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Rise of the Tomb Raider: vale a pena?

por Thiago Barros
Rise of the Tomb Raider: vale a pena?

Bela, nada recatada e fugindo do lar, Lara Croft vai em busca do legado do pai em aventura digna das duas décadas.

Quantas séries de games estão no mercado há 20 anos? Você conta nos dedos. E Tomb Raider é uma delas. Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration marca esta data: em 2016, a série da protagonista Lara Croft comemora duas décadas de muito sucesso, com o game chegando ao PlayStation 4.

Zelda, Princesa Peach, Carmen SanDiego, Kitana, Sony Blade… Essas mulheres marcaram a vida dos gamers. Mas nenhuma delas como Lara Croft. E neste game, ela volta com tudo – dando inveja até ao Nathan Drake, que provavelmente sequer existiria se não fosse por ela.

Muitos motivos para celebrar

Nestes 20 anos, são 25 títulos de Tomb Raider, contando as suas edições definitivas, expansões e jogos para consoles móveis e smartphones. Lara evoluiu muito, tanto no visual como no conceito como personagem. E, neste jogo, podemos viver seu auge: nova, mas já com experiência e buscando provar algo. 

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O game que chega ao PS4 tem mais de 50 horas de gameplay, com a primeira real expedição de Lara, muito mais do que a sobrevivência dela no seu antecessor, que foi lançado em 2013. A edição inclui um novo capítulo da história, “Blood Ties”, um modo contra zumbis, “Lara’s Nightmare”, novo co-op e até suporte para o PS VR.

Outros atrativos são a dificuldade “Sobrevivente Extremo” na campanha principal, skins clássicos de Lara, roupa e arma especiais da comemoração de 20 anos da série e todas as DLCs que foram lançadas para Rise of the Tomb Raider – que foi exclusivo “da concorrência” por um ano.

Do sexismo ao feminismo: que mulher!

Lara é filha de um ricaço e vivia uma mansão na Inglaterra. Aos 18 anos, já era uma Condessa. Porém, não tinha nada de recatada e do lar. Apesar da beleza e da conta bancária, não era só mais riquinha europeia. Queria viajar o mundo sim, mas não só para conhecê-lo, e sim para explorá-lo, seguindo o legado do seu pai, arqueólogo.

Se nos primeiros games da saga, Lara era vista quase como um “símbolo sexual”, mesmo sendo apenas uma personagem virtual, a percepção tornou-se ainda mais verdadeira quando a aventura foi para o cinema. Angelina Jolie foi a atriz que deu vida à arqueóloga, o que coroou o lado sexy de Croft.

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O que muitos podem ver como sexismo, porém, é justamente o contrário: Lara não é só bela, é também fera. É uma crítica a quem acha que uma mulher linda tem que se limitar a isso. Não, Lara é linda, forte, inteligente, determinada e corre atrás daquilo que deseja – mesmo sendo um tanto inconsequente em diversos casos.

Em meio a tantas discussões sobre feminismo na sociedade, Lara Croft é um caso a ser visto como exemplo. E Rise of The Tomb Raider é uma prova disso. Se no Tomb Raider de 2013 ela ainda era uma menina, agora já está mais calejada e em busca de afirmação como arqueóloga.

A partir de pesquisas do seu pai, Lara tenta descobrir a mítica cidade russa de Kitej, que segundo as lendas, contém os segredos para a imortalidade. Após o que viveu de experiências sobrenaturais em Yamatai no último game, a exploradora vai atrás de um novo capítulo místico nesta história.

A primeira vez é inesquecível

A jornada da busca pela imortalidade marca a primeira vez que Lara Croft viaja para uma expedição arqueológica. Daí o nome do game ser Rise of the Tomb Raider, ou seja, algo como “A Ascensão da Exploradora de Tumbas”. Vinda do conhecimento “acidental” que conquistou no game anterior, agora ela se dedica à exploração.

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E é como diz o ditado: a primeira vez é inesquecível.

Esta foi a minha primeira experiência com Tomb Raider no PlayStation 4, já que eu não joguei Definitive Edition em 2014, pois zerei este game no PlayStation 3, e por isso estava na expectativa para Rise. Quando recebi o código para review, e alguns dias antes do lançamento oficial, fiquei que nem pinto no lixo.

Passei o fim de semana todo com a Lara, para desespero da minha esposa, e tenho o prazer de dizer a vocês: valeu. Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration pode, sem dúvida, ser considerado como a grande experiência de Lara Croft nos games, e isso tanto graficamente como em construção de personagem.

Lara sempre foi bonita, inteligente, exploradora e destemida. Mas está mais. Com o visual arrebatador e mantendo as mecânicas de jogabilidade já feitas pela Square Enix e pela Crystal Dinamics no jogo anterior, Rise of the Tomb Raider merece uma análise positiva. A começar pela combinação ambientação e jogabilidade.

Pule, abaixe, atire, crie artefatos, traduza…

“Ela quica, ela para, rebola, ela trava, ela abre, ela fecha, na ponta ela fica.”

Não, a Lara não faz nada disso. Mas ela atira, ela salta, agacha, ela nada, ela cria, até dá umas traduzidas. Brincadeiras à parte, é muito legal ver a variedade de coisas que ela, como boa arqueóloga, tem para fazer no game. São vários movimentos, diversas opções de interação com objetos e muitas missões.

Além da história principal, Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration tem uma série de sidequests e totaliza mais de 50 horas de gameplay, segundo os desenvolvedores. Para quem quer se ater apenas à missão comum, o jogo já é ótimo. Mas para os loucos das platinas, é melhor ainda ter este mundo semi-aberto. Bem desafiador.

A ambientação do jogo também é espetacular. O cenário é, basicamente, focado em paisagens com neve, mas também há vilarejos com detalhes em rochas e pedras, o interior da mansão Croft, caminhos subaquáticos, tumbas enormes para explorar… E tudo feito com atenção aos mínimos detalhes. Dos objetos às plantas, por exemplo.

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Até mesmo na própria Lara, cujo nível de gráfico é incrivelmente detalhado. Seja nas cutscenes, onde claro, há um ganho de qualidade, ou no próprio jogo em si. Quando ela sai da água, fica toda molhada (sem trocadilhos!), quando sofre dano, fica com a marca de sangue. Sem contar os reflexos e efeitos climáticos no corpo e até no cabelo.

Apesar de um pouco raso, o enredo do game envolve o legado da família Croft, a busca por afirmação e as renúncias de Lara, uma história de traição, um parceiro nas quests e trata de um tema que seguirá intrigando a humanidade por anos: a imortalidade. Sem falar na velha questão de lutar por você ou por todos.

Neste Tomb Raider, como não poderia deixar de ser, o mais legal é explorar. São muitos puzzles pelo caminho, testando seu raciocínio e a percepção dos objetos e situações a seu redor. As descobertas são muito legais, o mundo semi-aberto foi um baita acerto na dinâmica do jogo, e Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration é empolgante.

Conclusão

O nome Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration é perfeito para descrever o game: é, de fato, uma celebração. Que marca os 20 anos da triunfante Lara Croft no mercado. O jogo traz tudo o que a série tem de bom e aperfeiçoa o Tomb Raider de 2013. Para os jogadores do PlayStation 4, valeu esperar.

Jogabilidade irretocável, gráficos belíssimos, uma história linear simples, mas que envolve o jogador, sidequests variadas, puzzles de quebrar a cabeça… “Definitive Edition” é o nome do seu antecessor, mas pode-se dizer que Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration é a experiência definitiva de Lara Croft nestes 20 anos.

Veredito

Sistema:

Desenvolvedor:

Jogadores:

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Vantagens
Desvantagens
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.