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Final Fantasy XII: The Zodiac Age: Vale a pena?

Análise da remasterização do clássico do PlayStation 2

por Andrei Longen
Final Fantasy XII: The Zodiac Age: Vale a pena?

Final Fantasy XII: The Zodiac Age é a remasterização do clássico jogo de RPG lançado para PlayStation 2 em 2006. Numa prática comum da Square Enix de relançar games antigos a um público mais moderno, o game chega agora ao PlayStation 4.

Mas se engana muito quem pensa que as novidades ficam apenas nos gráficos melhorados – prática típica de remasterizações. Existe uma bateria de conteúdos novos nesta versão, que vai agradar aos fãs de longa data. Mais do que isso, atrair os jogadores que nunca tiveram oportunidade de jogar anteriormente.

Mas será que isso tudo vale o investimento de R$229.90? É isso o que você vai descobrir na análise de Final Fantasy XII: The Zodiac Age baixo. O game está disponível exclusivamente no console da Sony.

Impérios em guerra

Final Fantasy XII: The Zodiac Age repete a mesma história do jogo original. Não existe nenhum conteúdo adicional nesta parte: nem cenas extras, personagens, áreas ou ou chefes inéditos. Tudo continua exatamente igual a 11 anos atrás.

A aventura acontece no mundo de Ivalice. Os reinos de Archadia e Rozarria vivem em constante ameaça de guerra. Dalmasca é um dos reinos independentes que se localizam entre as duas superpotências.

E, como uma medida para tentar evitar a situação, o rei resolve entregar o próprio reino para evitar os confrontos. Mas ele é traído e assassinado misteriosamente, o que desencadeia uma série de revoltas e o surgimento de grupos de resistência.

O enredo gira em torno destas circunstâncias e aborda temas mais adultos, como vingança, a conquista pela liberdade, julgamentos prematuros que afetam toda uma sociedade e uma política irresponsável e oportunista.

Essas questões são apresentadas de forma complexa, e nem sempre é possível entender exatamente o que está acontecendo na tela. Muito disso vem da linguagem do game ser excessivamente erudita para explicar algumas situações, gerando confusão desnecessária.

Ainda assim, é possível se localizar e ter uma noção geral da dimensão catastrófica que as coisas vão tomando. Cenas em computação gráfica e animações lindíssimas ajudam a contar e a detalhar a narrativa, que é extensa e é mais indicada para quem gosta bastante leitura.

Heróis esquecíveis

Nesse meio termo aparecem os personagens do game. O protagonista é Vaan, um órfão cujo maior sonho da vida é ser um pirata dos céus, ter sua própria nave e desbravar Ivalice em busca de tesouros e mais aventuras.

Ele é acompanhado por Fran, Balthier, Penelo, Basche e Ash. Todos têm motivações bem definidas e papeis bem delineados na história. Alguns se juntam à causa para acabar com a tirania que se instalou no mundo e, outros, pelo simples prazer de sair em busca de mais agitação.

Mas, diferentemente de qualquer outro game da franquia, é bastante difícil se apegar a qualquer personagem principal de Final Fantasy XII: The Zodiac Age. Suas personalidades, maneiras de agir, de falar ou de agir são demasiadamente robóticas e muito pouco cativantes. O envolvimento é praticamente nulo.

Os personagens secundários, que ocasionalmente entram no grupo, seguem esse mesmo padrão. Os vilões, inclusive, mal têm tempo de criar antipatia no jogador e pecam por simplesmente não saberem se vender como tal. Você não se sentirá com vontade de acabar com eles e mal vai se importar em ter que proteger Ivalice.

É provável que, se você jogar Final Fantasy XII: The Zodiac Age e seguir assim pelas mais de 100 horas de aventura, esteja avisado de que não será pelos personagens. Haverá vários outros motivos que o incentivarão a seguir a história. Essa característica permanecerá lá em último lugar.

Sistema de batalha automatizado

Na jogabilidade, Final Fantasy XII: The Zodiac Age retorna com o polêmico sistema de batalha que dividiu os fãs da saga em 2006. Chamado de Gambit, permite que os jogadores pré-automatizem ações antecipando determinadas situações combate.

Por exemplo, quando algum personagem da equipe estiver com HP menor do que 50 % do seu total, algum herói automaticamente usará um item Potion. Ou, ainda, algum personagem especialista em cura poderá usar feitiços desse tipo. É possível escolher ações que atingem só um personagem, como o líder da equipe, ou o grupo inteiro.

O sistema Gambit é bastante versátil e permite automatizar qualquer tipo de ataque, magia, item de suporte e condições de status bastante únicas. E ainda que pareça absolutamente automático e pouco interativo, é o jogador quem decide todos os comandos realizados na tela. E, para se dar bem e prosseguir sem dificuldade, é preciso bastante estratégia.

É possível escolher entre parar a partida por alguns momentos, até as opções estarem de acordo com a vontade do jogador, ou deixá-la simplesmente acontecer em tempo real. Vai do gosto de quem está se aventurando. Além disso, se algo anteriormente planejado sair do controle, é possível sempre escolher novas ações na mesma hora para, depois, voltar com a tática inicial.

Assuma uma profissão

Um dos pontos mais altos de Final Fantasy XII: The Zodiac Age é que a remasterização não se resume apenas às óbvias melhorias gráficas. Existem implementações na mecânica que trouxeram uma maior profundidade em relação ao jogo de 2006.

A primeira delas é um sistema de Jobs (Profissões) que dá aos personagens uma espécie de papel bem mais específico em batalha. Esta novidade estava disponível apenas numa versão oriental de Final Fantasy XII, mas que agora chega ao ocidente pela primeira vez de forma oficial. E, definitivamente, é algo muito bem-vindo.

No jogo original, todos os heróis eram desenvolvidos de forma homogênea, tinham habilidades praticamente idênticas e sem especializações. Mas isso mudou para sempre e trouxe uma dinâmica muito mais interessante à remasterização.

Existem 12 Jobs (um para cada signo do zodíaco) que dão acesso a armas, acessórios, habilidades, técnicas, golpes e magias exclusivas. E várias delas não estão disponíveis em qualquer outra categoria de Profissões.

E uma vez escolhida uma classe, o personagem fica atrelado ao License Board dela até o final do jogo, precisando acumular LP (License Points) para desbloquear a permissão para usar seus recursos.

A segunda grande inovação é que, agora, é possível escolher um segundo Job para todos os heróis. Isso libera um segundo License Board para cada guerreiro, permitindo combinar forças de duas especialidades distintas de combate. Além de habilidades e recursos particulares para cada um deles.

Por exemplo, é possível desenvolver um personagem especialista em cura e defesa de status negativos e um outro baseado em ataques de longa distância e com magias de suporte. E ainda, um terceiro personagem matador nato de bestas especializado em força bruta e em magias elementais. Vai da criatividade e do balanceamento desejado pelo jogador.

Implementações gráficas justificadas

O maior pretexto para lançar uma remasterização são as melhorias prometidas nos gráficos. E, neste ponto, Final Fantasy XII: The Zodiac Age faz bonito. O resultado fica longe do trabalhado sensacional da Vicarious Visions em Crash N. Sane Trilogy, mas o visual do game no relançamento é bastante superior ao clássico de 2006.

Além da resolução de 1080p, que trouxe uma definição de imagem muito maior do que antes, o título recebeu sólidas implementações na iluminação e nas texturas. As roupas dos personagens e os detalhes dos monstros em pleno combate também estão bem mais ressaltados e bonitos.

Cenários e cenas em computação gráfica seguem esse padrão de qualidade. Lembra dos serrilhados que varriam a tela dos games da era do Playstation 2? Todos simplesmente sumiram. Todas as bordas de qualquer estrutura do game estão nítidas, sem quaisquer tipos de cortes ou falhas poligonais.

Falando desse jeito, parece que o visual de Final Fantasy XII: The Zodiac Age é alguma uma referência atual. Não se engane: o jogo é de 2006 e a remasterização dele não assegura uma competição justa com títulos mais modernos. As expressões faciais, por exemplo, continuam sofríveis.

No final das contas, não existe nem comparação. O game não é um remake, como o atual desenvolvimento de Final Fantasy VII. Ainda assim, com certeza vai agradar aos fãs de longa data por visualizarem uma nova qualidade gráfica para seu jogo favorito.

Orquestras para seus ouvidos

Final Fantasy XII: The Zodiac Age também capricha na apresentação da trilha sonora. As músicas são exatamente as mesmas do jogo original, sem qualquer adição. A diferença é que, agora, elas foram totalmente orquestradas, característica que traz uma tonalidade mais épica e sensorial à aventura.

Se o jogador se sentir incomodado com alguma coisa, é possível voltar ao som padrão da aventura pioneira. A qualidade ainda continuará superior ao jogo de 2006, já que apenas os efeitos de orquestra são desativados.

As vozes dos personagens também estão intactas. Elas ainda parecem um tanto estranhas como no original, como se tivessem sido gravadas com recursos fajutos. Mas, pelo menos, a novidade da vez é que é possível escolher falas em japonês ou em inglês a qualquer momento da partida. Algo que vai agradar aos jogadores mais entusiastas do gênero.

Para os fãs

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Final Fantasy XII: The Zoadiac Age é a versão definitiva do jogo de 2006. As ótimas melhorias gráficas e as novidades de conteúdo conseguem conquistar os fãs logo de imediato. Além disso, são pretextos irrecusáveis para quem nunca teve a oportunidade de jogar antes, mas sempre teve vontade.

Se você se encaixa em qualquer destes dois perfis, o investimento de R$ 230,00 sustenta mais de 100 horas de uma aventura recheada de desafios e segredos para descobrir. Caso contrário, espere uma promoção e entenda por que o game foi o último grande lançamento da era do PlayStation 2 e um dos jogos mais que mais dividiram opiniões na época.

Andrei Longen
Andrei Longen
Jornalista | Redator
Publicações: 667
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