Star Wars JEDI: Survivor: vale a pena?
Uma nítida e poderosa evolução do jogo anterior em história, gameplay e exploração
“Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…” foi assim que a saga Star Wars começou nos cinemas, marcando seu nome na cultura pop. Hoje, todo mundo já ouviu falar em Luke Skywalker, Princesa Leia ou Darth Vader. Desde a estreia em 1977, altos e baixos marcam a série, tanto nos longas quanto nos games. E, felizmente, Star Wars JEDI: Survivor chega com autoridade para se tornar uma das melhores produções do fantástico universo criado por George Lucas.
O novo título da Respawn Entertainment e Electronic Arts aprimora todos os pontos positivos do seu antecessor, corrige deficiências e aposta em uma escala maior – sem abrir mão da essência Star Wars: uma trama política, envolvida com raças alienígenas carismáticas e um universo intrigante em todos os aspectos.
Se Fallen Order foi uma boa estreia, com o potencial contido, Survivor eleva o patamar da saga para se tornar um dos jogos mais divertidos de 2023 até aqui.
Forte é a Força nesse game, e a análise completa agora você lê.
Sobrevivente
Cal Kestis retorna mais maduro e, ao mesmo tempo, mais determinado em derrubar o Império. Ele agora faz parte do grupo rebelde de Saw Guerrera – ainda não é uma resistência organizada como vemos nos filmes, mas é o protótipo dela.
Sua missão o leva a conhecer novos planetas da orla exterior, aprofundar laços com antigos conhecidos e conhecer parceiros que o ajudarão na missão de impedir o avanço das tropas de Darth Vader.
Enquanto Fallen Order foi sobre o próprio Cal na sua jornada de virar um Jedi, Survivor aborda a missão de manter legado a Ordem. Embora esteja sempre cercado pelas forças do Império, o protagonista é dedicado a resistir e sobreviver. O que gera momentos muito complicados, no entanto, contribui para uma narrativa envolvente.
Star Wars JEDI: Survivor possui um enredo que se destaca por apostar mais em temas cinzas. As coisas não são mais simples como eram no primeiro título. O arco final condiz com tudo o que foi mostrado, e os personagens que ali estão contribuem para uma experiência emocional, em que não só o personagem, como o jogador, são testados.
E, neste caminho, é impossível não ficar encantado com os planetas visitados, os parceiros que aparecem ao longo do caminho e até os NPCs. Destaque para Bode Akuna, um herói que se torna braço direito do Jedi e possui um senso de humor afiado.
A construção de universo contribui muito bem para o game não ficar repetitivo. Como a sequência apostou em uma escala maior, então a história de Star Wars JEDI Survivor gira em torno de 22 a 25 horas (no Modo Difícil).
Para quem não jogou o primeiro, há um resuminho no menu principal. Contudo, é recomendado ter a experiência anterior para entender algumas nuances de certos personagens.
Seja o Mestre JEDI
Star Wars JEDI: Survivor representa muito bem a evolução de Cal Kestis como Mestre Jedi. Ele herda algumas habilidades do primeiro jogo e desenvolve outras novas conforme o jogador avança o progresso.
A estrutura do level design permaneceu a mesma: frequentemente, o jogador esbarra com em um obstáculo que só pode ser acessado com um poder ou acessório desbloqueado mais adiante. Dessa forma, há sempre um fator replay em revisitar os planetas para liberar mais segredos – e vale a pena destacar que o modo Novo Jogo+ já está disponível.
A jogabilidade nos combates lembra bastante a pegada de Star Wars Unleashed e Knights of the Old Republic com movimentos acrobáticos, poderes utilizando a Força, uma grande variedade de inimigos e um gameplay desafiador.
Há opções de dificuldade, mas de modo geral, o Modo Difícil é bem equilibrado. Inclusive, Survivor parece apostar mais para um lado de aventura do que um combate soulslike como muitos compararam em Fallen Order.
Não há barra de estamina, somente um medidor de defesa que pode ser quebrado com ataques consecutivos. Porém, o jogador precisa identificar os inimigos e agir com estratégias adequadas.
No parry, houve uma melhoria considerável com comandos mais responsivos. Em todo tempo, é possível ter o pleno controle das habilidades de Cal para derrotar os adversários – mesmo que eles sejam maiores ou mais rápidos.
O que também recebeu uma boa melhoria foi a visualização do mapa 3D. Quem jogou o primeiro título sabe como era confuso essa mecânica pela interface pouco intuitiva, mas isso não se repete aqui, embora haja uma similaridade.
Faltou, durante os momentos de exploração, uma bússola ou minimapa para identificar pontos de interesse mais facilmente. Ficar abrindo o holomapa o tempo todo chega a ser irritante para quem só desejava ver se estava no caminho certo ou não.
Quanto à exploração, os jogadores poderão ter horas de muitos conteúdos variados. É possível entrar em arenas com desafios nos Rasgos da Força, se tornar um Caçador de Recompensas, ir atrás de Criaturas Lendárias, criar o seu próprio jardim e participar do minigame de Partidas Holográficas.
Não há muitos planetas para se explorar (são seis no total), mas os dois principais, Koboh e Jedha, oferecem muitas atividades além da história principal. Para quem quiser pegar a platina, será necessário a conclusão de tarefas e um total de 40 a 50 horas de gameplay.
Por fim, é necessário destacar a trilha sonora durante a jogatina. As músicas e sons encaixam perfeitamente nas horas épicos ou tristes com aquela atmosfera única que os fãs veem nas telonas. O jogo oferece momentos únicos potencializados pela composição sonora e quem joga de headset tem uma experiência ainda melhor.
O lado Sombrio da Força
Há ocorrências de deslizes técnicos que possivelmente serão ajustados no lançamento. Os defeitos se encontram em duas áreas: a queda da taxa de quadros por segundos e o carregamento de texturas.
A primeira situação acontece quando o jogador opta pelo Modo Desempenho que deixa o game a 60 FPS. Contudo, em vários momentos, os quadros caem notavelmente.
As situações não são causam problemas sérios, mas atrapalham a imersão ainda mais quando acontece em horas do combate.
A segunda situação é mais esporádica, geralmente quando o Cal vai de um cenário para outro. Dá para notar que árvores ou edifícios vão carregando aos poucos, como se o game estivesse processando todas as informações.
Outro pequeno defeito incomoda. Há um corte seco do gameplay para as cutscenes, que muda a resolução para deixar as cinemáticas com as bordas pretas em cima e embaixo. Se jogar a 30 FPS, a transição incomoda menos, mas no Modo Desempenho, isso é muito brusco e estranha.
Star Wars Jedi: Survivor: vale a pena?
Se você chegou até aqui após ler toda a análise, já percebeu que Star Wars Jedi: Survivor vale a pena. E não só para os fãs desse universo, como também para qualquer jogador que ame um excelente game de aventura.
Cal Kestis juntamente com seus amigos e inimigos atrairão o jogador para uma história envolvente, gameplay viciante e uma exploração muito divertida. O título parece se inspirar fortemente em Uncharted 4: A Thief’s End, algo que definitivamente aumenta seu repertório e qualidade.
Se você é fã, fique tranquilo em saber que Star Wars Jedi: Survivor, juntamente com Mandaloriano, é uma das melhores produções desse universo nos últimos anos.
Veredito
Star Wars Jedi: Survivor
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Respawn Entertainment
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- História bem desenvolvida
- Personagens carismáticos
- Gameplay dinâmico estilo Jedi com muitas skills
- Exploração em planetas alienígenas diversificados
- Trilha sonora épica
Desvantagens
- Queda de quadros por segundo
- Problemas no carregamento de texturas