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Metal Slug Tactics: vale a pena?

Com um alto fator replay e dificuldade balanceada, o game aposta no combate por turnos e acerta em muitas qualidades

por Raphael Batista
Metal Slug Tactics: vale a pena?

Metal Slug Tactics é a comprovação que as franquias tradicionais não estão mortas. Na verdade, elas têm a grande oportunidade de explorar outras ideias de forma criativa que funcionam muito bem. O projeto desenvolvido pela Leikir Studio traz os personagens e cenários clássicos, mas numa pegada estratégica, diferente e de qualidade.

Esqueça aquela história de “Run and Gun” em um ritmo frenético e quase cíclico. Agora, cada fase exige do jogador o posicionamento correto, o uso de habilidades, movimentos estratégicos e execução de mestre para cumprir os objetivos e desbloquear novas áreas.

Metal Slug Tactics chuta para longe a Síndrome de Gabriela e mostra como uma série que existe há quase 30 anos pode oferecer novas ideias boas e se manter relevante e divertida.

A mesma história de sempre

Nem tudo são novidades! Afinal, a história de Metal Slug nunca se propôs a reinventar a roda. Novamente, vemos o General Morden com o desejo de dominar o mundo e cabe aos heróis Marco, Eri e Fio (com outros heróis desbloqueados posteriormente) de impedirem os planos malignos do vilão.

O objetivo é simples: invadir as quatro áreas do jogo e sabotar o exército rebelde. Em cada região, os heróis passam por três fases (exceto na última) para invocar o comandante da área. Ou seja, é uma sequência de 11 fases para terminar o game, exigindo do jogador no máximo umas 10 horas para cumprir a campanha.

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A mesma história de sempre. Fonte: Raphael Batista.

Vale destacar que a primeira jornada é no Modo Recruta – considerado como Fácil, mas que de fácil só tem o nome. Embora seja o modo mais acessível, o desafio existe e a possibilidade de falha é real. Um movimento errado, um inimigo não visto e toda a fase vai por água abaixo.

De início, os comandos podem parecer um pouco confusos, mas a curva de aprendizado é facilitada pelas melhorias e habilidades obtidas ao subir de nível com os heróis. Além de skills passivas, há aprimoramentos para armas e golpes especiais que salvam o dia.

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Quatro regiões com várias fases para cada uma delas. Fonte: Raphael Batista.

Gameplay pensado

Metal Slug Tactics assimila o mesmo modelo de Final Fantasy Tactics, ou seja, combate por turno e domínio de área. Os cenários simulam tabuleiros de xadrez em que cada bloquinho conta para o ataque ou defesa. No entanto, há ideias bem legais aqui que dão um charme especial para o game.

Como a franquia tradicional era Run and Gun, a Leikir Studios adaptou para que os heróis fossem recompensados ao se movimentarem bastante. Ao andar pelos cenários, os jogadores ganham Adrenalina e Esquiva. O primeiro permite liberar golpes especiais e o segundo funciona como uma espécie de defesa contra o turno do inimigo. Então, não basta apenas saber onde atirar, é necessário utilizar o ambiente ao seu favor.

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O combate divertido tem várias opções de combo e habilidades. Fonte: Raphael Batista.

Nos jogos tradicionais havia uma grande variedade de equipamentos, o que não acontece em Metal Slug Tactics. Cada personagem tem duas armas e ficam com elas para até o final da campanha, podendo alterar o set ao zerar. O que muda são os modificadores dos equipamentos. Existe uma grande variedade de skills ativas e passivas que alteram o comportamento das armas e podem dar outros ares para as estratégias.

O que torna a jogabilidade ainda mais pensada é o fato que cada herói possui seu próprio comportamento. Marco é um franco-atirador e quem abre o caminho, enquanto Fio é a granadeira e Eri possui o foco de suporte. Combinando as skills e sabendo se posicionar, o trio possui uma grande efetividade.

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As habilidades são aprimoradas constantemente. Fonte: Raphael Batista.

Você pode até se julgar como um gamer que não curte tanto assim a pegada de combate por turno. Porém, Metal Slug Tactics transforma a experiência em um modelo mais divertido e com muitas mecânicas que auxiliam neste processo.

Com muitas habilidades e uma grande variedade de inimigos, as fases nunca ficam repetitivas e os Modos mais difíceis após a conclusão da campanha também garantem um alto fator replay.

As fases contam com recompensas adicionais e têm um alto fator replay. Fonte: tela de captura.

Cheiro de nostalgia com ação moderna

O visual pixelado de Metal Slug Tactics remete ao estilo original dos games e, quem joga a franquia há anos, sabe que o design é um dos grandes atrativos da série. Com elementos pesados sobre guerra, terror e opressão, o estilo é charmoso por si só e ainda ganha uns pontinhos pelo bom humor que trata assuntos tão graves.

Além disso, a trilha sonora parece estar mais frenética do que nunca. As regiões possuem temas próprias e as composições das boss battles extraem toda a sensação de perigo que os combates específicos promovem para a jornada do jogador.

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Todas as lutas contra chefes são emocionantes. Fonte: Raphael Batista.

O que chama a atenção é o estilo de combate por turno adotado. Parece que a Leikir se apropriou de RPGs modernos, como Baldur’s Gate 3, para fazer sua própria versão, mas com claras inspirações. De um lado, é interessante ver este modelo, como as ações de movimento e combate se linkando e mudando o comportamento ao decidir o primeiro movimento. Por outro, é esquisito a decisão por gerar consequências irreparáveis quando o jogador não tinha total ciência da sua escolha.

Inclusive, um dos recursos que faltou na experiência é o Retroceder. É possível o jogador voltar a ação de movimentar, mas se escolheu a Ação Especial (atacar ou usar skill), não dá para voltar. Faz até sentido para ser uma espécie de punição, porém, muitas vezes, a decisão foi tomada sem ter reparado em um ou outro detalhe e, por isso, que a consequência é mais grave.

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Decisões mal pensadas são punidas e não há nada a ser feito. Fonte: Raphael Batista.

Algo que poderia ter sido melhor apresentado são os tutoriais. Há um sistema de interface que permite gerar Dicas, mas as Palavras-Chaves vão linkando uma com a outra e gerando textos intermináveis que tornam desestimulante de compreender os sistemas.

Por fim, é necessário mencionar os bugs. Eles não são sérios, mas foram recorrentes ao longo do gameplay. Houve momentos que os elementos visuais de tutoriais não desapareceram e ficaram atrapalhando o cenário. Além disso, botões não funcionavam e exigiam que o jogador reiniciasse. Provavelmente, tais defeitos foram consertados com o mais recente patch.

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O sistema de Dicas pode parecer interessante, mas é desestimulante. Fonte: Raphael Batista.

Metal Slug Tactics: vale a pena?

Depois de um looping muito grande de games similares da franquia, Metal Slug Tactics é o frescor que a IP precisava. A jogabilidade por turnos caiu como uma luva e o sistema de domínio de área é uma mecânica diferente e divertida.

Embora tenha seus probleminhas, eles não atrapalham a diversão e, com certeza, o título possui muito mais qualidades. Para os fãs de carteirinha ou pessoas que nunca jogaram um Metal Slug, o novo game da Leikir Studios é a melhor forma de conhecer a série.

Veredito

Metal Slug Tactics
Metal Slug Tactics

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Leikir Studio

Jogadores: 1

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85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gameplay estratégico e divertido
  • Dificuldade balanceada
  • Trilha sonora e visuais marcantes
  • Grande variedade de habilidades
  • Alto Fator Replay
Desvantagens
  • Tutoriais pouco intuitivos
  • Falta de recursos de qualidade de vida
  • Alguns bugs visuais
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.