Life is Strange: True Colors: vale a pena?
Life is Strange: True Colors resgata os melhores elementos do título original em uma bela aventura gráfica
Ao longo da vida, o ser humano é exposto a diversos sentimentos: medo, raiva, tristeza, alegria… e eles caminham lado a lado conosco. Mas e se alguém fosse tão sensível a ponto de não só entender os sentimentos das pessoas, como também transmiti-los? Essa é a proposta de Life is Strange: True Colors, mais um jogo da franquia focada na narrativa.
No título, o jogador controla Alex Chen, uma mulher com a habilidade de vivenciar, absorver e manipular as emoções daqueles ao seu redor. Naturalmente, isso ajuda ela a fazer amizades com os moradores da pacata cidade de Haven Springs. Certo dia então, a protagonista precisa usar seus poderes para investigar a morte do seu irmão, Gabe Chen.
Life is Strange: True Colors é um prato cheio para quem conhece a série: traz uma história marcante, um gameplay mesclando o uso da habilidade sobrenatural da protagonista (algo que faltou em Life is Strange 2) com interações com objetos no cenário e os mais belos gráficos da IP. Apesar disso, tropeça em crashes constantes ao longo de seus cinco capítulos.
Um novo começo para Alex Chen
A jornada de Alex começa após ela deixar o orfanato onde vivia, para ir morar com seu irmão Gabe, que frequentou o mesmo local, mas já havia saído de lá há vários anos. A personagem chega à Haven Springs, uma pequena e tranquila cidade no estado de Colorado (EUA).
A protagonista estranha o ambiente feliz, pois vivenciou anos infernais no lugar onde residia anteriormente. Conhecer os moradores, como Ryan Lucan, Steph Gingrich, Jed Lucan, Eleanor Lethe e tantos outros a faz pensar que finalmente encontraria paz em sua jornada. Entretanto, o destino lhe reservaria uma cruel realidade: o reencontro com seu irmão só duraria um único dia.
Um trágico acidente ocorre com Gabe, o que deixa Alex, mais uma vez, só. Inconformada com a situação, ela entende que mesmo a pacata Haven Springs carrega fatos obscuros, por isso, decide investigar mais a fundo o acontecimento para descobrir o verdadeiro responsável.
Ao longo de cinco capítulos, o jogador pode ou não — depende das suas escolhas — compreender melhor os sentimentos de todas as pessoas à sua volta. Isso a ajuda a se aproximar das respostas por trás do mistério da morte do irmão.
No fim das contas, Life is Strange: True Colors também é uma jornada para o jogador determinar a personalidade de Alex Chen. É uma pessoa mais retraída? Carinhosa? Que se importa ou não com a comunidade? Tudo depende de quem está no controle.
Finais diferentes aguardam os players e, novamente, chegar a certo fim depende das suas escolhas. Conhecedores da franquia sabem: deixar passar qualquer detalhe pode levá-lo a um final ruim, enquanto explorar ao máximo, provavelmente, o fará conseguir uma história feliz.
Por falar em finais, não importa se os mesmos forem tristes ou bons: todos se baseiam em narrativas bem construídas. Isso mantém a boa regularidade da franquia, que sempre buscou, acima de tudo, contar histórias emocionantes, nas quais os jogadores se sentem conectados.
Gameplay volta aos moldes do Life is Strange original
Fãs de longa data de Life is Strange se apaixonaram pelo jogo original por dois motivos: pela bela história e pela jogabilidade que combinava os poderes de Max Caulfield com interações pelo cenário. Isso se perdeu no spin-off “Before the Storm” e em “Life is Strange 2” — embora nesse último, ainda era possível pedir para o pequeno Daniel Díaz realizar ações com sua telecinese.
Pois bem, boa notícia para quem sentia saudade de ter uma habilidade especial em mãos para utilizá-la no gameplay. Life is Strange: True Colors permite que Alex Chen interaja com objetos sentimentais para vivenciar memórias de outras pessoas, absorva as emoções dos personagens à sua volta, bem como a deixa entender se seus amigos estão com raiva, tristes ou felizes.
Tal fato deixa a jogabilidade bastante dinâmica. Por exemplo, saber se a Steph está se sentindo pra baixo desbloqueia diálogos ou ações para deixá-la animada. Claro, colocá-la pra cima ou não, é escolha sua.
A habilidade sobrenatural de Alex funciona assim: ao pressionar R2, é possível ver uma aura em torno de uma pessoa ou um objeto, que varia de cor conforme a emoção presente ali. Vermelho significa raiva, azul é tristeza, lilás é medo e amarelo é alegria. Interessante também notar que tais cores iluminam o DualSense, quando a personagem principal compreende esses sentimentos.
Por falar no R2 e no controle do PS5, os gatilhos adaptáveis são muito bem utilizados em Life is Strange: True Colors. Ao utilizar a habilidade citada acima, o botão começa a tremer, o que gera uma sensação bem satisfatória. Infelizmente, no entanto, o feedback tátil deixa a desejar, se parecendo mais com o rumble do antigo DualShock 4.
Belos gráficos e trilha sonora cativante
Quando falamos da franquia publicada pela Square Enix, o estilo visual é sempre lembrado — não pela complexidade, mas justamente pela simplicidade artística. A variação de cores, especialmente em um título onde elas são importantíssimas (“True Colors”, oras), se destaca com as expressões de cada personagem e com o ambiente de Haven Springs.
Os gráficos, aliás, evoluíram bastante em comparação ao Life is Strange 2. Não que a aventura de Sean e Daniel Díaz fosse feia, mas houve um cuidado nos desenhos para deixar clara a humanidade nos rostos dos habitantes de Haven.
A trilha sonora também merece aplausos. Como em todo título da série, existem momentos os momentos “zen”, nos quais Alex se senta em um lugar e passa a pensar sobre a vida. Ao fundo, é possível ouvir músicas que refletem ao momento — sem contar serem extremamente relaxantes. Além disso, no bar, a protagonista pode selecionar entre uma variedade de faixas em um jukebox, para dar um climinha a mais no ambiente.
Nem tudo são flores, entretanto. Vários crashes ocorreram ao longo do gameplay, mesmo no poderoso PlayStation 5, o que tirou um pouco da imersão do jogo. Por sorte, o título tem um sistema de save rápido, que não faz o jogador perder seu progresso até os momentos dos bugs.
Life is Strange: True Colors: vale a pena?
Life is Strange: True Colors leva o jogador para mais uma jornada onde exploração e ambientação ditam todo o seu ritmo. Os fãs, seguramente, vão curtir o jogo, que conta com uma boa história, personagens interessantes e trilha sonora cativante.
Na PlayStation Store, a versão mais básica do game é vendida por R$ 299,90 — com upgrade gratuito, para quem quiser migrar do PS4 para o PS5 eventualmente. Apesar do preço salgado, em uma era onde praticamente todos os jogos de PlayStation são caros, por que não se permitir e deixar a aura de alegria tomar conta de você?
Veredito
Life is Strange: True Colors
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Deck Nine
Jogadores: 1
Comprar com DescontoVantagens
- Uma bela narrativa, no estilo Life is Strange de ser
- Trilha sonora digna de Life is Strange
- Gatilhos adaptáveis são muito satisfatórios
- Gameplay mescla habilidades especiais com interações no ambiente
Desvantagens
- Crashes são constantes, mesmo no PS5
- Feedback tátil pouco explorado