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Marvel’s Spider-Man: vale a pena?

Marvel's Spider-Man é um grande presente não só para os fãs do herói, mas para todos jogadores.

por Raphael Batista
Marvel's Spider-Man: vale a pena?

Mesmo sendo um estúdio já experiente na criação de grandes aventuras nos videogames, a Insomniac Games (Ratchet & Clank, Sunset Overdrive, Spyro the Dragon, etc) contava com um grande desafio: desenvolver um jogo sobre um dos super-heróis mais queridos e conhecidos do mundo. E se você quer saber – sem muitos rodeios – !? eles entregaram uma experiência absolutamente incrível que remete as ótimas sensações das aventuras mais clássicas de Stan Lee.

Marvel’s Spider-Man promete agradar a quase todos os tipos de perfis de jogadores por contar com adjetivos muito resplandecentes. É um jogo fluído, com combates muito dinâmicos, a narrativa é emocionante (e coerente) e a grande cereja do bolo: é altamente explorável! Você pode ir e vir com uma facilidade de dar inveja. Um jogo do Aranha jamais visto, com tudo que os fãs sempre pediram.

“Spider-Man, nunca bate…”

Em jogos tão bons é até difícil apontar um ponto de partida para se falar sobre. Mas fica evidente que a liberdade de exploração é o alicerce fundamental de Marvel’s Spider-Man. E seria simples demais escrever o clichê de que “é divertido se balançar pelos arranhas-céus de Nova York”…mas é justamente isso que confere o tempero especial a esta aventura. Explorar a enorme cidade faz com que o jogadores sejam mesmo heróis.

Outro chavão frequentemente associado ao personagem é o selo de “amigo da vizinhança”. Mas não é sem motivo: Spidey precisa cuidar tanto do bairro marginalizado do Harlem, quanto de lugares mais famosos como o Central Park. A identificação acontece de forma natural.

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Explorar entre os arranha-céus é uma viagem espetacular. Fonte: captura de tela.

O que fica claro é que o game dá aos jogadores o que eles querem. Missões secundárias heróicas, inimigos retirados dos quadrinhos, combates frenéticos, variedade (desafios de furtividade, tempo e pesquisas), mapa realmente grande e movimentos acrobáticos dignos do Homem-Aranha.

Curioso é que, mesmo contando com opções de viagens rápidas, você vai querer se balançar até os objetivos, desafiando a gravidade em saltos surreais. Isso porque a jogabilidade é ótima, daquelas que você saboreia deliciosamente ao longo de todas as horas.

Obviamente, se tratando de uma produção Marvel, o jogo está repleto de referências. Prédios, mochilas, conversas com personagens e missões secundárias. Tudo com algum tipo de alusão. Capitão América ficará bastante orgulhoso dos resultados.

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Os “abacates” conhecidos de Hell’s Kitchen. Fonte: captura de tela.

“… só apanha”

Você já deve ter percebido, mas Marvel’s Spider-Man bebe um pouco da mesma fonte de Batman: Arkham. Os oponentes aparecem a vera e para liquidá-los o aracnídeo conta com um vasto arsenal de habilidades. Um ponto forte é a combinação de movimentos plasticamente muito bonitos com malabares.

O jogo também “força” o uso de opções. Determinados tipos de inimigos exigem que os jogadores variem as táticas e façam valer as esquivas, teias e gadgets. O que garante ainda mais pluralidade.

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Eventos quick-time estão presentes de maneira simples, mas que garantem emoções nas cinemáticas. Fonte: captura de tela.

Vale reforçar que o jogo é uma aventura com alguns elementos de RPG. Então você terá árvore de habilidades, acessórios diferentões e até “poderes”, ainda que estes não sejam tão fundamentais para vitória. Desbloquear todos os recursos faz com que os combos de ataque fiquem mais heroicos, divertidos, fluidos e variados.

A resposta dos controles é direta, porém os eventos do jogo não são interrompidos. Um exemplo: enquanto o herói executa um ataque especial carregado, o mundo ao redor continua acontecendo e é possível que um vilão já esteja pronto para realizar uma investida, impossível de esquivar. Essa mecânica é interessante, porque não quebra os movimentos que acontecem em prol da “vontade do jogador”. É necessário conciliar momentos certos de ataque, esquiva e uso de habilidades.

Um recurso bem divertido são os trajes. Cada um deles possui um poder especial e faz referências diretas ao Spiderverso, como o Aranha-Fantasma ou o traje de armadura desenhado pelo Stark. Os poderes podem ser combinados com núcleos especiais e atributos designados da melhor maneira. São elementos de respeito, cumprindo seu papel de maneira sólida e descomplicada.

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Mais de 25 uniformes inspirados no Spiderverso. Fonte: captura de tela,

Uma aranha subiu pela parede

O enredo se funde de forma bastante consistente tanto com as jogabilidade dinâmica, quanto com que se espera de uma ambientação Marvel. Não atoa, o título se chama Marvel’s Spider-Man.

No game, Peter já está bastante confortável no traje de Homem-Aranha, quando o Senhor Negativo ameaça a paz através da busca de um misterioso Bafo do Diabo. Mas não somente o Sr. Li é um perigo, como os demais vilões que aparecem durante todo percurso. Destaque para o último ainda revelado oficialmente, protagonista de momentos bastante delicados.

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Uma cidade tão calma… Errado! Fonte: captura de tela,

Agora imagine todas aquelas características dos filmes da Marvel dentro de um jogo? Pois bem, é o que você vai encontrar no roteiro com boas reviravoltas e surpresas agradáveis. Mas o ponto principal nem é este, mas sim na afinidade com três personagens em especial: Peter, Mary Jane e Miles Morales.

O distintivo singular da trama é o quão Peter Parker é Homem-Aranha. Como órfão, o obstinado cientista carrega nos ombros o remorso da morte do seu tio. Para tentar equilibrar o peso da culpa, ele se esforça para cuidar o melhor possível de todas as pessoas. E você sabe…é impossível que isso seja viável, mesmo para um super-herói.

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Criamos laços com a história de Peter e Mary Jane. Fonte: captura de tela.

O jogo ainda foge da armadilha de colocar Mary Jane apenas como uma “donzela a ser resgatada”. Ao contrário. A ruiva é determinada em se mostrar valorosa como uma repórter profissional e não somente um rostinho delicado. Algo que também se percebe em Morales. Há motivações claras para todo círculo principal. Ainda que o Spider seja “o cara”, o enredo explora o potencial dos demais personagens.

É claro que não vamos revelar as surpresas da narrativa, mas podemos afirmar que a escolha de fazer um herói mais humano, próximo dos mortais, é uma reflexão bastante importante para pensarmos em perdas, sacrifícios e ônus.

Com grandes poderes…vêm grandes responsabilidades

Entre balançadas e acrobacias, o Homem-Aranha acaba por dar algumas tropeçadas, que apesar de não comprometer a experiência, devem ser consideradas. Vamos lá.

A localização por exemplo, tem falhas de sincronização entre o que é dito e o que está acontecendo. Às vezes, Peter movimenta os lábios quando o áudio já foi concluído, ou vice-versa.

Outro ponto “estranho” é a ausência de tradução nos nomes dos personagens. Rei do Crime, por exemplo é Kingpin. Até o Homem-Aranha é chamado de Spider-Man. Não sabemos ao certo se isto é uma orientação da Marvel ou foi mesmo uma ‘escolha técnica’. Caso seja o segundo caso, foi uma opção bastante questionável.

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Até mesmo o “arqui-inimigo”, J.J. Jamenson, chama Homem-Aranha de Spider-Man. Fonte: captura de tela.

Já no jogo em si, acontecem bugs esquisitos, principalmente em missões com hordas. Vimos situações onde inimigos ficavam presos em paredes ou obstáculos que impossibilitavam o alcance. Nestas situações era necessário reiniciar a missão. Até o próprio herói ficou ‘preso’ dentro de uma parede, no melhor estilo Bethesda de ser. Perturbador.

É claro que existe o argumento de que “em jogos de mundo aberto” é até normal que tais problemas possam acontecer, mas questões de localização são meio inexplicáveis e que incomodaram um pouco.

O melhor do Cabeça de Teia

Marvel’s Spider-Man é uma verdadeira aventura épica de um dos super-heróis mais queridos do mundo. Construído em bases sólidas, o jogo brilha por oferecer aos jogadores aquilo que é justamente o destaque real de Nova York, liberdade.

Os combates são excelentes, desafiadores e fluídos, com opções variadas de habilidades e outras artimanhas. Tudo isso com personagens icônicos, vindos diretamente dos quadrinhos. Os fãs ficarão felizes em identificar cada um deles.

E a união disso tudo oferece a crocante consistência de uma obra realmente digna. A história é envolvente, criativa…quase como um fan service. Marvel’s Spider-Man se consagra como um dos melhores exclusivos do PlayStation 4, uma obra para o gênero de aventura, agradando a todos os tipos de jogadores.

Não é um título perfeito, já que alguns pontos deixaram um pouco a desejar, mas o conjunto da obra oferece créditos suficientes para você colocá-lo na sua lista de compras.

Veredito

Marvel's Spider-Man
Marvel's Spider-Man

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Insomniac Games

Jogadores: 1 jogador

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90 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Liberdade
  • Combates excelentes
  • Personagens icônicos
  • Narrativa muito bem desenvolvida
Desvantagens
  • Localização brasileira
  • Bugs esquisitos
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.