Review

Skydance’s Behemoth: vale a pena?

Uma das grandes apostas do PS VR2, Behemoth dá passos largos, mas maiores do que suas pernas aguentam

por André Custodio
Skydance's Behemoth: vale a pena?

No final de 2024, a Skydance Interactive, famosa por The Walking Dead: Saints & Sinners, surpreendeu os fãs de jogos imersivos com uma nova aposta: Skydance’s Behemoth.

Lançado em 5 de dezembro para Meta Quest 2, Meta Quest 3, PlayStation VR2 e SteamVR, o título mergulha os jogadores em uma experiência de ação e aventura desenhada para a realidade virtual, explorando o potencial da tecnologia de forma ambiciosa.

Para os usuários do PlayStation VR2, Behemoth oferece uma combinação de combates intensos, exploração envolvente e uma narrativa bem estruturada, indo além de uma mera demonstração técnica ao aproveitar os recursos do sistema.

A maldição das Forsaken Lands

A trama se desenrola nas Forsaken Lands, um reino ancestral devastado por uma praga que transforma florestas em desertos áridos e cidades em ruínas cobertas de cinzas. Nesse cenário hostil, criaturas colossais conhecidas como Behemoths vagam, destruindo tudo com seus movimentos poderosos e ataques impensados.

O protagonista, Wren, é um caçador de uma vila isolada que carrega a praga em seu próprio corpo após ser infectado. Essa conexão pessoal o impulsiona a enfrentar os Behemoths, numa missão para salvar seu povo e a si mesmo.

Behemoth
Fonte: André Custodio

A jornada de Wren atravessa quatro biomas distintos: tundras geladas varridas por ventos cortantes, pântanos úmidos repletos de lama, florestas densas envoltas em névoa e montanhas rochosas cravejadas de cavernas escuras.

Além dos Behemoths, o protagonista encara saqueadores humanos em busca de recursos e criaturas deformadas pela praga, trazendo variedade aos confrontos. A luta pela sobrevivência o leva a escalar estruturas de carne e osso dos Behemoths, em batalhas que exigem tanto esforço físico quanto estratégia.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Esses momentos ecoam Shadow of the Colossus, mas adaptados à perspectiva em primeira pessoa da realidade virtual, colocando o jogador no centro da ação.

Mecânicas e imersão no PS VR2

Skydance’s Behemoth foi concebido como um jogo de ação e aventura em primeira pessoa para realidade virtual. O combate, baseado em física, utiliza armas corpo a corpo como espadas, machados e arcos, cujos peso e impacto são refletidos nos controles Sense do PS VR2. Ataques, bloqueios e escaladas consomem estamina, exigindo que o jogador gerencie o ritmo para evitar a exaustão.

Um gancho de escalada é o destaque das mecânicas, permitindo a Wren alcançar plataformas elevadas, subir nos Behemoths para atacar pontos fracos ou puxar inimigos menores para golpes diretos. A corda responde aos movimentos do jogador, que precisa mirar com precisão e ajustar a postura, enquanto a tensão da linha simula o peso do personagem.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Um erro de cálculo pode resultar em quedas, transformando a escalada numa tarefa que combina habilidade e concentração.

O sistema de progressão dá mais profundidade ao jogo. Wren coleta armas, itens consumíveis e materiais de fabricação de inimigos derrotados, usando-os em forjas espalhadas pelos biomas para aprimorar armas – de espadas a arcos de longo disparo.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Derrotar Behemoths ou sair à procura de coletáveis concede não apenas pontos para melhorar atributos como estamina (para ações prolongadas), força (para romper defesas) ou resistência (para reduzir danos), mas itens úteis e outros recursos. Esse avanço mantém o desafio equilibrado, com Wren evoluindo conforme a campanha progride.

No PS VR2, a imersão ganha força com as telas OLED, que entregam cores vibrantes e contrastes nítidos, e o feedback háptico dos controles, que reflete desde o impacto de golpes até a tensão da corda ao escalar.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Visuais incríveis e atmosfera muito imersiva

Behemoth impressiona com cenários vastos e detalhados, de ruínas cobertas de neve a cavernas iluminadas por tochas. Os Behemoths surgem imponentes na névoa, com designs que vão de feras pesadas, como um bípede diabólico, a criaturas aladas, como um morcego com ataques supersônicos.

A iluminação dinâmica – tochas projetando sombras, luz solar filtrada pela névoa – e partículas como poeira e neve criam uma atmosfera densa. Wren e os inimigos exibem animações fluidas, com roupas que se movem realisticamente ao vento ou durante combates.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Porém, falhas visuais aparecem: texturas podem carregar lentamente, deixando superfícies borradas por instantes, e objetos como rochas ou inimigos surgem abruptamente, quebrando a fluidez. Apesar disso, o design geral se mantém consistente, suportado pelo hardware do PS VR2.

Combate visceral e dinâmico

O combate é o núcleo de Behemoth, com os embates contra os Behemoths sendo o verdadeiro ápice. Escalar essas criaturas, localizar pontos fracos e resistir a seus ataques criam momentos de pura adrenalina e lhe colocam no desafio definitivo, testando tudo que você aprendeu desde o começo da campanha.

A física dá peso aos golpes, com cortes visíveis nos inimigos, e a habilidade “Strength” oferece um impulso temporário para quebrar defesas ou finalizar lutas. O sistema exige precisão e reflexos, mas mantém os controles simples e muito intuitivos.

Behemoth
Fonte: André Custodio

A dublagem reforça a narrativa, com vozes marcantes para Wren e outros personagens, enquanto rugidos graves dos Behemoths intensificam sua presença. Com o headset na cabeça, tudo se torna ainda mais intenso — e é impossível não mencionar como isso é importante

No entanto, a física tem tropeços: o gancho pode falhar em superfícies, e colisões de armas ocasionalmente atravessam inimigos, exigindo ajustes do jogador. Além disso, há falhas no hitbox e no reconhecimento de lâminas dos machados e das espadas.

Behemoth
Fonte: André Custodio

Exploração e duração da campanha

Os biomas, embora lineares, escondem caminhos alternativos, recompensas e armadilhas, incentivando a exploração. O gancho abre acesso a áreas elevadas, como saliências nas montanhas, enquanto a trilha sonora se ajusta entre tons épicos nos combates e calma nos intervalos.

Opções de acessibilidade, como ajustes de movimento (teletransporte ou controle manual), níveis de dificuldade adaptáveis e redução de tremores, tornam o jogo acolhedor a novatos e veteranos e o deixam mais confortável, mesmo diante de cenas intensas.

Behemoth
Fonte: André Custodio

A campanha, com cerca de 12 horas, introduz mecânicas gradualmente, do uso básico do gancho a combinações avançadas de armas e atributos. Após o término, recursos como armadilhas ambientais e a possibilidade de revisitar biomas com melhorias ficam abertos.

Skydance’s Behemoth: vale a pena?

Disponível por cerca de R$ 199,90 na PS Store, Skydance’s Behemoth é uma adição sólida ao catálogo do PS VR2. A campanha usa a realidade virtual para criar presença, com combates grandiosos e cenários que exploram o espaço ao redor do jogador.

A dublagem e a trilha sonora complementam a experiência, enquanto as opções de acessibilidade a tornam acessível a diversos públicos. Por outro lado, falhas visuais e problemas na física, como texturas atrasadas ou colisões inconsistentes, podem frustrar.

Ainda assim, para fãs de ação em VR, Behemoth entrega uma aventura imersiva e dinâmica, enquanto novatos encontram uma introdução acessível ao potencial da plataforma.

Veredito

Skydance's Behemoth
Skydance's Behemoth

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Skydance

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
74 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Excelente dublagem
  • Confrontos épicos contra os Behemoth
  • Level design muito bem construído
  • Bom tempo de campanha
  • Muitas opções de acessibilidade
  • Ótima trilha sonora
Desvantagens
  • Bugs visuais e de renderização
  • Inconsistências na física
André Custodio
André Custodio
Redator
Publicações: 9.157
Jogando agora: Diablo IV, Behemoth
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério. Contato: andlsdc@gmail.com