não impactando no progresso ou algo do tipo.

Em alguns momentos, a qualidade cai consideravelmente. A melhor descrição para isso é que fica parecendo um jogo mobile. Os gráficos não ficam tão atrativos assim e a proposta parece não condizer com a plataforma, o que talvez tenha sido a maior “falha” do projeto.
Os cenários, embora variados, não são particularmente memoráveis. Os quatro níveis do inferno têm suas próprias características visuais, mas falta um pouco de profundidade e detalhes para torná-los verdadeiramente marcantes.
Warriors: Abyss: vale a pena?
Warriors: Abyss é um jogo que sabe exatamente o que quer ser: uma experiência rápida, caótica e divertida que combina o melhor dos Warriors com elementos de roguelike. Se você é fã da série ou de jogos como Hades, certamente vai se divertir com a proposta.
No entanto, a falta de inovação visual e os gráficos não tão atrativos podem afastar parte do público. Além disso, a experiência é mais recomendada para quem já tem familiaridade com a franquia Dynasty Warriors, já que o jogo não traz muitas novidades para conquistar novos fãs.
No final das contas, Warriors: Abyss é um jogo que entrega exatamente o que promete: ação frenética, progressão satisfatória e muita, mas muita destruição.
Se você está procurando um jogo para relaxar e descontrair após um dia estressante, essa é uma ótima pedida. O preço de R$ 133,90, comparado a outros lançamentos recentes para PS5, pode ser outro chamativo!
Veredito

Vantagens
- Uma inovação interessante para a franquia da KOEI TECMO
- O uso dos guerreiros da saga é feito de maneira muito inteligente
- Cheio de ação e frenético como um roguelike deve ser
- Sistemas de progressão satisfatórios
Desvantagens
- Gráficos podem deixar a desejar
- Quedas de FPS podem causar incômodo
- Levemente repetitivo
