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Fobia – St. Dinfna Hotel: vale a pena?

Primeiro game da Pulsatrix Studios entrega quebra-cabeças inteligentes ao lado de uma ótima atmosfera de tensão

por Raphael Batista
Fobia - St. Dinfna Hotel: vale a pena?

Fobia — St. Dinfna Hotel apareceu na Internet e logo despertou uma ótima impressão inicial. A repercussão foi tão boa que o projeto, que originalmente não seria um jogo, mas sim, um estudo de portfólio, ficou bastante conhecido e logo evoluiu.

E agora, finalmente, podemos experimentar o game criado pelo estúdio Pulsatrix Studios e dizer que ele cumpre suas promessas: entrega um bom nível de terror com uma atmosfera tensa aliada a puzzles inteligentes. Toda experiência remete aos clássicos survival horror com jumpscares pontuais, gerenciamento de itens, história com reviravoltas e muitos segredos.

Fobia — St. Dinfna Hotel se destaca – com méritos – por ser um ótimo jogo de terror, com um plus de ter um toque verde-amarelo.

Uma mescla entre Outlast e Resident Evil

Os jogadores acompanham a jornada do jornalista Roberto Lopes que vai ao hotel St. Dinfna, em Santa Catarina, para investigar relatos curiosos de paranormalidade. Após semanas de poucas descobertas, Lopes está pronto para deixar o local até que um incidente transforma drasticamente o ambiente a sua volta e ele deve descobrir uma maneira de escapar do macabro lugar.

As inspirações de Fobia — St. Dinfna Hotel parecem evidentes. O jogo é uma união de Outlast, pela atmosfera de terror presente do início ao fim da jornada em cenários escuros e com elementos macabros, com Resident Evil por seus quebra-cabeças solucionados ao longo da jornada, a jogabilidade com armas e gerenciamento de itens.

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Inventário que remete ao próprio Resident Evil com sistema de organização. Fonte: Raphael Batista.

O game da Pulsatrix sabe alternar entre corredores estreitos e cenários abertos sem perder a mão da essência do terror. Isso deve-se ao estilo de design em que tudo parece muito real, como se fosse um verdadeiro hotel amaldiçoado. Além disso, a visão em primeira pessoa contribui para o jogador manter os olhos em todos os elementos dos cenários.

O clima de tensão é amenizado quando o personagem usa equipamentos para se defender. Apesar da pouca variedade de armas, elas são suficientes em quantidades. É possível usar uma pistola, escopeta, metralhadora ou um revólver — todas podendo ser melhoradas. Claro que cada armamento possui seus atributos específicos e é importante economizar o uso de munições.

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Apesar de armado, o jogador não para de sentir medo. Fonte: Raphael Batista.

O que poderia ser melhor são os efeitos das armas e, também, a baixa variedade de inimigos. Os impactos dos disparos e a movimentação não são muitos naturais, além das animações de braços e olhos dos NPCs. Claro, não afeta a experiência como um todo.

Quebra-cabeças

Fobia — St. Dinfna Hotel também brilha com seus puzzles. O backtracking — termo que se refere ao jogador retornar a um ponto conhecido previamente, mas agora com novos itens para avançar na história — é um dos pilares da jogatina. É comum voltar aos saguões iniciais do game, pois o herói descobriu uma senha em outra sala ou obteve informações cruciais para abrir locais escondidos. Já vimos muito disso em Resident Evil, por exemplo.

O conteúdo é vasto e isso se reflete na duração da campanha. É possível concluir a trama em até 10 horas, mas sem se preocupar em resolver todos os mistérios e encontrar todos os documentos. Caso o jogador se comprometa em fazer 100%, o tempo pode ser facilmente incrementado.

Desafio para os caçadores de platina, que precisam lidar com troféus como “Vença o game sem levar nenhum dano”.

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Concluir o game não é difícil, mas achar todos os segredos… Fonte: Raphael Batista.

Um outro ponto de destaque é como o game explora os segredos de maneira diferente. Os quebra-cabeças relacionados à narrativa são resolvidos com muita observação e busca por itens. Já para temas secundários os jogadores terão de “pensar fora da caixa”.

Por sinal, o player é sempre recompensado ao explorar cenários. Embora o medo de se deparar com monstros esteja presente em todos os momentos, é muito bom encontrar munições ou objetos especiais graças à coragem de se vasculhar os cantos mais escuros do hotel.

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Prepare-se, porque tem muitos puzzles criativos, interativos e inteligentes. Fonte: Raphael Batista.

Imersão garantida

Ainda que este seja o primeiro título da Pulsatrix Studios, Fobia — St. Dinfna Hotel já conta com características de estúdios maiores. A narrativa faz o jogador buscar por pistas espalhadas pelo cenário a fim de juntar as peças da história e, após boas horas investidas, é possível notar inspirações vindas de Dark e Stranger Things (séries da Netflix), Alone in the Dark e Silent Hill.

Ao longo da experiência, os elementos espalhados pelo hotel despertam a curiosidade, e os puzzles fazem com que a cabeça frite os neurônios para entender qual é lógica do segredo. O gameplay é ainda melhor ao jogar com um headset que executa bem o papel do design de som com a chuva, passos distantes, portas rangendo e barulhos inesperados.

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Não é preciso dizer muita coisa sobre o clima de tensão. Fonte: Raphael Batista.

Fobia – St. Dinfna Hotel: vale a pena?

Fobia — St. Dinfna Hotel é um survival horror de manual: o jogador encontrará uma história instigante e misteriosa, um clima de tensão constante, a necessidade de gerenciamento e muitos quebra-cabeças inteligente. Com uma grande quantidade de conteúdo, o título oferece uma experiência com muitas horas — já incluso o Novo Jogo+.

E claro, como em qualquer jogo, ele tem algumas limitações. Os visuais de alguns elementos poderiam ser melhores. Mas a jogabilidade e o enredo são bons o suficiente para engajar o player e deixá-lo interessado em resolver os quebra-cabeças e compreender toda a narrativa.

Veredito

Fobia - St. Dinfna Hotel
Fobia - St. Dinfna Hotel

Sistema: PlayStation 4 | PlayStation 5

Desenvolvedor: Pulsatrix Studios

Jogadores: 1

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84 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Atmosfera de tensão
  • Criatividade nos segredos
  • História cativante
  • Design de som bem trabalhado
Desvantagens
  • Alguns efeitos visuais poderiam ser melhores
  • Variedade de inimigos
Raphael Batista
Raphael Batista
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Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.