Dragon Ball: Sparking! Zero: vale a pena?
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Dragon Ball: Sparking! Zero: vale a pena?

Sparking! Zero é tudo o que os fãs sonhavam: um retorno glorioso e aprimorado ao Budokai Tenkaichi

por Vinícius Paráboa

Há 17 anos, a Spike lançava o até então último “Budokai Tenkaichi”, jogo que se tornou um dos mais queridos para fãs de Dragon Ball — e ainda possui uma comunidade apaixonada, que disputa torneios online e cria inúmeros mods, até hoje. Por isso, não foi surpresa ver a expectativa tomando conta da internet quando Dragon Ball: Sparking! Zero foi anunciado, em 2023.

Primeiro, é necessário informar: “Sparking” nada mais é do que a própria série Budokai Tenkaichi. Ela leva esse nome no oriente, com os três primeiros games por lá se chamando “Sparking!”, “Sparking! NEO” e “Sparking! Meteor”.

Com isso, fica clara a intenção da Bandai Namco e da Spike Chunsoft de unificar os fãs de todo o mundo com a nomenclatura “Sparking! Zero” — com o zero representando um novo começo. E esse reinício traz uma enorme nostalgia para quem se aventurou nos games na era PlayStation 2.

Dito tudo isso, sim, a hype se justifica com Dragon Ball: Sparking! Zero. Abaixo, explicamos o porquê.

Dragon Ball: Sparking! Zero é Budokai Tenkaichi 4

Fãs de Budokai Tenkaichi provavelmente se lembram da sensação de abrir os games de PS2 e ficarem boquiabertos ao se depararem com listas enormes de personagens jogáveis. Era até difícil testar todos os lutadores — principalmente quando se dava preferência a figuras mais populares, como Goku, Vegeta e Gohan. Pois bem, isso não mudou em Dragon Ball: Sparking! Zero.

Olhar as mais de 20 versões de Goku (importante afirmar que todos eles possuem golpes e visuais diferentes) já é motivo suficiente para bater no peito e dizer: “estamos de volta, bebê”. Isto porque, a enorme quantidade de lutadores é uma das magias da franquia. É poder chamar aquilo, sem sombra de dúvidas, de “Budokai Tenkaichi 4”.

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Goku Mini! (Foto: Vinícius Paráboa)

Mas, calma, não é isso. Basta selecionar o modo clássico de controle (também existe o esquema moderno de botões), começar uma luta e pronto: vai estar tudo ali. Cenários destrutíveis em arenas de larga escala em 3D, câmera por trás do personagem e, claro, combos que, a depender da habilidade do jogador, podem ser intermináveis.

A questão é que, para lançar a sequência, a Spike Chunsoft pensou além de simplesmente modernizar os gráficos e adicionar personagens do anime Dragon Ball Super — e, honestamente, muita gente talvez ficaria satisfeita apenas com isso. A desenvolvedora implementou novas mecânicas de batalha, que dão um tempero a mais em um prato que já tinha um sabor excelente.

Como todos os fãs já sabem, o controle do ki é essencial nesta série. Mantê-lo carregado lhe permite tomar boa parte das decisões no campo de batalha, como usar super ataques (Kamehameha, Galick Ho, etc.) ou até o clássico Z Burst Dash, que rapidamente te coloca atrás do inimigo para iniciar um combo. Mas agora, esse leque se torna maior com o “Dash Curto”, atribuindo uma movimentação ainda mais dinâmica na arena.

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(Foto: Vinícius Paráboa)

Outras mecânicas inéditas incluem o “Revenge Counter”, que é um contra-ataque no estilo parry, e o “Super Perception”, para rebater Kamehamehas como se fossem meras bolas de ki. Todas se mostraram extremamente eficazes nos testes.

O ponto negativo que fica é a quantidade pequena de mapas presentes em Dragon Ball: Sparking! Zero — pelo menos nesse momento, já que haverá DLCs. Ambientes icônicos da franquia acabaram deixados de lado, como o Templo de Kami-Sama, a Montanha Paozu, a Casa do Mestre Kame e a geleira (onde os Guerreiros Z enfrentam o Androide 13).

Campanha é ótima, mas ainda tem deslizes

Falando estritamente sobre o modo história (ou “Episode Battle”), o jogador pode viver lutas icônicas do anime de Akira Toriyama sob a perspectiva de oito personagens: Goku, Vegeta, Piccolo, Gohan, Jiren, Goku Black, Trunks do Futuro e Freeza.

Nessas campanhas, os fãs relembram de momentos marcantes, como a transformação de Goku em Super Sayajin contra Freeza, ou quando Vegeta se sacrifica para tentar dar um fim a Majin Boo. A grande sacada da Spike Chunsoft é que a empresa não se restringiu apenas a recontar tais histórias, mas, sim, imaginar fins diferentes para elas.

Por exemplo, logo no começo da jornada de Goku, ao enfrentar Raditz, o jogador pode escolher unir forças com Piccolo (como é canônico) ou ir sozinho para o combate. Obviamente, a segunda opção é intrigante, pois nos traz uma linha temporal distinta e completamente inédita.

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Qual é a melhor escolha? (Foto: Vinícius Paráboa)

Falando em ineditismo, outra novidade bem bacana é a possibilidade de visualizar as cutscenes em primeira pessoa. Imagine estar na perspectiva de Goku, quando ele e Raditz sofrem o Makankosappo fatal de Piccolo… Esses ângulos diferentes tornam tais cenas ainda mais dramáticas e especiais.

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Vegeta olha para seu filho, Trunks, o atacando (Foto: Vinícius Paráboa)

O Episode Battle, no entanto, possui defeitos que precisam ser mencionados. O primeiro deles é a maneira como a maioria das histórias são contadas: através de quadros, sem narração alguma. Além disso, a presença de cutscenes é escassa. Essa parte merecia um carinho — talvez, por que não, se inspirando nas belíssimas cenas de Dragon Ball Z: Kakarot?

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Quadros (ao fundo) contam a história do anime (Foto: Vinícius Paráboa)

Dragon Ball: Sparking! Zero também possui o modo “Batalha Personalizada”. Aqui, os fãs conseguem criar seus próprios “What If?“, com lutas inéditas. É possível personalizar cutscenes, implementar falas (apenas legenda), escolher personagens e mapas, e salvar online para outros jogadores experimentarem-na. Quer imaginar como seria se Cell reencontrasse o pai de família Gohan? É só colocar a mão na massa e criar tal cenário.

Esse modo personaliza ainda mais a experiência do novo game, criando um fator replay praticamente infinito. Se, por acaso, você tiver preguiça de criar sua própria fase, basta entrar na biblioteca e encontrar a batalha customizada de outro player. Palmas para a Spike Chunsoft.

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Cell voltou, e aí Gohan? (Foto: Vinícius Paráboa)

Gráficos incríveis e batalhas online estáveis

Dragon Ball: Sparking! Zero ainda possui outras qualidades de destaque. Os gráficos estão deslumbrantes. Seja no modelo dos personagens, nos ambientes, nas auras do ki ou até nos super ataques: tudo é um colírio para os olhos.

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Detalhes impressionam (Foto: Vinícius Paráboa)

Observar as Ultimates de cada lutador é espetacular. As partículas na tela, os traços dos guerreiros, as cinemáticas, como quando Gogeta atira o Ultra Big Bang Kamehameha… esses fatores chamam muita atenção pela riqueza de detalhes. Aliás, tudo isso sem nenhuma queda de FPS.

Sparking! Zero também possui modos online, onde é possível disputar batalhas individuais, por equipe, ranqueadas ou até se arriscar a levar o troféu do Torneio de Artes Marciais.

Nesse período pré-lançamento foi difícil encontrar partidas contra outros jogadores. Apesar disso, as que conseguimos disputar não tiveram grande presença de lag. Isso se mostra importante, principalmente em um jogo sem rollback netcode — afinal, ao contrário de Dragon Ball FighterZ, jogo competitivo em 2D, Sparking! Zero é um arena fighter 3D que não se foca no ambiente competitivo.

Dragon Ball: Sparking! Zero: vale a pena?

Respondendo diretamente à pergunta: sim, Dragon Ball: Sparking! Zero vale muito a pena. Vale a pena para novatos. Vale a pena para fãs de longa data. Simplesmente, vale.

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Shenlong, realizou meu desejo: trouxe Budokai Tenkaichi de volta. (Foto: Vinícius Paráboa)

O jogo é divertidíssimo, proporciona combates eletrizantes, possui tanto mecânicas simples quanto complexas de gameplay, e inclui o maior elenco de personagens jogáveis de toda a história de Budokai Tenkaichi (182). Isso sem contar que essa lista vai crescer com, pelo menos, três DLCs já garantidos.

Os pouquíssimos defeitos não tiram, de forma alguma, o brilho de Sparking! Zero. Só faltou mesmo a cereja do bolo: a dublagem em português brasileiro. Ouvir a voz de Wendel Bezerra como Goku ou de Alfredo Rollo como Vegeta tornaria a experiência ainda mais incrível.

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Quem enfrenta Dragon Ball: Sparking! Zero? (Foto: Vinícius Paráboa)

Dragon Ball: Sparking! Zero chega em 11 de outubro — mesma data do anime Dragon Ball Daima. O acesso antecipado, para quem fez a pré-venda, fica disponível já nesta terça-feira (08).

Erga suas mãos para o céu, ajude a Genki Dama sendo fiel e aproveite para agradecer: um novo Budokai Tenkaichi começou.

Veredito

Dragon Ball: Sparking! Zero
Dragon Ball: Sparking! Zero

Sistema: PS5

Desenvolvedor: Spike Chunsoft

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
95 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gráficos incríveis
  • Golpes cinemáticos são lindos
  • Mecânicas de combate são idênticas (e melhoradas) em relação a Budokai Tenkaichi 3
  • Batalhas online estáveis
  • Modo de Batalha Personalizada permite criações e fator replay infinitos
  • Mais de 180 personagens jogáveis (incluindo Goku de Dragon Ball Daima!)
  • Escolhas no modo história trazem diferentes consequências jamais vistas no mangá/anime
  • Opção de câmera em 1ª pessoa no modo história mostra outra perspectiva de cenas memoráveis de DBZ
  • Personalização de personagens é ótima
Desvantagens
  • Campanha poderia ter mais cinemáticas e conta a história através de quadros, sem narração
  • Dublagem em PT-BR seria a cereja do bolo, mas não tem
  • Poucos mapas
Vinícius Paráboa
Vinícius Paráboa
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Editor no MeuPlayStation. Fanático por Crash Bandicoot, God of War e pelo Grêmio.