Review

Crash Bandicoot 4: It’s About Time: vale a pena?

Título resgata o melhor da série e se consolida como a sequência definitiva da franquia

por Vinícius Paráboa
Crash Bandicoot 4: It's About Time: vale a pena?

Nos anos 90, a Naughty Dog dava início a uma das franquias mais queridas do PlayStation: Crash. No entanto, quando a franquia deixou o estúdio, ela acabou caindo no esquecimento. Porém, nos últimos anos a Activision resgatou o marsupial lançando os remakes N’Sane Trilogy e CTR.

Agora chegou a vez de arriscar com um novo jogo: Crash Bandicoot 4: It’s About Time.

Muitos fãs estavam com um pé atrás quanto ao game, pois a comparação com os primeiros é inevitável. Entretanto, não há nada a temer: a Activision e a Toys For Bob (desenvolvedora) conseguiram entregar um produto no nível dos originais.

No geral, It’s About Time resgata os primórdios, com gráficos, gameplay e história referente aos clássicos. Não só isso, mas também traz novidades para dar dor de cabeça aos jogadores (no bom sentido da expressão).

Sequência canônica de Warped

A Activision e a Toys For Bob moldaram a história para ser uma sequência direta e canônica de Crash Bandicoot 3: Warped. Traduzindo: Wrath of Cortex e Twinsanity foram deixados de lado aqui.

No fim de Warped, Crash e Coco baniram Neo Cortex, Uka-Uka e N. Tropy para outra dimensão. Vários anos depois, a máscara do mal usa suas últimas forças para abrir uma fenda dimensional, que libertam Cortex e N. Tropy do tormento. Então, os vilões se unem para tomarem o controle do espaço-tempo e consequentemente, se vingarem do herói.

Não espere por um roteiro dramático de cinema ou plot twists de cair o queixo. A série nunca foi conhecida pela narrativa, que desde o início tinha um apelo para o público infantil. É aquela coisa: seja o mocinho e salve o mundo dos planos do vilão perverso.

Em Crash Bandicoot 4: It’s About Time, no entanto, ainda existem reviravoltas que chamam atenção, mas para evitar spoilers, não falaremos do momento em questão.

Gameplay “N. Sane”

Antes de começar a jogatina de Crash Bandicoot 4, o jogo te dá duas opções: os modos “Moderno” e “Retrô”. O primeiro – “recomendado” pelos devs – conta o número de mortes do jogador ao longo da fase, sem existir um limite de vidas. O segundo é como nos originais: Crash reúne uma quantidade de vidas e se elas zerarem, o jogador é obrigado a recomeçar a fase.

Agora, por que o “Moderno” é o recomendado? Bem, as fases apresentam uma dificuldade insana. As primeiras até lhe fazem pensar que a campanha será mamão com açúcar, mas não: conforme se avança, o design dos cenários fica cada vez mais complicado, a ponto de ver o tal contador de mortes chegando a números como 50 ou 60.

Isto não é um ponto negativo: desde seus primórdios, Crash Bandicoot sempre foi conhecido por exigir o melhor dos fãs de plataformas. É bem verdade que a Toys For Bob elevou bastante o nível, porém nada insuperável, por assim dizer.

1

Quanto às mecânicas, uma das grandes reclamações de N’Sane Trilogy era a falta de precisão nos pulos de Crash. No novo jogo, a produtora tratou de corrigir isto: a física está agradável e não deixa o jogador pensar que perdeu uma vida “por culpa do game”. Além disso, houve espaço para implementar corridas na parede e saltos em cordas, com o objetivo de deixar a jogatina moderna.

As novas máscaras quânticas também ajudam Crash e Coco na jornada, com habilidades divertidas de se usar. Lani-Loli faz objetos sumirem e aparecerem no espaço, os irmãos giram sem parar graças a Akano, Kupuna-Wa desacelera o tempo e Ika-Ika inverte a gravidade. Todas causam um “nó mental” no começo, mas não demora para o jogador dominar as mecânicas.

Crash Bandicoot 4

Por fim, em certas fases há como controlar Tawna, Dingodile e até Cortex. Esses três possuem habilidades únicas, tornando o gameplay variado e ainda mais agradável. Tawna usa um gancho, Dingodile tem um aspirador que atira caixas de TNT e Cortex transforma obstáculos em plataformas.

Crash Bandicoot 4

Gráficos com estilo cartunesco

Talvez, a “polêmica” de Crash Bandicoot 4: It’s About Time seja os seus gráficos. A Toys For Bob resolveu criar o game com uma vibe cartunesca, redesenhando os modelos de N’Sane Trilogy e CTR Nitro-Fueled – estes bem-recebidos pelos fãs.

A decisão de alterar o design dos ambientes e personagens não é de se crucificar. Afinal de contas, a trilogia original também abordava o jogador com um estilo cômico. Por falar nisso, as mortes dos personagens seguem com as animações engraçadas de sempre.

2

Crash Bandicoot 4: It’s About Time: vale a pena?

Se você é fã de Crash Bandicoot e de games de plataforma, certamente vale a pena. O título resgata o melhor da série, implementa novidades bem-vindas e apaga o rótulo de que “só a Naugthy Dog sabe lidar com a franquia”.

O jogo estava com 20% de desconto no período de pré-venda na PlayStation Store, entretanto voltou ao seu preço original de R$ 249,90. O valor é salgado – ainda mais considerando que não existem mídias físicas no Brasil – mas bem gasto para um produto com um alto fator replay graças ao modo N. Verted.

Veredito

Crash Bandicoot 4: It's About Time
Crash Bandicoot 4: It's About Time

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Toys For Bob

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
90 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gameplay com personagens diferentes é divertidíssimo
  • Dificuldade com selo "Crash" de qualidade
  • Bom fator replay por causa do modo N. Verted
  • Máscaras quânticas deixam o gameplay moderno
Desvantagens
  • História poderia ser desenvolvida um pouco melhor
  • Gráficos podem não agradar fãs de N'Sane Trilogy
Vinícius Paráboa
Vinícius Paráboa
Editor
Publicações: 5.358
Jogando agora: Final Fantasy VII Rebirth, A Plague Tale: Requiem, Dragon's Dogma 2
Editor no MeuPlayStation. Fanático por Crash Bandicoot, God of War e pelo Grêmio.