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Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin: vale a pena?

Com melhorias significativas em comparação com o primeiro jogo, Stories 2 é uma aventura que ainda peca em elementos cruciais

por André Custodio
Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin: vale a pena?

Simultaneamente ao Monster Hunter Stories, Monster Hunter Stories 2 chega ao PS4 em um pacote de novas aventuras. O JRPG inspirado no mundo mágico dos caçadores ganha uma nova casa e busca jogadores que queiram experimentar uma pegada casual.

E muito mais que uma mera atualização visual, o game traz mudanças em diversos sistemas de jogo, todas com o intuito de simplificar algo que era relativamente completo. Obviamente, várias delas foram bem-vindas, enquanto outras seguem repetindo mesmos erros.

Quer saber onde Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin erra e acerta? Confira abaixo a análise completa desta “nova” aventura.

O ciclo de destruição se repete

Anos depois dos eventos destrutivos do Miasma Sombrio, o mundo tenta restabelecer sua paz. Porém, os impactos causados pelos monstros deixaram marcas na humanidade e dois grupos centrais se dividiram: os Caçadores e os Montadores.

Enquanto os Caçadores passaram a repudiar a existência e o convívio com monstros, os Montadores seguem tentando convencer as pessoas de que nem todas as criaturas são más. Até que o renascimento de um poderoso ser faz toda a esperança se chacoalhas.

Monster Hunter Stories 2
Fonte: André Custodio

Conhecido como Asas da Ruína, um Rathalos é visto como uma entidade profética, projetada para destruir o planeta e manipular a mente de todos os monstros vivos. Resta a um herói e seus poucos amigos fortalecer a Afinidade com as criaturas e provar o contrário.

Como de praxe, a jornada não será nada fácil. Ao redor do continente, diversos poços de energia começam a surgir, deixando os seres vivos ao redor hostis e completamente enfurecidos. O que estaria por trás dessa energia misteriosa?

Monster Hunter Stories 2
Fonte: André Custodio

Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin é uma sequência direta do primeiro game e mantém todos os elementos de jogabilidade: combate por turnos, mundo semiaberto, personalização de equipamentos e armas, foco narrativo e muitos conteúdos adicionais.

A história traz alguns pontos mais interessantes em comparação com o jogo anterior. Essas mudanças, reunidas com reviravoltas pontuais e melhorias consideráveis nos gráficos, são bem-vindas e resumem uma experiência mais sólida e atraente.

Monster Hunter Stories 2
Fonte: André Custodio

Mais personagens, cenários e eventos narrativos funcionam muito bem em um game familiar. Além disso, uma redução considerável no tempo da campanha e o retorno da localização em PT-BR evitam excessos no fluxo e torna a aventura mais “identificável”.

Como visão geral, Monster Hunter Stories 2 é um título agradável e com escolhas bem mais inteligentes em relação ao seu antecessor. Explorar um mundo mais bem construído e interagir com NPCs aprimorados em termos de design são o grande charme do jogo, apesar de haver algumas falhas.

Combate mais fácil, mas não subestime

O combate em Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin está muito mais fácil em comparação com o antecessor. Enquanto o primeiro game não havia padrões de ataques para os monstros, no segundo é possível prever e decorar os movimentos de cada oponente.

São dezenas de criaturas e variações, mas elas tendem a repetir comportamentos independentemente de ser no mundo selvagem ou como chefes. Além disso, como seus padrões são previsíveis, há como garantir maior resistência elemental por meio das armaduras.

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Fonte: André Custodio

Os cenários mais espaçados de Monster Hunter Stories 2 — e infelizmente ainda entediantes — permitem rushar mais a campanha. É muito fácil driblar os monstros e passar ileso por áreas relativamente desafiadoras. Mas isso não deve ser motivo para evitar treinos.

A segunda metade da campanha é desafiadora. Inimigos mais poderosos começam a surgir, e com isso a chance de você ser derrotado com um único golpe. Dessa forma, as facilidades não devem ser subestimadas e ainda é preciso grindar antes de avançar na história.

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Fonte: André Custodio

Os itens são mais escassos e alguns deles são destraváveis apenas através de missões secundárias. Outro detalhe fica por conta dos longos trechos de caminhada, pois cada final de capítulo exige que o herói ande por minutos em mapas cansativos.

Morrer em um confronto o leva de volta para a aldeia mais próxima, mas também obriga que todo o caminho seja percorrido novamente. Os pontos de viagem rápida são espaçados e não levam diretamente para um local de interesse. Então, treine sempre.

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Fonte: André Custodio

Felizmente, as tocas de monstros são mais recompensadoras. Cavernas douradas podem ser encontradas a todo instante e os ovos estão localizados no final de cada região sem ameaças, pois não há monstro na toca ou as criaturas estão dormindo. Explore isso.

Caso precise subir de nível, Monster Hunter Stories 2 traz novamente os itens de “salto de level”, mecânica de oferendas (buffs temporários) e torneios contra duplas e solos. Um recurso de provações também aparece nas missões secundárias e foca em boss rush.

Mais uma vez, o multiplayer PvP é apenas um bônus

Os erros no mundo aberto sem graça e na falta de profundidade dos personagens se repetem. Porém, não apenas isso: a Capcom segue sem saber o que fazer com um multiplayer PvP totalmente sem propósito.

As batalhas jogador contra jogador estão de volta em Monster Hunter Stories 2, mas apenas como um bônus para testar equipes. Tendo em vista a grande quantidade de missões paralelas e de eventos pelo mundo, parear com outros jogadores é injustificável.

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Fonte: André Custodio

Porém, aqui há uma grande diferença com o primeiro game: Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin possui cooperação. A campanha single player já tem um foco em duplas e boa parte de sua campanha é jogada ao lado de NPCs e de seus Monsties.

Mas agora, é possível entrar em sessões com outros jogadores reais e cumprir tocas de monstros, missões secundárias ou eventos da campanha. Tanto sua sala pode estar aberta para convites, quanto você pode acessar lobbies de pessoas ao redor do mundo.

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Fonte: André Custodio

Monster Hunter Stories 2 já é bem mais fácil que MHS, então essa função não é tão bem aproveitada. Mas não há como negar que é uma boa adição, especialmente pelos games de ação em tempo real se concentrarem bastante nesses aspectos cooperativos.

Monster Hunter Stories 2: vale a pena?

Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin é um avanço considerável em relação ao primeiro game: visuais no estilo Breath of the Wild, combate mais acessível, sistemas de jogo simplificados e uma campanha menos rigorosa em termos de duração.

O título possui problemas com seu mundo entediante e com a falta de profundidade dos personagens, mas seu foco na jornada do herói é bem representado por grandes momentos narrativos e reviravoltas.

Como o game custa quase o mesmo preço de Monster Hunter Stories na PS Store, ele garante um custo-benefício muito maior. De fato, é uma aventura recomendada tanto para jogadores casuais quanto para os mais experientes na franquia.

A dependência com a história do primeiro jogo pode prejudicar, mas Monster Hunter Stories 2 ainda possui sua própria identidade. Então, caso você queira partir direto para a segunda aventura, vale a pena acompanhar um resumo da história pela internet.

Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin está disponível para Nintendo Switch. O título será lançado para PS4 nesta sexta-feira (14) e poderá ser jogado no PS5 via retrocompatibilidade.

Veredito

Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin
Monster Hunter Stories 2: Wings of Ruin

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Capcom

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
84 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Belos visuais no estilo Breath of the Wild
  • Combate acessível e mais balanceado que em MHS
  • Grande quantidade de armas e equipamentos forjáveis
  • História bem contada com CGIs mais dinâmicas
  • Legendas em PT-BR para menus e textos
  • Quantidade absurda de missões secundárias e conteúdos endgame
  • Funções de jogo menos complexas
Desvantagens
  • Exploração em mundo semiaberto segue entediante
  • Personagens espaçados e pouco carismáticos
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Metro Awakening, Diablo IV
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.