Riders Republic: vale a pena?
"Battle Royale" de esportes da Ubisoft é uma ideia ousada e divertida, mas precisava de uma jogabilidade melhor
Um jogo de mundo aberto de esportes não é lá das experiências mais comuns que se tem nos games, certo? De aventura, sim, de corridas de carro, talvez. Mas esportes radicais? Só por isso, Riders Republic já chama a atenção. Para uns, positivamente. Para outros, pode soar como loucura. Depois de testá-lo por alguns dias, é bem provável que você esteja no primeiro time.
Afinal, o game possui uma ambientação incrível, um mundo “vivo”, com vários eventos pré-definidos, mas também surpresas que aparecem ao longo do caminho, diversos cenários diferentes, uma infinidade de modalidades e equipamentos para usar… Tudo isso com a conexão online a uma penca de jogadores que fazem com que você realmente se sinta ali.
E o bacana é que ele oferece dois tipos de experiência: a competitiva, com vários eventos, pessoas e tudo mais, e também uma bem mais “relax”, para você só se divertir mesmo. A única questão é que as mecânicas de jogabilidade, principalmente na hora de fazer manobras mais ousadas, não são tão legais assim. Os comandos são bastante limitados.
Radical…
A proposta de Riders Republic, como diz o nome do jogo, é bem simples: ter, realmente, uma república de “riders”, de pessoas que vão andando por aí em suas pranchas, suas bikes, para disputarem provas. É exatamente isso o que se sente ao entrar nesse mundo — após o seu longo (mas necessário) tutorial.
Ele tem um mapa gigantesco, com diferentes cenários, de neve, de deserto, com árvores, e o jogador é convidado a explorar usando os equipamentos que mais gostar. Pode ser um snowboard, uma BMX, um wingsuit e por aí vai. Você cria seu personagem, customiza ele (existem muitos elementos cosméticos com microtransações aqui) e se joga no mundão.
Conforme dito anteriormente, é possível fazer isso “for fun”, só para curtir mesmo, ou então entrar no universo conectado competitivo, com pessoas fazendo a mesma coisa que você e ainda se desafiando em eventos. Há “missões” marcadas no mapa, outras que aparecem conforme você passa pelos locais e até momentos em tempos específicos nos quais o jogo proporciona aleatoriamente.
A fórmula é bem semelhante ao que acontecia com The Crew, por exemplo, mas com uma variedade de possibilidades bem maior. Só pelos diferentes equipamentos, você já tem provas bem variadas. Mas, dentro deles, também há opções. Por exemplo: você pode usar a bike para provas de corrida tradicionais ou para desafios de habilidades, onde o que importa é fazer pontos com manobras.
Por trás de tudo isso, há um sistema de progressão do personagem, que vai ganhando XP e estrelas para ir desbloqueando mais desafios, equipamentos e cosméticos. Isso é legal, e vale ressaltar que as compras com dinheiro real são apenas para skins e itens de beleza, nada que possa ser considerado pay-to-win.
Mas nem tanto!
Se todos esses aspectos pesam para um lado, a jogabilidade, infelizmente, pesa para o outro. Não que seja ruim, mas deixa um pouco a desejar. Especialmente se você já teve experiências com outros games de esportes radicais, como Tony Hawk’s Pro Skater. No título de skate, o bacana é você emendar vários tricks e fazer pontuações absurdas. Isso não rola em Riders Republic.
Até dá para fazer algumas variações nas manobras, mas só nos giros e nos grabs. O trick em si não tem como ser emendado em outro. Exemplo: você não pode ir lá em cima, dar um backflip e depois emendar em alguma coisa. A primeira manobra feita é sempre aquela que termina o movimento. Isso acaba deixando as coisas um pouco previsíveis.
Além disso, guiar pode ser difícil na dificuldade padrão do jogo, mas extremamente fácil na outra. Não há um meio-termo. A curva de aprendizado para entender como emendar as manobras e, principalmente, aterrissagens, não é tão simples — mas é bem melhor jogar no modo “real” do que no “de lazer”.
Outros pontos que incomodam são a pequena história — totalmente dispensável — e alguns ângulos de zoom de câmera aleatórios que podem atrapalhar um pouco no meio das descidas. Por fim, o jogo “fica velho” rápido. Tem potencial para engajar, mas não parece que vai aproveitar isso ao máximo. Especialmente no Brasil.
A física de algumas disputas e os crashes ocasionais também são duchas de água fria. A trilha sonora é outro ponto que deveria ser bem melhor. Games como esse têm identificação rápida com vários estilos de música que podem melhorar muito o gameplay, mas em Riders Republic, talvez seja melhor colocar uma playlist no Spotify.
Ainda assim, vale ressaltar a boa localização, a presença do crossplay e o desempenho excelente no PlayStation 5. Além da liberdade de jogar nos esportes que você quiser. Se tu não curte bike, vai esquiar ou voar. Ou ao contrário. Use a viagem rápida ou ande pelos cenários. Você que sabe. Você é livre! Totalmente livre!
Riders Republic: vale a pena?
Riders Republic é muito mais divertido do que você imagina. Desde seu anúncio, o battle royale enfrentou uma certa desconfiança de parte da comunidade, mas chega para provar ser uma aposta válida como sucessor de Steep. E as primeiras notas dele na mídia internacional comprovam isso.
Não é um jogo perfeito ou “obrigatório”, mas para quem curte experiências multiplayer online e esportes radicais, é um prato cheio. Seu mundo aberto é bem completo, a variedade de modalidades agrada (e a de roupinhas pro seu personagem também), os gráficos também impressionam… “Só” a jogabilidade que poderia entregar mais. Ah, e a história — que nem precisava existir.
Mas, no geral, é uma experiência interessante e que, aparentemente, está só no começo. O preço é alto? Sim. Por outro lado, ele oferece bastante conteúdo e promete muitos DLCs gratuitos durante o seu primeiro ano. Se você se amarra nesse tipo de coisa, vale a pena garantir logo. Se tem curiosidade, espere uma promoção e aproveite. Você vai curtir Riders Republic!
Veredito
Vantagens
- Mundo aberto criativo e divertido
- Ambientação e visuais muito bem feitos
- Variedade de esportes e opções de visual
- Liberdade para fazer o que você quiser
Desvantagens
- Jogabilidade poderia ser um pouco melhor
- Jogo pode acabar se tornando repetitivo