LEGO Horizon Adventures: vale a pena?
Equilíbrio entre a diversão e o desafio é o principal charme do jogo, contando com muitos inimigos, equipamentos e acessibilidade para novos gamers.
As brincadeiras de criança de hoje são diferentes da nossa época. Se antes, bolinha de gude e pião eram o cotidiano nas ruas, agora, danças do TikTok e videogames são o comum. No entanto, algo que perdura há muito tempo é a experiência de montar pecinhas de LEGO – inclusive, para até as crianças adultos. E diversão é o que não falta em LEGO Horizon Adventures, o novo título da PlayStation Studios.
Reapresentar Aloy em um modelo mais cômico, menos sério e totalmente descompromissado traz um novo tom acertado para Horizon. A história abre mão dos conceitos tecnológicos e plot twists para assumir uma narrativa mais simples, mas quem disse que isso é ruim? Além disso, os personagens ganham características exageradas e caricatas, causando risadas simpáticas ao longo dos diálogos.
O brilho do jogo está mesmo no gameplay descompromissado e, ao mesmo tempo, equilibrado. Esqueça toda aquela simplicidade de outros jogos LEGO, o título desenvolvido pela Guerrilla Games faz questão de trazer desafios, combates interessantes e muitas opções de equipamentos. O fator dificuldade ainda é melhorado graças às cinco opções de desafios.
LEGO Horizon Adventures traz Aloy em uma nova visão, mais leve e divertida, sem sofrer com os temas existenciais, mas com a missão de salvar seu mundo e seus amigos. Com um gameplay muito bem acertado, principalmente para dois jogadores, este game é uma recomendação fácil para jogar com seu esposo (a) ou filho (a).
Salvando os bloquinhos
LEGO Horizon Adventures adapta, basicamente, a história de Horizon Zero Dawn enquanto flerta com alguns elementos de Forbidden West, principalmente os cenários. Sem enrolação, a história mostra a Aloy já crescida em busca de entender de onde ela veio. No entanto, seus planos são atrasados quando Helis e os cultistas atacam o Coração da Mãe ao comando da IA Hades, que deseja destruir o mundo.
Para quem jogou o primeiro game, sabe que o enredo é muito mais complexo que isso. Afinal, Hades não é monstro e, sim, uma inteligência artificial que age de forma protocolar para resetar o mundo a fim dele ser propício para a vida humana. Porém, na jornada LEGO, o vilão é literalmente um monstro que só está com fome e quer devorar tudo.
Não que seja algo negativo, mas a nova adaptação da jornada de Aloy poderia ter sido menos simplista, até porque um dos grandes trunfos de Zero Dawn é a criatividade do enredo que concilia o futuro tecnológico enquanto os seres humanos vivem de forma primitiva.
Por outro lado, a intenção da Guerrilla parece ser justamente de entregar um produto Infanto-juvenil. Logo, crianças e adolescentes não teriam a capacidade de compreender todas as nuances narrativas e, por isso, a simplicidade foi optada. E, como consequência, houve espaço para brincar.
Frequentemente, o jogo solta piadinhas e diálogos bem-humorados. Alguns não encaixam, como a fissura do Erend em comer rosquinhas. No entanto, a maioria deles é criativo e cômico, fazendo com que o jogador mais velho ou mais novo possa se divertir.
A história se encerra de modo similar ao Zero Dawn e vemos quase todas as máquinas do primeiro jogo. Faltou a Ave-Tempestade, mas quem sabe se não há planos para um DLC futuro adaptando o Frozen Wilds e até mesmo para adaptar Forbidden West? De qualquer forma, a campanha de LEGO Horizon Adventures custou 20 horas, mas quem deseja o 100%, pode chegar até 30h.
Diversão e desafio em dobro
Não há como negar que o charme de LEGO Horizon Adventures é jogar com um Player 2, seja no modo local ou online. Eu joguei com a minha esposa e platinamos o jogo juntos. Ela, que não é muito acostumada a jogar, se adaptou bem aos comandos e se divertiu bastante. A proposta do jogo parece ser justamente essa: ser acessível para quem não está acostumado ao mundo dos videogames.
O game oferece quatro personagens jogáveis, como Aloy, Varl, Teresa e Erend, e cada um deles conta com habilidades e equipamentos específicos. Aloy, por exemplo, consegue usar arcos de dispersão ou de rajadas rápidas, enquanto o Erend pega machados de golpes pesados. É muito diferente escolher cada um deles!
Um dos grandes acertos da experiência é o fato da variedade de conteúdo na hora das batalhas. Além dos golpes padrões, há os Aparatos que dão ataques especiais e equipamentos modificados para os heróis. Graças às muitas opções, o combate nunca cai na repetitividade e os perigos são reais se os jogadores não explorarem os pontos fracos.
O jogo apresenta as máquinas e elas são agressivas, ao mesmo tempo que são vulneráveis. Ao usar o Foco (L1), os pontos fracos ficam em evidência e, ao se posicionar corretamente, os jogadores podem causar danos violentos. Tirânico, Dente-Serrado, Cortador, Vigia, Bocarra e outros estão de volta e não estão nerfados, mas continuam agressivos.
Ao contrário dos jogos LEGO desenvolvidos pela TT Games (como LEGO Star Wars: The Skywalker Saga ou LEGO DC Super-Villains), LEGO Horizon Adventures foi criado pela própria Guerrilla Games. Então, por causa disso, o gameplay não se tornou tão fácil como outros games do gênero.
Há cinco níveis de dificuldade e optamos pela quarta opção para zerar a campanha. Nessa dificuldade, houve batalhas perdemos contínuas vezes por não ter explorado corretamente os pontos fracos das máquinas ou porque ficamos no meio de uma infestação de máquinas e cultistas. No último modo, os danos ainda são maiores.
Vale mencionar aqui que, além da campanha dividida em quatro regiões, há os Campos de Caça, desafios de derrotar uma das Máquinas Alfa. Se a história já tinha momentos desafiadores, as atividades secundárias são ainda mais complicadas com inimigos mais ferozes. Os jogadores precisam coordenar os movimentos e se ajudar constante para conseguir vencer.
Crie o seu mundo!
LEGO Horizon Adventures segue a estrutura de fases, mas elas são selecionadas a partir de um hub, o Vilarejo que foi destruído pelos cultistas. Aloy e seus amigos podem reconstruir e personalizar a área com ativações, decorações, cores e muitos outros elementos.
Ao completar as fases e cumprir os desafios, os heróis ganham as Peças Douradas e, quanto mais delas, mais opções de skins e customizações para o personagens e também para o Vilarejo. Para quem gosta desse sistema de personalização, é um elemento criativo e bem dinâmico com muitas opções, abraçando até mesmo outras marcas LEGO, como Ninjago, City e Amusement.
Por fim, é importante destacar o sistema de evolução que acontece neste lobby. Cada herói pode chegar ao Nível 20 e liberam melhorias ao derrotar máquinas e cultistas. As habilidades vão desde melhorar Aparatos até aumentar os efeitos elementais nos inimigos.
Embora haja muitas opções, ainda dá aquela sensação de ausência de um grande atrativo. A maioria das skins são bem simples e as decorações do hub poderiam contar com elementos maiores ou de um nível de personalização mais profundo, porque só é possível atribuir os elementos em pontos específicos e não em toda região.
LEGO Horizon Adventures: vale a pena?
Ao fazer essa pergunta para a minha esposa, ela disse: “Ô! Vale muito! Um jogo muito divertido!” e ela seria a melhor pessoa para responder pois a Guerrilla parece mais interessada em abraçar potenciais novos gamers enquanto entrega uma jornada divertida cooperativa.
E é importante destacar que o título funciona solo, mas metade da diversão é perdida ao jogar sozinho. O modo online resolve o problema para quem não tem um parceiro em casa e cumpre o esperado.
LEGO Horizon Adventures é uma aventura carismática e desafiadora na medida, cheia de possibilidades e opções de combate com um loop de gameplay nada enjoativo. É um jogo criado para ser divertido do início ao fim!
Veredito
LEGO Horizon Adventures
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Guerrilla Games
Jogadores: 1-2
Comprar com DescontoVantagens
- Divertido e desafiador ao mesmo tempo
- Acessível para novos gamers
- Pegada bem-humorada e mais leve
- Variedade de inimigos e equipamentos
- Gameplay dinâmico
- Várias opções de customização
Desvantagens
- Ausência de conteúdos de Forbidden West
- Falta de maior liberdade na personalização