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CYGNI: All Guns Blazing: vale a pena?

Gameplay intenso e frenético, mas com uma dificuldade muito exagerada

por Raphael Batista
CYGNI: All Guns Blazing: vale a pena?

CYGNI: All Guns Blazing é o famoso “joguinho de navinha”, mas que não se limita a ser uma experiência tradicional. Os elementos clássicos estão ali: a dificuldade que beira à insanidade, a trilha sonora movimentada e, claro, a jogabilidade em alta velocidade. Contudo, os controles modernos adicionam um requinte de estratégia e poderio ao jogador, como personalização do padrão de tiros e melhorias dos dispositivos de ataque ou defesa.

É como se os clássicos games shoot’em up, como Space Invaders, tomassem anabolizantes extraídos do DNA dos filhos entre Contra e Returnal. É uma mistura de várias referências que formam a jogabilidade de CYGNI e trazem um resultado positivo, extremamente desafiador e muito bonito.

Por outro lado, a simplicidade de certos elementos e pouca variedade de conteúdo pode afastar os jogadores que desejam uma experiência mais robusta. O game da Konami não é superficial, mas não deixa de ser simples em quase todos os aspectos.

Independence Day dos games

Sem muita enrolação, CYGNI: All Guns Blazing é a história de humanos contra alienígenas. A protagonista, Ava, é uma pilota habilidosa que tem a missão de destruir a resistência extra-terrestre do planeta CYGNI. Não há muito o que explorar e não espere por nuances da trama. Quem já viu filmes sobre ETs ou invasões interplanetárias, é mais do mesmo.

Embora a história não tenha um brilho, a desenvolvedora Keelworks tem o seu charme na construção dos personagens e dos próprios alienígenas. Os devs do estúdio trabalharam em animações da Pixar e trouxeram a experiência para o jogo, criando cutscenes artísticas e bacanas de serem acompanhadas.

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As animações de CYGNI são bem feitas. Fonte: captura de tela.

Além disso, o design dos extraterrestres é muito bacana. Os seres são retratados pelas próprias naves inimigas, mas há uma grande variedade deles e os chefões inspiram terror pela grandiosidade e também pela ameaça que representam.

São sete fases que disponibilizam áreas diferentes, inimigos únicos e combates intensos do início ao fim. Cada área gira em torno de 15 minutos e, por isso, não é tão demorado para concluir a campanha. Exceto para quem busca se aprimorar na arte de eliminar ETs. Falaremos sobre o gameplay agora.

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O design dos alienígenas, principalmente dos chefões, é o charme do game. Fonte: captura de tela.

Quando Returnal vira “navinha”

Se você jogou Returnal, então perceberá similaridades com o estilo bullet hell. Em CYGNI: All Guns Blazing, não há tempo para pensar. Todos os projéteis e movimentos inimigos são rápidos e estão mirando na nave da protagonista. É lindo ver os cenários repletos de tiros ao mesmo tempo que é desesperador não saber onde você se encontra.

Existem dois tipos de disparos no game: o aéreo, no R2, e o terrestre, no L2. Há inimigos que surgem em regiões específicas, por isso, é necessário alternar entre os tipos de ataque e essa variedade traz uma dose a mais de desafio muito interessante, pois exige atenção constante. Inclusive, na hora do combate, o jogador também precisa avaliar se compensa destruir as unidades de um espaço enquanto aparecem alienígenas simultâneos de outra área.

O jogo sempre está com a tela cheia de projéteis. Fonte: captura de tela.

Para os confrontos, há o lançamento de Mísseis no X e a configuração dos tipos de tiros (como mais afastado ou mais concentrados) e o sistema de gerenciamento do escudo/armas. Usar os ataques especiais custam energia que são alocadas às defesas. Por isso, é necessário atribuir os slots para os Mísseis enquanto você perde pontos de defesa. Uma mecânica crucial para a vitória, pois os ataques básicos não dão conta da quantidade de alienígenas.

Todas essas mecânicas funcionam muito bem na hora do pau, mas são explicadas de maneira confusa. O tutorial, que tem o visual bem Space Invaders, não deixa muito claro e deixa poucas informações úteis para os jogadores. Inclusive, até mesmo o sistema de melhoria da nave possui recursos nada explicáveis e confusos para quem não está habituado com o gênero.

O sistema de melhorias é pouco explicativo, principalmente como obter os recursos de poderes. Fonte: captura de tela.

Sobre a dificuldade, ela chega a ser intimidadora. Zerar no Modo Fácil é até acessível porque o jogador tem três vidas a cada fase, mas a partir do Normal, é apenas uma única vida. Além disso, a agressividade dos inimigos e a quantidade de projéteis aumenta drasticamente, se tornando quase impossível vencer a primeira fase. O Modo Difícil é insanidade.

Os desafios poderiam ser superados graças às melhorias, mas a falta de informações mais claras de como obtém os recursos de poderio para a nave também travam a experiência, deixando o jogador frustrado por não saber como vencer o game.

A dificuldade do game pode assustar em muitos momentos. Fonte: captura de tela.

Beleza extraterrestre

Enquanto você não estiver se desviando das balas e atacando agressivamente os inimigos, você estará contemplando os efeitos visuais que explodem constantemente na tela. É impressionante como CYGNI: All Guns Blazing tem uma direção artística de brilhar os olhos com as explosões, tiros especiais e os próprios cenários.

A trilha sonora é outro destaque bem legal com ritmos frenéticos, mas com sons que convocam ao chamado da missão de proteger a humanidade. Com trilhas eletrônicas e numa pegada mais hardcore, as fases trazem a sensação de perigo e intensidade graças às inspiradas composições.

As cores e efeitos visuais são lindos! Fonte: captura de tela.

CYGNI: All Guns Blazing: vale a pena?

Mais do que só um jogo de navinha, CYGNI: All Guns Blazing traz a modernidade para o gênero de uma forma desafiadora. Os efeitos visuais e o design dos combates, principalmente as boss battles, têm um charme único e, mesmo com a superficialidade de alguns elementos, a experiência oferece uma diversão baseada na velocidade e explosões.

Embora não haja uma grande vastidão de conteúdo, o título ainda oferece a possibilidade do Coop local e o Modo Arcade para quem gosta de ir até os limites em busca de maiores pontuações. Por mais que os desafios sejam, muitas vezes, injustos e beirando à insanidade, o game cumpre bem seu propósito para quem busca uma experiência mais hardcore.

Veredito

CYGNI: All Guns Blazing
CYGNI: All Guns Blazing

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Keelworks

Jogadores: 1-2

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gameplay intenso e prático
  • Efeitos visuais e trilha sonora
  • Design atrativo dos alienígenas
  • Performance com um bom desempenho
Desvantagens
  • Falta de explicações mais detalhadas sobre recursos
  • Dificuldade exagerada
Raphael Batista
Raphael Batista
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Jogando agora: Dragon Age: The Veilguard | LEGO Horizon Adventures
Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.