Monster Hunter Stories: vale a pena?
Port para PlayStation renova bastante o conceito da franquia, mas pode trazer barreiras para quem quer ir até o final
Hora de aliviar um pouco a intensa caça aos monstros e partir para uma aventura mais casual. Monster Hunter Stories é uma das estreias marcadas para junho e chega ao PS4 com a proposta de trazer aquele respiro para fãs da franquia.
Simples, direto e familiar, o JRPG da Capcom ganha um novo lar. Já disponível no Nintendo Switch, ele abraça o público dos consoles da Sony trazendo os icônicos monstros de volta, mas com uma proposta que pode prejudicar em termos de impacto.
Vem com a gente conferir tudo sobre Monster Hunter Stories.
Todo herói precisa de um amigo
Após sua vila ser atacada por um Nargacuga transformado por um fenômeno natural, um jovem Rider deve partir em uma jornada para entender o que estaria mexendo com a mente das criaturas. Porém, ele não está só: um bebê Ratha lhe acompanhará na aventura.
Em um mundo mágico repleto de perigos, o habitante da Vila Hakum precisa provar que nem todas as criaturas são iguais ao Nargacuga. Mas para isso, ele precisa impedir que o Miasma Sombrio se espalhe pelos quatro cantos e ameace toda a humanidade.
Alguns animais estão prontos para se juntarem à sua equipe, enquanto outros precisarão de um pouco mais de “convencimento”. E apesar dos desafios e dos seres hostis, nada impedirá que a difícil missão seja cumprida.
Monster Hunter Stories é um RPG por turnos em essência. O título foge totalmente do conceito de ação em tempo real dos games anteriores, que tinham a caça e um combate mais hack ‘n’ slash como foco.
Alguns elementos originais são mantidos, como: monstros, design de mapas semiaberto, personalização de builds, incontáveis itens consumíveis e opções de forjar armas e equipamentos. Porém, há uma concentração maior de eventos narrativos.
O game também conta com um forte sistema de backtracking, onde é necessário revisitar locais várias vezes para cumprir missões principais e secundárias, coletar recursos e buscar materiais de forja. Tudo isso resulta em uma campanha com 30h de duração.
No aspecto geral, esses elementos conversam bem e oferecem uma experiência sólida e bastante casual. Infelizmente, algumas escolhas impactam em especial a exploração, que é muito menos interessante em comparação com o lado de ação em tempo real.
Mundo denso, mas sem graça
As missões de Monster Hunter Stories consistem no tradicional “vá de A para B”. E enquanto vários monstros estão situados nesse meio do caminho, trechos sem combate podem ser extremamente entediantes.
As cidades são vivas e repletas de NPCs, com músicas características e estilos que classificam os habitantes em grupos. Mas não é possível falar o mesmo da área selvagem: silenciosa, ela dá uma sensação de vazio, com nada além de criaturas para serem derrotadas.
Com o passar da campanha, vantagens de monstros permitem alcançar locais secretos, como vinhas, entradas subterrâneas, colinas de saltos e ilhas nos mares e na lava, mas com o tempo isso perde o impacto; não precisa muito tempo para que fique desinteressante.
Além disso, Monster Hunter Stories tem problemas de ritmo narrativo. A história não é das melhores e é cheia de conveniências, mas o fato da campanha ser excessivamente longa pode incomodar.
Personalização faz belo tributo à franquia
Problemas à parte, a personalização em Monster Hunter Stories é super interessante. Fãs da franquia vão se lembrar da mecânica de coletar materiais, de transformá-los em armas e equipamentos e de fortalecê-los.
Os visuais de trajes e de armas são bem bonitos e devem ser testados constantemente, à medida que se encontra o equilíbrio. Como o jogo realmente é bastante difícil devido à ausência de padrões nos ataques dos monstros, é preciso experimentar vários tipos de builds.
As missões secundárias do game oferecem benefícios, pois entregam itens e recursos que facilitam a progressão. Mas o importante mesmo é ir atrás dos monstros e caçar várias vezes aqueles que mais contribuem com sua equipe.
Monster Hunter Stories também conta com uma mecânica interessante de Legado, onde monstros não utilizados oferecem seus genes para outros. Assim, há a possibilidade de mesclar habilidades e atributos em espaços limitados.
Tocas raras garantem criaturas mais poderosas, e o gatinho Navirou dá dicas sobre quais ovos têm mais chances de chocar um amigo poderoso. Todas essas funções são bastante objetivas e se incorporam naturalmente com o gameplay.
Os visuais de animações são no estilo amiibo e os de ambientações sofrem com algumas falhas de texturas. Dessa forma, o charme gráfico do jogo fica por conta dos conjuntos de armas e de equipamentos, que trazem a essência de seus “donos”.
Por fim, conteúdos endgame apresentam criaturas de nível de raridade mais alto, materiais que extrapolam a evolução máxima dos equipamentos e eventos narrativos inspirados na lore do mundo. A questão é ter paciência e chegar até lá…
Multiplayer é uma sobrevida, mas não por muito tempo
A Capcom incorporou um sistema multiplayer em Monster Hunter Stories, baseado em PvP. Nele, dois jogadores escalam uma equipe reduzida de monstros e se enfrentam. Quem derrubar o adversário três vezes vence.
Esse modo é livre e pode ser acessado a qualquer momento. Ele pode ajudar caso os jogadores queiram testar builds de monstros contra adversários não controlados por IA, mas não se sustenta por muito tempo por ser só isso.
Felizmente, o PvP é só um bônus e não impacta a história em momento algo. Assim, ele basicamente é feito para se divertir com amigos ou procurar uma experiência pós-game.
Monster Hunter Stories: vale a pena?
Monster Hunter Stories tem seu carisma e seu conceito bastante presente, mas pode ser um banho de água fria para os fãs mais hardcore. Difícil em vários momentos, o game frustrará quem deseja um ritmo mais cadenciado.
Em contrapartida, novatos na série podem encarar o jogo como uma boa porta de entrada. É interessante conhecer os monstros e suas propriedades, as funções de itens, o sistema de personalização e outros elementos marcantes — tudo localizado em português do Brasil.
Como não há versão de PS5, ele está travado às limitações de desempenho do PlayStation 4. Dessa forma, é recomendado esperar uma promoção e ir sem grandes expectativas para esse game.
Monster Hunter Stories está disponível para Nintendo Switch. O game será lançado nesta sexta-feira (14) para PS4 e poderá ser jogado no PS5 via retrocompatibilidade.
Veredito
Monster Hunter Stories
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: Capcom
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- Gameplay bastante convidativo
- Muitas opções de armas e armaduras
- Ótimo design dos equipamentos
- Conteúdos endgame que estendem bastante a vida útil
- Localização em PT-BR para menus e textos
Desvantagens
- Mundo semiaberto sem graça
- Visuais in-game pouco atraentes
- Modo multiplayer desinteressante