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Horizon Chase 2: vale a pena?

Novo jogo de corrida arcade acerta em vários pontos mesmo retirando alguns elementos do antecessor

por Raphael Batista
Horizon Chase 2: vale a pena?

Embora as sequências tendem a seguir a filosofia do “mais e melhor”, sempre há as exceções e uma é Horizon Chase 2. Não se engane: o novo título da Aquiris (agora, Epic Games Brasil) melhora os atributos do primeiro game se apegando ao gênero arcade do estilo Top Gear. Contudo, não faz questão de ser maior, na verdade, remove alguns conteúdos para fortalecer as bases.

O jogo de corrida retirou alguns elementos de jogabilidade, como os tonéis de gasolina, para apostar em novos modos de jogo, como o Corrida contra o Tempo e Multijogador. Além disso, o grupo de carros disponíveis teve uma redução drástica, mas o game conta com sistema de personalização dos automóveis.

No final das contas, Horizon Chase 2 é uma sequência que abandona certos aspectos do antecessor para investir em outros recursos. Tal decisão contribui positivamente para a experiência, fazendo com que o jogador se preocupe em correr nas criativas pistas com visuais nostálgicos, mas modernos. Características que, com certeza, são o ponto forte do game.

O que voltou e o que saiu

Horizon Chase 2 retorna com o modo Volta ao Mundo em que traz pistas baseadas em oito países diferentes. Cada país possui três regiões e cada uma delas conta com três ou quatro trajetos, resultando em mais de 80 percursos únicos. Correr na pista colorida das árvores do Japão é completamente diferente do que enfrentar as curvas cheias de neblina de São Paulo. Cada área inclui um tom singular e bem bacana de experimentar. O outro modo é o “Torneios” que reúne todas as pistas em disputas Iniciantes, Intermediárias e Master.

Ambos os modos estavam no primeiro jogo e há algumas diferenças entre as versões. Por exemplo, agora o modo Volta ao Mundo possui circuitos de Contra o Tempo, onde o objetivo é completar o trajeto no menor tempo possível enquanto coleta moedas que dão segundos de descontos. Os desafios são os mais difíceis do jogo, exigindo a perfeição nas curvas e no gerenciamento do nitro para obter os melhores resultados.

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Corrida contra o Tempo é uma das boas novidades do game. Fonte: Raphael Batista.

Outra grande diferença é a disponibilidade de veículos. No primeiro jogo, havia uma grande variedade, mas em Horizon Chase 2 só existem dez carros (com dois deles sendo desbloqueados em circunstâncias especiais). Cada veículo tem um sistema de personalização de carroceria, cores e pneus, oferecendo uma boa gama de opções de estilos.

Quanto à personalização de atributos, as mecânicas são simples. Completando as corridas, é possível aumentar estatísticas dos carros. No entanto, isso só está disponível para os primeiros automóveis. Os mais avançados já vem com características aprimoradas ao máximo, descartando a possibilidade de tunar ainda mais.

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O sistema de personalização é básico, mas funciona. Fonte: Raphael Batista.

A pouca variedade de carros e a ausência dos mais icônicos é algo negativo. No primeiro jogo, era divertido escolher o Batmóvel ou até mesmo o Uninho com escada. Aqui, todos os automóveis são estilosos, mas nenhum marcante.

E, por fim, vale salientar que a dificuldade se mantém padronizada do antecessor. Para quem está acostumado com o gênero, vencer em primeiro lugar será tranquilo. Há somente dois desafios de Contra o Tempo que exigem mais do jogador, mas de restante, as pistas e os adversários da IA não oferecem grandes desafios.

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Não é muito difícil conquistar a primeira posição em todas as pistas. Fonte: Raphael Batista.

O que melhorou

Não dá para negar que a direção artística do título assumiu uma identidade ainda mais autêntica e muito bem feita. Todas as pistas possuem características únicas e visuais impressionantes no estilo cartoon. A Aquiris soube mesclar a herança nostálgica com uma proposta mais moderna e muito atraente.

É interessante notar como houve um cuidado com a própria adaptação dos percursos. Ao chegar nos trajetos do Brasil, os jogadores poderão passar pelos pontos turísticos de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e também das regiões Norte e Nordeste. Cada área com cores, traços e elementos que fazem jus às adaptações.

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Passear pelas ruas de Gramado é muito bonito. Fonte: Raphael Batista.

O Modo Multiplayer também merece elogios. Além de opções locais, o online possui potencial para manter o jogador engajado. Um dos problemas do primeiro Horizon Chase era justamente sua limitação de conteúdo após completar todas as pistas ou platinar. Agora, é possível fazer disputas diárias para liberar conteúdos de personalização dos veículos e também competir contra amigos.

Vale destacar: o game não tem um matchmaking que permite disputar contra qualquer jogador em tempo real. O Modo Multiplayer permite criar uma sala online para até quatro jogadores (que precisam de um código). É um meio para reunir a galera mesmo de longe sem precisar estar no mesmo ambiente.

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Os modos multijogador disponíveis. Fonte: captura de tela.

Por fim, a experiência foi melhorada de modo geral pela forma que o conteúdo foi distribuído. Por mais que existam muitas similaridades com o primeiro, o Modo Resistência foi removido e, para quem lembra, ele colocava todas as pistas de um único Torneio. Agora, com uma melhor divisão dos trajetos e até mesmo de alguns segredos desbloqueáveis, a fadiga é amenizada e não há impressão de repetitividade.

Isso reflete até mesmo no tempo de jogo. Durante o período de testes, a campanha foi concluída com 6 a 7 horas de jogo, mas para completar 100% do game exigiu um total de 17 horas. Obviamente que quem for se dedicar aos Desafios e Corrida Online ainda terá mais tempo para liberar todos os cosméticos dos carros.

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Cada pista reserva um desafio único e divertido. Fonte: captura de tela.

Derrapadas

Por mais que Horizon Chase 2 seja um jogo muito bom, ele não é isento de problemas técnicos bem chatos. Logo no começo do período de testes, o jogo crashou três vezes seguidas após o término das pistas. O progresso não foi perdido por ser o Modo Volta ao Mundo, mas o problema teria sido mais grave se fosse no Modo Torneio em que é necessário completar todos os trajetos para vencer.

Além dessa situação mais grave, houve com frequência bugs sonoros e visuais. Era recorrente a trilha sonora sumir no meio da corrida ou até mesmo os efeitos sonoros de derrapadas, batidas e nitros. O jogo ficava mudo e era algo que incomodava justamente pelas músicas serem muito boas e embalarem a experiência de alta velocidade. Sobre os problemas visuais, os elementos da UIX sumiam, como o mapa e o velocímetro, e retornavam após o fim das competições.

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Problemas visuais retiravam informações da tela do usuário. Fonte: captura de tela.

Claro que todas essas situações não prejudicam drasticamente a experiência do jogador, mas afetam em algum nível.

Horizon Chase 2: vale a pena?

Fugindo da regra do “maior e melhor”, Horizon Chase 2 acerta em ser diferente do primeiro. O game traz novidades bem legais enquanto remove outros elementos para deixar o gameplay mais dinâmico e mais envolvente. Para quem jogou o primeiro, vai amar o segundo. E para quem quiser conhecer a franquia a partir deste novo, encontrará um ótimo arcade com uma linda direção artística.

O game mostra a qualidade dos devs brasileiros em um gameplay competente e divertido. Apesar de contar com menos carros que o antecessor, as pistas, a trilha sonora, o visual e a própria competição são o suficiente para deixar o jogador entretido com ótimas horas de jogabilidade.

Veredito

Horizon Chase 2
Horizon Chase 2

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Aquiris

Jogadores: 1

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84 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Jogabilidade divertida
  • Mais de 80 pistas únicas
  • Modo multijogador bacana
  • Direção de arte bonita
  • Trilha sonora envolvente
Desvantagens
  • Bugs técnicos pontuais
  • Pouca variedade de carros
Raphael Batista
Raphael Batista
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Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.