Predator: Hunting Grounds: vale a pena?

O Predador é uma das figuras mais importantes do cinema e já ganhou participações especiais em diversos jogos. Mas por que não um jogo só dele? A IllFonic e a Sony abraçaram a ideia e resolveram dar o papel principal de um game para a criatura extraterrestre em Predator Hunting Grounds.

Se você já jogou Friday the 13th: The Game (que inclusive foi produzido pela IllFonic), Dead by Daylight e até Resident Evil REsistance já consegue entender como funciona Predator: Hunting Grounds: trata-se de um multiplayer assimétrico – de um lado temos uma equipe de quatro soldados e do outro o Predador.

A experiência é uma “caça”, onde o jogador pode assumir o papel de caçador ou caçado. Algo que pode até ser divertido, mas que assim como os outros jogos do gênero, cansa rápido – e, nesse caso, infelizmente, mais ainda. Afinal, o game não possui tantos atrativos para fazer com que os jogadores se engajem com frequência.

Outro tema, mesma receita

Jogar como equipe Vodu-1 é bem fácil e parece muito com os jogos multiplayer que já estamos acostumados. É possível personalizar a classe, escolher as armas e gadgets que evoluem a medida que você joga mais e desbloquear novos acessórios (semelhante Call of Duty, por exemplo).

A equipe precisa realizar diversos objetivos, como procurar documentos, queimar drogas, abater alvos de valor entre outros e depois correr para o ponto de extração e esperar o helicóptero. A variedade de diferentes missões é boa, entretanto não são difíceis e até um pouco curtas demais.

Além do Predador sempre de olho na Vodu-1, existem inimigos NPCs durante toda a missão. Era para isso dificultar um pouco as coisas, só que talvez esteja aí um dos pontos de desequilíbrio do jogo quando se joga como equipe: as IAs são alvos fáceis demais. Somente na hora da extração, quando os jogadores estão tentando fugir, elas vêm mais agressivas e em maior quantidade.

No entanto, mesmo assim, não é difícil escapar. Jogar e vencer como equipe é bem fácil, desde que todos permaneçam juntos: desgarrar-se do bando te torna presa fácil, já que o Predador é bem mais forte que um humano.

Já a jogabilidade da criatura requer um pouco mais de treino: é preciso jogar várias e várias vezes até entender como usar os recursos disponíveis. Escalar árvores, utilizar a visão de calor, a camuflagem para te deixar “invisível”, além de dominar as suas variadas armas é essencial para conseguir os abates.

Contudo, por mais forte que o Predador seja, atacar em momentos em que a equipe esteja junta e sob ataque da IA, pode ser fatal para o extraterrestre: tomar muito dano faz com que ele seja derrubado, facilmente abatido e o gameplay acaba aí, com a sobrevivência dos que estiverem de pé.

Uma nota interessante é que, quando jogamos nos primeiros dias, raramente víamos um abate do Predador. Mas, com o passar do tempo, ficou claro que os jogadores foram aprendendo a dinâmica de controlar o “vilão” e elevando o grau de dificuldade da experiência. Isso foi um ponto bem positivo, mostrando como a experiência pode evoluir.

Mas ainda faltam mais “recursos” para deixar as presas mais vulneráveis ao caçador. Se a equipe permanecer focada, a vitória – derrota do alien – é quase uma certeza. Talvez tenha faltado distribuir tarefas para que, em alguns momentos, a equipe tivesse que se dividir (como apertar dois botões em locais separados, simultaneamente), assim o esquadrão precisaria redobrar a atenção.

Welcome to the Jungle

A selva onde acontece a incursão do Vodu-1 é bem construída para dar vantagens aos dois lados. Muitas árvores para o Predador perseguir, atacar e fugir..folhas altas, lama e cabanas para o time conseguir alguma cobertura e camuflagem.

Mesmo que os gráficos não sejam lá nada surpreendentes, é bacana ver que a Illfonic teve alguns cuidados como os tiros destruírem alguns galhos mais finos das árvores, destruir equipamentos, fogo dar dano, etc.

Os gráficos são ok, mais trabalhados que Friday the 13thOutro ponto bacana a se ressaltar é o áudio do jogo como um todo: desde a trilha sonora, baseada nos filmes, até os efeitos sonoros que criam a atmosfera quase aterrorizante por saber que o Predador está próximo, mas não saber onde…

Por outro lado, o desempenho deixa a desejar com quedas de frames em momentos de maior ação. O título foi testado no PS4 padrão e no PS4 Pro, e isso aconteceu em ambos os consoles.

Uma observação para os caçadores de troféus, que buscarão platinar o game: será preciso repetir e repetir as missões de ambos os lados para conseguir os 46 desafios, com alguns bem maçantes como “Atirar em 100 galhos de cobertura” ou “Abater 500 soldados de IA como Predador”.

Legal, mas…

Assim como os jogos desse estilo, Predator: Hunting Grounds diverte, mas “enjoa” rapidamente – ainda mais se você não tem vários amigos para jogar com você.

E jogar como Predador é o mais desejado pelos jogadores, fazendo com que a espera seja muito grande (entre 7 a 10 minutos) para as partidas de matchmaking. Ou seja, se você quer ser o caçador, a melhor maneira é reunir os seus amigos e jogar uma partida privada.

Por mais que o jogo tenha criado artifícios como a progressão e personalizações para estimular o fator replay, ele é mais para visitar quando a galera estiver online e afim de jogar algo mais descompromissado.

É uma experiência “ok”, divertida, mas que pode ser deixada em segundo plano por agora, aguardando uma promoção. Mesmo que ele custe “apenas” R$ 159,90 na PlayStation Store.