EA Sports WRC: vale a pena?

Se tem alguém no planeta que sabe fazer jogo de corrida de carros é a Codemasters. Talvez por isso a expectativa em cima de EA Sports WRC fosse tão grande dentro deste nicho. Especialmente por se tratar do sucesso da série DiRT, aclamada pelos fãs que estavam órfãos há quase cinco anos. E, obviamente, não é nada fácil corresponder à hype.

Para quem esperava um jogo espetacular, é melhor pisar no freio um pouquinho. Diminuir a marcha. Especialmente por conta das dificuldades técnicas e da parte gráfica que fica bastante a desejar. Por outro lado, os modos de jogo variados e a tentativa de deixar o gameplay mais acessível merecem elogios.

No fim das contas, o que importa é a chegada, não a largada, mas esta primeira volta da nova fraquia de games de rally é positiva. Dá para torcer por um pit-stop ainda neste ano, com correções importantes (como já está acontecendo), e melhorias no chassi para a próxima temporada.

A começar pelo motor gráfico. A aposta na Unreal Engine 4 não se pagou.

O visual do jogo não empolga como deveria. Especialmente se levarmos em consideração que é um game exclusivo para PlayStation 5 – e que os títulos de F1, por exemplo, têm o aspecto gráfico como um de seus pontos fortes. Não é exagero dizer que não tem lá muita evolução em relação a DiRT Rally 2.0.

Os cenários, porém, são muito mais variados. E os carros também. A licença do WRC faz toda a diferença aqui. São 78 bólidos de 18 classes diferentes, podendo ser utilizados em mais de 200 circuitos espalhados pelo mundo. Com vários modos de jogo.

Obviamente, o principal deles é a Carreira. O jogador pode não só criar o seu personagem como também construir o próprio carro. Não é só aquela história de ir para uma equipe, participar das corridas e ponto final. Dá para, de fato, personalizar a sua experiência de uma forma mais completa do que nunca no modo Construtor.

Na Carreira, vale citar ainda o Benfeitor – que é uma espécie de patrocinador misterioso que vai te dando objetivos para desbloquear recompensas. Dá uma dinâmica diferente às coisas. Ter algo pelo que correr além simplesmente das posições no grid é bem interessante.

Outra novidade bacana está nos Momentos. Além de todos os estilos tradicionais de correr, seja online ou offline, em campeonatos ou partidas rápidas, é possível reviver alguns feitos marcantes de grandes lendas do esporte. Ou seja, vai além dos pilotos e veículos de WRC, WRC2 e Junior WRC da temporada 2023.

Só não dá é para ter tudo isso e não entregar uma performance justa, né?

Infelizmente, EA Sports WRC derrapa com força nos aspectos técnicos. No gameplay, ele entrega o que se espera – apesar de o controle do carro, especialmente nas curvas, não parecer tão equilibrado. Inclusive, tenta dar mais assistências para os iniciantes – que, mesmo assim, ainda devem sofrer um pouquinho na adaptação.

É um jogo divertido, que foca naquele estilo “simcade” – uma mistura entre simulador e arcade. Não é 100% realista, mas também não é uma viagem por completo. Dá para ter aquela sensação de imersão. Se você jogar com um volante, então, deve ficar ainda melhor.

Só que há muitos travamentos, quedas de frames e uns “agarrões” em dados momentos. Isso tira um pouquinho o brilho da experiência. Ao que parece, os desenvolvedores têm noção disso e estão trabalhando em melhorias, mas é bem chato ter um jogo que parece não otimizado.

EA Sports WRC: vale a pena?

Copo meio cheio ou copo meio vazio? A resposta aqui vai de cada um. EA Sports WRC não é exatamente aquele sucessor matador de DiRT que muita gente esperava, porém não deixa de ser um bom jogo de rally.

E, assim como todo jogo de esporte que não é futebol, é feito para um nicho específico – que, provavelmente vai ter aquela galera que curte e o público que vai mais reclamar dos problemas do que que apreciar os acertos.

O que podemos dizer é que, com correções de desempenho, ele é capaz de ser uma opção bem honesta para quem curte um jogo de corrida de automóveis que é desafiador, mas também divertido e recompensador.