One Piece: Pirate Warriors 4: vale a pena?
Jogo traz cenas marcantes do anime e conta com muitos personagens jogáveis
“Sagashi mono sagashini yuku no sa! One Piece!” Se você reconheceu a frase (mesmo escrita em japonês), pode-se considerar um fã da obra de Eiichiro Oda. E é exatamente aí onde a Bandai Namco aposta em ‘One Piece: Pirate Warriors 4‘: um jogo para quem é apaixonado pela tripulação do Bando do Chapéu de Palha.
O game é o quarto da série, portanto, não é exatamente uma novidade para quem adquiriu algum dos títulos anteriores: trata-se do gênero musou, onde a grande sacada é derrotar centenas de inimigos de uma só vez com combos dos mais variados. Isso enquanto cumpre-se um objetivo principal na fase, como conquistar certa área do mapa ou eliminar chefões.
One Piece: Pirate Warriors 4 cumpre bem seu papel de entreter o jogador com uma boa variação de personagens selecionáveis, sendo que cada um tem um estilo diferente de luta. Além, é claro, de reviver cenas marcantes do mangá/anime. Entretanto, isto não livra o jogo de certos problemas como erros grotescos na localização e ao apresentar uma fórmula repetitiva.
Uma aventura pela Grand Line
O jogo possui três modos para o jogador se divertir: “Log Dramático”, “Log Gratuito” e “Log do Tesouro”. O primeiro é a campanha principal, o segundo traz as mesmas missões da história mas com a opção de usar qualquer personagem desbloqueado e o terceiro vem com uma série de missões não vistas nos dois primeiros modos.
O foco aqui será o “Log Dramático”, onde acontecem várias das cenas conhecidas de One Piece. No entanto, não pense que você começará no East Blue dentro de um barril, como aconteceu com o protagonista Monkey D. Luffy. A campanha dá um belo salto temporal e tem início na Grand Line, no arco de Alabasta, onde o objetivo é salvar o país desértico das mãos do pirata Crocodile.
É aqui que One Piece: Pirate Warriors 4 começa a ficar um pouco decepcionante. Embora seja compreensível existir cortes na adaptação do anime para o jogo (são 926 episódios até o momento) muitas partes e personagens foram esquecidos. Em Alabasta mesmo, não há qualquer menção ao pato Carue, que chegou até a ser um tripulante do navio de Luffy, o “Going Merry”.
Após acabar o tour no deserto, o jogador ainda vai encarar outros cinco arcos: Enies Lobby, Marineford, Dressrosa, Ilha Whole Cake e Wano (sendo este último, uma história original). Cada passagem possui pelo menos seis missões, que demandam certo tempo para serem completadas, é verdade. Entretanto, quem conhece o mangá sabe: muita coisa acabou cortada.
De qualquer maneira, em cada parte adaptada o fã vai sentir boas doses de emoção ao rever cenas clássicas e de partir o coração. A despedida de Vivi Nefertari, o resgate de Robin, o “descanso” do Going Merry… estão todas lá para serem apreciadas com a emoção transmitida pelos dubladores originais.
E por falar em dublagem, o título tem áudio apenas em japonês. Isto é compreensível, dado que as vozes marcantes vem exatamente do Japão. Legendas também estão no game, e o melhor: em Português do Brasil. Mas ao invés de ser exaltada, a opção chegou com problemas. Em várias partes da campanha, a legenda é simplesmente trocada para o espanhol sem qualquer explicação ou ação do jogador.
Jogabilidade repetitiva
Quem já desfrutou de um título musou sabe perfeitamente que é um “mais do mesmo”. O jogo começa empolgante, sendo bem divertido lidar com trezentos inimigos ao mesmo tempo com um só combo. O problema é: aquele mesmo combo vai se repetir inúmeras vezes através do gameplay.
Nem mesmo a variedade de personagens selecionáveis elimina esse problema. Desde o momento em que se lança um ataque, o jogador já tem ideia do resultado: os inimigos irão voar pelos ares, um atrás do outro.
E por falar nos lutadores, alguns conseguem voar, como são os casos de Crocodile e Sanji. E embora a mecânica soe interessante a princípio, não há meio de controlar sua altitude. Isto torna difícil a tarefa de atacar oponentes que estão no chão, mesmo quando a altura deveria ser vantajosa.
Por outro lado, a diversão de One Piece: Pirate Warriors 4 vem exatamente da quantidade de personagens jogáveis. Gosta de alguém que parta para pancadaria? Luffy está lá. Prefere um atirador mais estratégico? Usopp é uma boa opção. Velocidade é seu forte? Sanji atenderá este parâmetro. Existem lutadores mais fortes que outros, mas nenhum é fraco ao ponto de ser esquecido.
Riqueza, fama e poder
“Riqueza, fama e poder”. A frase presente na primeira abertura do anime é válida para One Piece: Pirate Warriors 4. O jogo possui um sistema de recompensa envolvendo moedas e dinheiro (Berries), que podem ser gastos para aumentar o poder dos personagens.
A cada missão completada, dependendo do ‘rank’ conquistado, uma quantidade de moedas e dinheiro será concedida ao jogador. Então, basta ir até a árvore de habilidades de um lutador para melhorar sua vida, vigor, ataque, defesa, além de desbloquear combos mais poderosos. Isto será de importância fundamental para o andamento do gameplay.
Conforme se avança pelo “Log Dramático”, os inimigos ficam mais difíceis de serem batidos. Portanto, cabe ao jogador escolher um personagem para ter preferência na melhora dos atributos. Editar a árvore é bem legal e faz o fã pensar na melhor build, isto até suas moedas e Berries esgotarem.
Gráficos aquém do esperado
A evolução gráfica de One Piece: Pirate Warriors 4 em relação ao terceiro título é nítida. O jogo parece mais bonito e agradável aos olhos dos fãs se comparado com o de 2015 (até porque são cinco anos de diferença entre eles). Mesmo assim, não é empolgante. Na verdade, as expressões e características dos personagens poderiam ser muito melhores.
Em cutscenes é difícil ver as figuras do jogo transmitindo emoção com seus olhares ou expressões faciais. Parece robótico, muito diferente de algo esperado do universo de One Piece, onde emoção é o que não falta.
Os inimigos dos Chapéus de Palha também não são exatamente diferentes uns dos outros. Enfrentar comandantes na mesma fase chega a ser estranho. É como se o oponente tivesse revivido e aparecido em outro local do mapa, pois seus designs são parecidíssimos. A variação acontece apenas quando se troca de arco, afinal não dá pra enfrentar um marinheiro na Ilha Whole Cake (território da Big Mom), não é mesmo?
One Piece: Pirate Warriors 4 vale a pena?
One Piece: Pirate Warriors 4 é divertido e praticamente uma boa oportunidade para quem é fã dos Chapéus de Palha. Cumpre sua proposta de entreter o jogador com uma boa história e um gameplay bem construído, apesar de repetitivo.
Se você é fã da franquia, não deve se decepionar. Apenas faça suas malas e embarque em uma aventura pelos mares da Grand Line em busca do tesouro máximo, o One Piece. Caso não faça parte desse grupo, talvez não seja a melhor hora para adicionar o jogo à sua biblioteca.
Veredito
One Piece: Pirate Warriors 4
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Omega Force
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- Variedade grande de personagens
- Cenas marcantes estão no jogo
- Árvore de habilidades bem feita
Desvantagens
- Jogabilidade repetitiva
- Erros de localização
- Gráficos aquém do esperado