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LEGO: Worlds: Vale a Pena?

por Daniel dos Anjos
LEGO: Worlds: Vale a Pena?

Muitos se perguntam se LEGO: Worlds é a tão esperada união dos jogos LEGO com o estilo mundo aberto. Construir, desconstruir, explorar, colecionar, criar, pintar e interagir. Essas são algumas das palavras mais utilizadas quando o assunto em questão é levantado.

Ao analisar mais profundamente, nada mais natural (e até mesmo inevitável) que a junção deste tema com a temática LEGO crie tais indagamentos. Pois bem, atendendo à pedidos, a TT Games criou LEGO: Worlds. Mas a pergunta que fica é “e aí, vale a pena?1

LEGO é objeto de desejo de crianças e adolescentes há décadas. A marca foi fundada em 1932, queridos leitores, há exatos 85 anos! Ela cresceu, adquiriu prestígio como conhecemos hoje. No mundo dos jogos eletrônicos, LEGO fez sua estreia em 1998 para Windows (e mesmo naquela época o game já era 3D) com LEGO Island.

De lá para cá, diversos jogos foram lançados nas mais diversas plataformas e envolvendo os mais variados temas. Corridas, lutas, construções, mundos naturais e grandes cidades foram alguns deles. Além desses, jogos com marcas licenciadas foram lançados como LEGO Jurassic World, Star Wars, Harry Potter, Senhor dos Anéis, dentre outros. No início de março de 2017 foi lançado para consoles LEGO: Worlds.

Viagens entre mundos

A introdução ao menu do jogo já deixa claro a intenção de LEGO: Worlds: Mundos a explorar. Neste jogo, a exploração é essencial para desbloquear missões, descobrir novas peças colecionáveis, reconhecer personagens dos ambientes, coletar ferramentas, explorar cavernas e muito mais.

Cada “planeta” apresenta um ambiente novo como: faroeste, mundo pirata, mundo de sucata, pré-histórico, etc. Uma variedade divertida e bem contextualizada, muito bem aplicada para que o título não caia no erro fatal da repetição de ambientes.

Todos os elementos já conhecidos do público como blocos de ouro e unidades coloridas (azuis, amarelas, cinzas e roxas – o “dinheiro” do jogo) estão presentes, assim como a famosa destruição de cenários para conseguí-los.

Logo no início, já é reforçada a necessidade de tais unidades e blocos. As unidades compram os objetos descobertos no cenário (espécie de banco de dados), enquanto que os blocos dourados otimizam sua nave espacial e desbloqueiam mundos novos.

Obviamente que para coletar os recursos não é uma tarefa difícil, já que a proposta do game não é desafiadora. Mas sim, um passatempo para sua criatividade.

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Colorido como nunca

O aspecto colorido e lúdico de jogos LEGO sempre foi um divisor de águas. É inegável que o jogo esforça-se para agradar todo tipo de público, especialmente os mais novos.

Em uma época onde jogos de temática forte e robusta como FPS e mundos pós-apocalípticos imperam, é uma grata surpresa perceber um jogo descompromissado e leve (no melhor do sentido de cada palavra) com o único intuito de divertir.

As cores de LEGO: Worlds são um show à parte. Elas compõem de maneira essencial a caracterização de cada mundo, tornando-os únicos e distintos entre si. Ambientes desolados como desertos, praias vivas e cheia de animais, regiões montanhosas e frias, vulcões extremamente quentes e florestas tropicais alegram a qualquer jogador.

É importante diferenciar o aspecto visual, graficamente falando, das paletas de cores vivas inseridas no título. A tonalidade vibrante do design realmente causa sensações alegres no jogador, porém, o visual em si mantém o básico dos Legos com formas poligonais traçadas.

Isso não é um ponto negativo em si, entretanto, aqueles que vivenciaram as aventuras LEGO no universo de Senhor dos Anéis puderam deslumbrar-se de um gráfico mais aprimorado.

Ainda dentro destes aspectos, há a possibilidade da completa inovação das cores e estruturas da maneira que o jogador imaginar. Este é o grande trunfo do game: liberdade em cenários pré-construídos.

De fato, LEGO: Worlds traz de volta a ideia de qualquer criança de misturar diversos personagens nos mais loucos mundos. Porque não colocar um escorpião do deserto no meio de uma floresta tropical? E se existisse homem das cavernas pilotando uma nave espacial? Ou ainda uma cowgirl pegando carona debaixo da água em uma arraia? Difícil de imaginar? Não em LEGO: Worlds!

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Em LEGO Worlds, quase não existe limites para criatividade!

Personagens e itens variados

Como é de praxe nos jogos de LEGO, o multiplayer local se faz presente, sendo uma excelente opção para a família. Se os mundos coloridos e diversificados já são suficientemente interessantes ao jogar sozinho, imagine tudo isso com sem amigo ou familiar no segundo controle… Diversão certeira.

Ferramentas de construção estão totalmente presentes: blocos clássicos (2×2, 4×4, 6×6 e outros tipos) ferramenta de coloração (com uma vasta paleta de cores e incluindo cores aleatórias) e itens de nivelamento de terreno.

Suba ou desça montanhas, aterre buracos ou crie novos, planifique áreas enormes ou até mesmo crie terrenos no meio do mar ao seu bel-prazer. Liberdade quase total para suas construções e imaginação.

Assim como nenhum outro jogo é perfeito, LEGO: Worlds não foge à regra. Por vezes, o controle da câmera (visto que o jogo é em 3 pessoa com zoom amplo disponível) não se ajusta bem ao tamanho da construção, ou trava em ambientes muito apertados como cavernas e áreas submersas. Isso não compromete de forma alguma a jogabilidade, mas requer certa prática (levando em consideração que crianças bem pequenas podem jogá-lo).

A composição sonora cumpre seu papel decentemente, mas poderia ser incrementada com músicas ambientes melhores que transpassassem o mesmo sentimento de diversão e alegria que os blocos coloridos passam.

Após certo tempo de jogo, torna-se enfadonha a tarefa de cruzar o terreno atrás de itens específicos para completar missões. Neste caso, o uso de veículos terrestres, aéreos e aquáticos ajuda muito. Aliado à isso, a diversidade deles tornam as verdadeiras cruzadas (nos mundos grandes as distâncias são consideráveis) mais leves.

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Personalização de personagens é destaque.

Gratas Surpresas 

Os loadings são uma grata surpresa. São rápidos em todos os momentos, mesmo na troca entre planetas (quando são gerados ambientes 100% novos). Se considerado o tamanho de LEGO: Worlds com os demais jogos da marca, carregamentos rápidos são um avanço relevante.

Não há um enredo a ser seguido no jogo. O mais curioso é que este fato em momento algum torna-se necessário. Vale ressaltar que a ausência de roteiro fechado não significa falta de objetivo. Como explanado anteriormente, cada item e bloco de ouro é adquirido através de missões (várias delas interplanetárias).

Todas essas missões são satisfatórias e contextualizadas. Uma pequena nota de quem vos escreve: explorar as profundezas dos oceanos faz o jogador se sentir como o verdadeiro Capitão Nemo ou o próprio Aquaman quando pega carona em um tubarão ou polvo.

Ainda nesse aspecto, é curioso perceber a introdução de blocos lendários. Partes de mapa são adquiridas em baús aleatórios introduzindo novas coordenadas para blocos especiais. Para aqueles que gostam da famigerada platina preparem-se: Lego: Worlds possui o incrível número de 61 troféus (além da Platina).

Por fim

LEGO: Worlds é um deleite para todos os amantes deste estilo de jogo. Totalmente localizado para nosso idioma, reúne o que há de melhor nos jogos anteriores. A diversão é garantida, especialmente se conectado um segundo controle ou jogado em família. 

E o jogo continua a entregar o que se espera da franquia. Diversão descompromissada, leve e com um alvo mais familiar. É interessante observar que, desta vez, o jogo tem uma identidade própria. Ou seja, ele não é baseado em nenhuma outra série. É um LEGO, LEGO mesmo. O que abre precedentes para novas empreitadas para franquia.

Mas a pergunta principal é você quem deve responder: sabendo que o jogo é competente dentro da sua proposta – muito divertido e cheio de possibilidades que exercem a criatividade -, ele é um tipo de game que lhe atrai? Caso a resposta seja positiva, o selo “recomendado” faz jus. Por outro lado, você deve “esperar por uma promoção”.

Daniel dos Anjos
Daniel dos Anjos
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Jogando agora: Nada no momento.
Ex-redator.