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The Casting of Frank Stone: vale a pena?

Graficamente impressionante, The Casting of Frank Stone é uma surpreendente homenagem ao Dead by Daylight que poderia pisar mais no acelerador

por André Custodio
The Casting of Frank Stone: vale a pena?

Ver o selo da Supermassive Games estampando um spin-off de Dead by Daylight chamou a atenção de muitos fãs do multiplayer assimétrico. The Casting of Frank Stone foi isso desde sua revelação: um misto de inovação e risco.

Será que há como explorar histórias dentro do universo do popular jogo de assassinos contra sobreviventes? Mudar uma fórmula de sucesso seria um bom caminho, mesmo partindo para uma área mais segura e simples como a narrativa interativa?

Os criadores de Until Dawn e The Dark Pictures só falaram “dá no peito do pai” e fizeram a mágica com a qual já estão acostumados. E essa foi uma decisão certeira da Behaviour Interactive: se é para fechar parceria, feche com a melhor.

E assim The Casting of Frank Stone estreia na nova geração de consoles; provando que Dead by Daylight vai muito além de um multiplayer “descompromissado”, tendo potencial para contar mais histórias.

O terror de Cedar Hills ressurge

Na década de 1980, histórias sobre desaparecimentos de crianças e de assassinatos em série tomaram conta da pequena cidade de Cedar Hills. Todas elas levaram para apenas um nome, Frank Stone, que cometia crimes brutais deixando rastros incertos.

A investigação feita pela polícia levou todos os vestígios para uma fábrica siderúrgica isolada do centro populacional. Ao chegar lá, o policial Sam Green encarou um suposto ritual que estava prestes a ser concluído, enquanto um bebê chorava na sala de fundição.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

De frente com o assassino, ele não titubeou e acabou o matando com um tiro na cabeça. Condecorado como herói de Cedar Hills, Sam permitiu que a cidade vivesse em paz por umas boas décadas, até que algo misterioso começou a ocorrer nos bastidores.

Um grupo de adolescentes e entusiastas de cinema decide ir à fábrica para gravar um filme que mudaria suas vidas. Porém, eles não contavam que seriam apenas peões para algo mais brutal, violento e sem precedentes.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

Frank Stone estava morto… O serial killer não tinha como se levantar do solo para tomar novas vítimas. O mistério da cidade ocorreu há décadas. E assim começa uma nova história de Assassino contra Sobreviventes.

Desenvolvido pela Supermassive Games e pela Behaviour Interactive, The Casting of Frank Stone é um terror narrativo nos moldes de Until Dawn e The Dark Pictures. Embarque em uma história sob diferentes perspectivas e tome decisões importantes.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

A campanha do game é mais curta que o normal e leva cerca de 5h para ser concluída. Há caminhos secundários e alguns colecionáveis, mas eles não são tão volumosos quanto acontece em outros títulos do gênero.

Além disso, toda a aventura pode ser aproveitada com localização completa em português do Brasil — tanto para legendas e menus, quanto para dublagem da narração e dos personagens.

Modelo de caçador e presa adaptado

A forma como The Casting of Frank Stone adapta o modelo de ‘Assassino vs. Sobrevivente’ em Dead by Daylight é muito interessante. Basicamente, a história se divide em três linhas do tempo, sendo duas delas no formato do jogo: um contra quatro.

Os jogadores podem assumir diversos personagens, cada um com personalidades próprias e envolvimento narrativo. Quem está familiarizado com o estilo já sabe como funciona: decisões não levam apenas a fatalidades ou soluções, mas a novas áreas.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

O sistema de gameplay funciona de forma semelhante: decisões podem afetar os vínculos com personagens e, consequentemente, a forma como eles se ajustarão ao terror. Assim, deixar um amigo triste ou chateado pode resultar em problemas no futuro.

Enquanto isso, The Casting of Frank Stone utiliza artifícios de quick-time events (QTEs) em ações de vida ou morte, escolhas cronometradas e alguns puzzles para serem resolvidos. Porém, é nas referências que fica seu grande destaque.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

Aqui, não daremos spoilers, mas as menções óbvias ao universo de Dead by Daylight são muito boas. É impossível não sorrir quando a primeira delas aparece — e logo em seguida, começa a perceber que até a interface faz parte do mesmo mundo.

O respeito ao multiplayer assimétrico é incrível e muito orgânico. Há como ver que nada ali é colocado de graça; tudo agrega na composição de mundo e no senso de familiaridade, em especial para fãs de longa data.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

O modelo Supermassive em The Casting of Frank Stone funciona muito bem e se aproveita de uma história interessante para fornecer mais detalhes de personagens. Aqui, há outra virtude: a campanha foge dos clichês da antologia The Dark Pictures e é mais elaborada.

Há problemas de ritmo que podem ser justificados pela ideia de um horror cósmico, mas os elementos são muito bem posicionados e trazem algo com personalidade. Dessa forma, é possível aproveitar uma jornada com surpresas agradáveis e ótimas reviravoltas.

Tecnicamente de impressionar

The Casting of Frank Stone é tecnicamente impressionante. No game, há a melhor modelagem de personagens já vista nos jogos da Supermassive. Expressões faciais bem construídas, efeitos de cabelos chamativos e uma ótima cinematografia.

Tanta ambição resultou em alguns bugs visuais, em especial no sentido de processamento gráfico. Porém, poucos segundos após a transição de cenas, os jogadores verão muitos bem construídos e recheados de detalhes fotorrealistas.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

As técnicas de iluminação, reflexos e sombras são excelentes, deixando os cenários ainda mais macabros. Em especial no último ato, os jogadores passarão por momentos de apreensão, fortalecidos por ambientes claustrofóbicos e por ótimas escolhas narrativas.

O game também inclui diversos recursos de acessibilidade, como mudança na configuração dos comandos, opções de legenda, modos de dificuldade e vantagens de endgame, como um sentido que facilita a caça por colecionáveis.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

Além disso, The Casting of Frank Stone vem como um menu de Montagem, inspirado nos rolos de filmes de cinema, onde é possível ver estatísticas de decisões e alterar as linhas do tempo para visualizar outros caminhos e obter os coletáveis perdidos na primeira run.

O título também inclui cooperativo local e uma opção de integrar com a Twitch.

The Casting of Frank Stone: vale a pena?

The Casting of Frank Stone inova consideravelmente em termos técnicos e é o jogo mais bonito feito pela Supermassive. A história demora para engrenar, mas respeita bastante a ideia de horror cósmico e tem um terceiro ato profundo e brutal.

A dublagem em português do Brasil merece destaque e contribui para uma experiência dinâmica. Recursos de acessibilidade, coletáveis e o alto fator replay também chamam a atenção e permitem que os jogadores explorem mais alternativas rapidamente.

The Casting of Frank Stone
Fonte: André Custodio

Na PS Store, o título sai por apenas R$ 214,90, em versão padrão para PS5. Se você curte o gênero de terror narrativo e, em especial, é fã de carteirinha de Dead by Daylight, o game é muito recomendado e certamente lhe atrairá.

Veredito

The Casting of Frank Stone
The Casting of Frank Stone

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Supermassive Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
83 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História muito criativa e concentrada
  • Visuais de cenários absurdamente lindos
  • Melhor modelagem de personagens já feita pela Supermassive
  • Referências muito boas ao universo de Dead by Daylight
  • Sistema de Montagem permite reiniciar momentos específicos
  • Dublagem completa em português do Brasil
  • Muitos recursos de acessibilidade
Desvantagens
  • Bugs visuais
  • Ritmo narrativo poderia ser menos inconsistente
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Metro Awakening, Diablo IV
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.