EA Sports UFC 5: vale a pena?

Já faz mais de três anos desde o lançamento do último título de MMA da Electronic Arts. Esperava-se, portanto, que EA Sports UFC 5 fosse capaz de dar um salto significativo em relação ao seu antecessor. Infelizmente, porém, não é o que acontece. O que não quer dizer que o novo título seja ruim. Claro que não. Mas impressiona como parece manter seus acertos e erros intocados. Sem sofrerem um arranhão sequer.

É claro que há algumas novidades. O novo sistema de sangramento, por exemplo, é incrível – mas não deixa de ter seus problemas, como interrupções médicas bem antes do que seria o aceitável (o que até acontece algumas vezes no UFC da vida real também). As mudanças nos comandos – que já se tornaram tradicionais, diga-se de passagem – agradam, sempre com o objetivo de tornar o título mais acessível para quem não é um jogador frequente.

As real as always

Contudo, no fim das contas, a impressão é de estar jogando a mesma coisa de 2020. E aqui cabe o reconhecimento também de que talvez seja realmente difícil inovar em um jogo desse tipo. Quando a EA lançou uma espécie de Ultimate Team no UFC, por exemplo, não pegou. Já o Fundo de Quintal e o Kumitê voltam, pois deram certo, mas já não têm um grande apelo, visto que não são novidades.

E o Modo Carreira, que deveria ser o grande trunfo, acaba sendo uma baita ducha de água fria. Sim, a caminhada até tentar se tornar um dos GOATs das artes marciais mistas é bastante divertida ainda, mas poderia ter mais significado. Por exemplo: você ganha um dinheiro virtual que não dá para ser usado com virtualmente nada. Somente para novos golpes e curar lesões. As cutscenes são bobas e não criam a imersão necessária para algo que deveria ser tão pessoal e especial.

Inclusive, essa questão das animações pode ser levada também para as cenas pré-luta. Todo lutador entra no ringue do mesmo jeito. Sem personalidade, sem alma. Sem dar aos jogadores o gostinho deste momento que é tão apreciado pelos fãs quando estão assistindo a um combate no UFC.

Obviamente, isso não tira o brilho do trabalho gráfico. A ambientação, os lutadores, Bruce Buffer, os árbitros… Tudo é muito bem feito, como já se torno uma marca da franquia. Com a adição da questão do sangue mais realista, então, fica realmente impressionante. E, com um DualSense, é possível realmente “sentir” tudo o que está rolando na tela. Ah, tudo isso com uma trilha sonora de respeito, menus bem construídos e o seu carregamento rápido que surpreende – e é bem melhor do que o de Madden, por exemplo.

As real as it gets? Não sei… Estamos mais para as real as always. Para o bem e o mal.

AAAA

Então não dá para dizer, quando você calça suas luvas e coloca seu protetor bucal, que EA Sports UFC 5 não é um bom jogo de MMA. Afinal, ele entrega a experiência esperada. Pelo menos, no offline. Tudo funciona bem, é fluido. As combinações estão interessantes, apesar de ainda haver uma limitação de vigor que não parece a ideal, fazer as transições no chão também, e ver os resultados dos golpes com lesões mais realistas é um baita plus.

Vale destacar o modo Contrato de Luta, que tem desafios diários e semanais e torna o fator replay um pouco melhor. Com as recompensas, você pode garantir novos cosméticos, atletas e outros bônus na loja. Sim, tem uma loja com UFC Points para você comprar com dinheiro real e customizar as coisas. Nada de novo aqui, né?

O elenco de lutadores também tem que ser exaltado. Há uma variedade enorme de possibilidades. No masculino, no feminino e em todas as categorias. Incluindo algumas lendas aposentadas e até nomes históricos de fora do UFC – como Mike Tyson, Muhammad Ali, Fedor Emilianenko e Bruce Lee. Inclusive, para alguns daqueles que fizeram história, há versões “legado”, como o Jon Jones de 2008 ou o Anderson Silva de 2011.

O negócio é que, quando você leva tudo isso pro online, infelizmente o jogo ainda não é capaz de oferecer a mesma qualidade de jogabilidade – muito provavelmente por causa de servidores. Até mesmo em partidas contra brasileiros, o ping ficava acima dos 50, tornando tudo mais lento e lagado. Contra estrangeiros, chegava a passar dos 200. Uma pena – afinal, medir as qualidades online é grande parte da graça dos games de esportes.

Sem falar que o gameplay ainda tem algumas coisas esquisitas. Algumas combinações muito OP, alguns bugs de movimentos, golpes que entram sem muita explicação… É como dito anteriormente, se todo mundo já sabe exatamente quais serão os pontos positivos de um game da série, também conhece as falhas comuns. E, sim, elas estão de volta.

EA Sports UFC 5: vale a pena?

É sempre difícil julgar custo-benefício, mas EA Sports UFC 5 custando quase R$ 360 é para poucos. Os fãs de MMA e que estavam com saudades da série, provavelmente, terão boas horas de diversão com o novo game. Para quem quer entrar nessa, certamente vale esperar o valor cair um pouquinho.

Afinal, assim como qualquer jogo de esporte, este depende bastante do quanto tempo você vai investir nele. Porém, ao contrário de um EA Sports FC ou até mesmo F1, a maior probabilidade é de que você tenha poucos amigos para jogar e também sofra um pouco no modo online.

Por isso, no fim das contas, vale a pena apenas para quem realmente gosta. E está tudo bem assim.