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Nobody Wants to Die: vale a pena?

Visualmente deslumbrante e narrativamente forte, Nobody Wants to Die é uma bela homenagem à ficção científica moderna

por André Custodio
Nobody Wants to Die: vale a pena?

Aguardado jogo de estreia da Critical Hit Games, Nobody Wants to Die vem chamando a atenção desde seus primeiros trailers. Agora, finalmente o título está disponível no mercado, e vale a pena frisar: que baita homenagem à ficção científica moderna.

Fãs de Matrix, de Blade Runner e de filmes sci-fi underground como o imprevisível Upgrade imergirão nos primeiros segundos em uma trama distópica por essência. Enquanto isso, ela certamente despertará boas lembranças para quem sente falta de Night City.

E em meio aos elementos que marcaram as propostas centrais desses memoráveis conteúdos do entretenimento, surgem novos personagens, mecânicas e fundamentos — tudo isso sem perder em absolutamente nada o respeito pelo gênero estabelecido.

Nova York precisa de salvação

No ano de 2329, Nova York passou a ser dominada por pessoas que desafiam a mortalidade. Pagando um preço alto, elas conseguem transportar suas mentes para corpos mais novos, adaptando-se às diversas sequelas de suas “cascas”.

Com isso, a humanidade se perde e parte da elite começa a conspirar para transformar esse padrão social em um negócio lucrativo e ilegal. Assim, um assassino em série aparece na cidade e age como a lei dos mortais, subjugando opressores brutalmente.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Nesse contexto, o enlutado detetive James Karra, que perdeu o posto após se envolver em uma tragédia sem precedentes, assume a investigação de forma não-oficial. E para conter seus métodos pouco tradicionais, a agente Sara Kai é chamada para monitorá-lo.

Logo, a dupla adentra o submundo do crime e descobre que pessoas protegidas pelo sistema estão por trás de esquemas sombrios. Será que elas têm relação com o assassino? Como Karra superará o luto e suas limitações físicas para confrontar uma verdade horripilante?

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Nobody Wants to Die é o título de estreia da desenvolvedora polonesa Critical Hit Games. Proposto como uma experiência cinematográfica, o game traz um suspense noir baseado em escolhas, combinando interações, narrativa e mecânicas de investigação.

O jogo possui uma duração de 5 a 6h de campanha, introduzindo uma jornada consistente e condizente com o tempo oferecido. Além disso, toda a ação ocorre em primeira pessoa e não inclui quaisquer eventos de combate controlados pelos jogadores.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Vale pontuar que Nobody Wants to Die possui localização em português do Brasil para menus e textos, múltiplos finais, eventos que dependem de escolhas narrativas e uma história linear, com diversos objetos interativos mas que não contam como coletáveis.

Suspense cinematograficamente impressionante

Nobody Wants to Die é uma experiência cinematográfica completa. Quem curte jogos baseados em narrativas, em especial adaptados do suspense noir das décadas de 1960 e 1970, será levado para uma jornada profunda e muito, mas muito bem realizada.

São vários aspectos que merecem elogios: os personagens centrais são muito carismáticos, fortes e bem desenvolvidos, a história é excelente, complexa e objetiva, as reviravoltas fazem frente aos grandes filmes sci-fi e a trilha sonora é bem característica.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Porém, é impossível negar que o grande destaque de Nobody Wants to Die está nos visuais. Os trailers divulgados desde seu anúncio, que renderam muitos elogios nas redes sociais, são autênticos, e chega a ser surpreendente quando isso se torna uma realidade.

Os cenários são riquíssimos em detalhes, com carros voadores, poeira atmosférica, efeitos neon e muitas partículas. Além disso, reflexos e sombras são incríveis, aliando-se a personagens presentes e a um protagonista com corpo completo.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Nobody Wants to Die também introduz um mundo bastante orgânico, mesmo sendo scriptado devido à escolha de gênero pelos desenvolvedores. E mesmo alguns bugs visuais não atrapalham a experiência, pois Nova York é brutalmente imersiva.

O título apresenta uma história profunda de luto e justiça, permitindo que os jogadores façam parte de cada evento através de suas decisões. Interagir com objetos e tomar certos caminhos também destravam novos diálogos e expandem a dramaticidade.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

De fato, Nobody Wants to Die tem tudo que uma boa narrativa distópica exige: discussões morais, elementos tecnológicos, construção de mundo, investigação em uma ótima dose e reviravoltas pontuais.

James Karra: o Batman de 2329

Inteligentíssimo, James Karra é um detetive muito experiente e leva a sério todas as suas investigações. É extremamente satisfatório acompanhar suas resoluções, especialmente quando há a sensação de você também fazer parte das conexões entre pistas.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Assim como o Batman, o protagonista de Nobody Wants to Die está equipado com gadgets de última geração. Entre eles, estão: uma máquina de avançar e voltar no tempo (reconstruir cenas), uma de raio-x e uma de luz ultravioleta.

Juntas, essas ferramentas ativam um modo quebra-cabeça, onde é preciso identificar caminhos lógicos, mas muitas vezes escondidos em cada investigação. Aqui é onde funcionam as mecânicas centrais de jogabilidade e se destacam efeitos técnicos em tempo real.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Tudo é muito bem feito. E não é exagero: é muito bem feito mesmo. Os visuais são belíssimos e acompanham fluxos de sangue, explosões, vidros quebrados, expressões faciais, direção de projéteis e muito mais.

Fora isso, a interação entre Karra e Sara é única. Dotados de carisma, eles marcam um ambiente bastante profissional em Nobody Wants to Die, mas sem deixar as provocações e os breves alívios cômicos de lado. Mais uma vez: a história é construída organicamente.

Nobody Wants to Die
Fonte: André Custodio

Novamente, vale reforçar: o game se assemelha às estruturas de jogos da Telltale e da Supermassive, mas contendo mais missões de jogabilidade ativa e um realismo considerável em absolutamente todos os aspectos visuais.

Nobody Wants to Die: vale a pena?

Nobody Wants to Die é uma incrível surpresa em um ano já repleto de grandes jogos. Com uma jornada impactante, gráficos absurdos e um ótimo desenvolvimento geral, o game veio para se estabelecer no exigente cenário de ficção científica moderna.

Há deslizes em aspectos técnicos, mas eles nem de longe atrapalham a experiência. O tempo de campanha também é bastante satisfatório e consegue fechar bem um suspense com múltiplos finais e eventos determinados pela escolha.

Donos de PS5 já podem adquiri-lo na PS Store por um excelente preço: R$ 133,90. E se você for assinantes PS Plus, ainda há um desconto de 10% até o dia 31 de julho. Com avaliações quase máximas no site, Nobody Wants to Die é garantia de um bom negócio.

Nobody Wants to Die está disponível para PS5, Xbox Series e PC.

Veredito

Nobody Wants to Die
Nobody Wants to Die

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Critical Hit Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Um absurdo em termos visuais
  • História complexa e muito bem desenvolvida
  • Ótimas mecânicas de investigação
  • Bom tempo de campanha
  • Localização em português do Brasil para menus e textos
  • Excelente trilha sonora
  • Dublagem convincente e marcada pela linguagem distópica
  • Impactante homenagem à ficção científica
Desvantagens
  • Alguns bugs em sombras, iluminação e animações
André Custodio
André Custodio
Redator
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Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.