LEGO Marvel Super Heroes 2: Vale a Pena?
EU SOU GROOT!
LEGO Marvel Super Heroes 2 levanta aquela questão incômoda: “será que eu já vi isso antes”? Ele se apresenta como um novo jogo, com diversas fases (20, ao contrário das 15 clássicas), inúmeros personagens (muitos novos), e novas mecânicas de jogabilidade. Mas ainda assim, aparenta ser muito familiar.
Não que isso seja ruim de tudo. Certos elementos clássicos foram mantidos, e isso dá um ar também nostálgico ao jogo. Dessa forma, o jogador não terá problemas em acompanhar Kang, em mais uma empreitada pra conquistar o Universo (e porque não, o multiverso) Marvel.
Encare mais essa aventura, jogador. Com uma turminha do barulho, que vai se meter em altas confusões!.
“A história até aqui…”
LEGO Marvel Super Heroes 2 incorpora diversos elementos do Universo Cinematográfico Marvel, mas traz uma história totalmente original. Kang, o Conquistador, resolveu fazer… bem… o que um conquistador faz de melhor. Sendo um viajante do tempo, pôde utilizar-se de toda sua expertise para unir diversas eras do universo Marvel em uma só.
Os heróis, obviamente, tentaram impedi-lo. Primeiro, os Guardiões da Galáxia. Depois, os Vingadores. E logo após, todo panteão de personagens se mostraram insuficientes para deter Kang e suas maquinações como Senhor do Mal. Sejam lá quais forem (não, jogador. Não daremos spoilers aqui).
O mais interessante é a narrativa. Não chega ser algo extremamente elaborado, tendo em vista que se trata de um jogo LEGO. Crianças precisam entender facilmente o que se passa na história. No entanto, ainda apresenta-se com um roteiro interessante e instigante. Menos maçante, por exemplo, que o primeiro LEGO Marvel Super Heroes.
É necessário notar que houve uma preocupação da desenvolvedora em fazer com que o jogo, mesmo tendo uma história original, ainda guardasse vínculos com o universo cinematográfico da Marvel. Inúmeras referências são encontradas e ligações com outros filmes são feitas quase de forma natural.
Isso mostra o empenho da TT Games em agradar fãs, ao mesmo tempo em que tenta angariar novos jogadores com algo inédito.
Grandes poderes trazem grandes jogabilidades
Fãs de jogos LEGO perceberam que, a cada jogo lançado, há a sensação de que algo está muito familiar. As mecânicas de jogabilidade evoluíram, de fato. Mas elas aparentam estar se estagnando. LEGO Marvel Super Heroes 2 tenta, de forma interessante, rejuvenescer algo abatido pelo tempo.
São diversos personagens disponíveis. Assim como outros jogos da série, a seleção de personagens funciona como um imenso banquete: você vai fazer as escolhas que mais gosta e experimentar o restante apenas se for forçado a isso. Também há muitos segredos a serem descobertos e áreas a serem desbravadas. Nada de novo até aqui.
O interessante é que, agora, cada uma das fases possui objetivos secundários, que são necessários para se alcançar 100% do jogo (e, de quebra, conquistar o troféu de platina). Elas também são menos enfadonhas de atravessar, oferecendo maneiras mais intuitivas, mas ao mesmo tempo, mais interativas entre jogador/cenário.
Tome, por exemplo, Dr. Estranho. Sua habilidade de lidar com runas é parte da resolução de enigmas em um determinado estágio. Você deve percorrer linhas sem utilizar o mesmo caminho duas vezes. A dificuldade progressiva mostra que a TT Games deixou de pensar nos jogadores como crianças em sua totalidade, e começa a oferecer desafios instigantes.
Fora que o jogo faz uso de diversos tipos de heróis e vilões. Os personagens ganharam novas habilidades, como a excelente possibilidade de tirar fotos e selfies de alguns deles. LEGO Marvel Super Heroes 2 tenta mostrar toda coletânea de personagens através das eras da editora. E isso é muito “da hora”.
Mas no final, muito do que se resume o jogo é “complete o modo história/volte no jogo livre/colete segredos-personagens-minikits-qualquer coisa/ganhe status Obstinado”. Uma variação de um jeito ou de outro de uma mecânica já datada e que precisa, urgentemente, ser revista.
QUERO FOTOS DO HOMEM-ARANHA!
Graficamente falando, o jogo é belo e vistoso. Os cenários são bem construídos, e os efeitos de luz são executados com competência. Algo que deve ser salientado é o design das fases aquáticas. A sensação de submersão é deveras caprichada. E como estamos falando de um jogo LEGO, nada mais justo que ressaltar o visual cartunesco.
A TT Games se esforçou pra fazer paralelos entre este título e o universo cinematográfico da Marvel, como já dito. Mas ao mesmo tempo, também força o jogador a perceber que se trata de um universo próprio. Diversos são os personagens que estão inseridos nos filmes e séries. Mas a temática, transições, e até mesmo elementos gráficos, remontam fortemente aos quadrinhos.
As barras de vida dos personagens, transição de fases (que, diga-se de passagem, possuem loadings deveras demorados), os temas de quadrinhos e personagens somente vistos nos periódicos. Tudo leva a visualizar o jogo como algo saído diretamente das páginas de uma das séries regulares da Marvel.
Tudo muito colorido e belo. Como qualquer jogo LEGO deve ser.
Aquele som que todo mundo adora
Se graficamente o jogo não surpreende, mas cumpre bem seu papel, na parte sonora ele merece os louros do bom trabalho. Exceto a dublagem, as músicas são fantásticas, atuando de forma dinâmica, conforme a situação atual do jogo. Ora calmas e tensas, ora épicas com as batalhas dos chefes.
Os efeitos sonoros, também marca registrada da saga, não se diferenciam de tantos outros já experimentados. Os jogadores sentirão a familiaridade em destruir coisas, montar coisas, coletar e construir estruturas LEGO, destruir inimigos, etc, etc, etc. Tudo ao clássico som já conhecido.
“Mas o que tem de errado com a dublagem”, você se pergunta. Simples: ainda é aquela dublagem padrão LEGO de algum tempo atrás. Esta está muito aquém do que se pode perceber daquela excelente em LEGO Batman 3. A maioria das vozes não é a original como conhecemos (salvo exceções como Drax, Dr. Estranho e Peter Quill, por exemplo).
Além disso, ela não transmite sensações ou emoções de forma satisfatória. É como se tudo fosse um comercial pastelão de um anúncio de lojas nada famosas, apresentado as 3h:00 da manhã. Estranho, desconexo, e mal executado. Mas ainda assim, é uma dublagem no nosso idioma nativo. Melhor que nada, certo?
Evolua ou Morra!
LEGO Marvel Super Heroes 2 se sagra como mais uma aposta certeira da TT Games e WB Games. O título é divertido, cativante, e não chega a ser tão enjoativo como tantos outros jogos LEGO. Ainda assim, há de se considerar as mecânicas antigas e que precisam ser atualizadas, de alguma forma.
Um jogo para se jogar com filhos ou amigos, visto que o multiplayer local torna tudo mais divertido. Mesmo assim, um componente online, como os primeiros jogos, também seria interessante, e agregaria maior valor ao jogo.
No final, o conjunto da obra supera – e muito – os problemas encontrados. Apesar de tudo, ainda é um jogo LEGO. E como tal, deve ser apreciado sem moderação.
Veredito
LEGO Marvel Super Heroes 2
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: TT Games
Jogadores:
Comprar com DescontoVantagens
- Título muito divertido
- Multiplayer local para a família
- Boa trilha sonora
Desvantagens
- Dublagem ruim
- Mecânicas ultrapassadas