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Company of Heroes 3: Console Edition: vale a pena?

A experiência de comandar um pelotão na Segunda Guerra Mundial é interessante, mas tem poucas inovações

por Jean Azevedo
Company of Heroes 3: Console Edition: vale a pena?

Company of Heroes 3: Console Edition é um port da versão de PC do jogo de estratégia em tempo real. Trazendo a experiência de comandar seu próprio esquadrão ao longo da Segunda Guerra Mundial, o game conta com duas campanhas e modo multiplayer.

Mesmo sendo uma temática explorada em outros jogos da franquia, a Segunda Guerra Mundial foi um pouco mais usada e expandida dessa vez. Com toques narrativos interessantes, duas campanhas distintas são oferecidas e ambas têm seu valor ao entregar um conteúdo didático sobre os acontecimentos.

Testamos Company of Heroes 3 para consoles no PS5 e já podemos adiantar que a fluidez do gameplay não foi tão boa assim.

O início do gameplay

Logo quando iniciamos o jogo somos introduzidos a um tutorial que nos mostra o básico dos controles. Ali já é possível constatar: esse jogo seria muito melhor no mouse e teclado, mas vamos falar disso mais pra frente na análise. 

O jogador comandará um pelotão e precisará completar diversas missões ao longo do cenário. Tudo começa em um centro de operações localizado em uma área menor previamente dominada pela sua equipe. O restante do mapa é território inimigo ou neutro e esconde recursos necessários para evoluir suas tropas.

Falando nas tropas, cada unidade conta com uma especialidade. A Infantaria tem foco na movimentação e na entrega de uma maior quantidade de dano, por exemplo. Já os Engenheiros possuem maior aptidão na montagem de armadilhas e trincheiras, além de construírem equipamentos poderosos.

Company of Heroes 3 Console
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

A ordem é conquistar

Em Company of Heroes 3, você é livre para escolher sua estratégia. A I.A. que comanda os soldados adversários nos modos campanha e offline responde bem às suas tentativas de ataque e sabem quando estão encurralados. E como o cenário fornece proteções e camadas destrutíveis, a movimentação se torna uma palavra-chave.

Conforme as tropas avançam ou recuam pela fase, um sistema de névoa esconde (ou revela) unidades ao redor dos seus comandados. Com base nisso, os jogadores conseguem optar por uma abordagem mais ofensiva ou “fria e calculista”. O objetivo é conquistar recursos, aumentar seu pelotão, dominar o mapa. Como? O player escolhe.

Conquistando o mapa, você adquire materiais como munição, combustível e unidades para construir mais barracões de treinamento. Aprimorando seu centro de operações, suas tropas ficam mais fortalecidas, porém, tem o outro lado da moeda. Quando isso tudo dá errado e suas tropas e investimentos são perdidos, você falha na missão.

O “modo história”

Company of Heroes 3 tem dois modos com foco narrativo. Em um deles, “Operação Norte-Africana”, o jogador explora uma história inspirada por eventos que ocorreram na Líbia e no Egito durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando o impacto dos conflitos na população judaica de Benghazi.

Company of Heroes 3 no PS5
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPS)

A outra alternativa é a Campanha Italiana, que conta o ponto de vista da guerra através de cartas de um soldado, Joe, para sua amada, Maggie. Nesses recados, ele conta cada passo de suas aventuras e como o esquadrão e seus comandantes vinham tomando as decisões depois de sair da África para Itália.

Ambas as campanhas são interessantes e o que prende o jogador é o ritmo de novidades. Mais unidades avançadas em operadores, veículos, tropas e armamentos aprimoráveis são introduzidos, deixando as partidas ainda mais frenéticas e com variedade nos acontecimentos.

Os grandes diferenciais de Company of Heroes 3

A maioria dos RTS têm a mesma base. Selecionar as tropas, esperar os comandos serem executados, cumprir as missões e seguir para a próxima batalha. Em Company of Heroes 3 também é assim, mas com alguns elementos imprevisíveis.

O primeiro deles é a cobertura que os soldados procuram ao longo dos cenários para se esconder dos seus alvos e tentar um abate furtivo ou ter mais vantagem na troca de projéteis. Grande parte da estratégia passa por esse momento de posicionamento.

O posicionamento citado acima é bastante variável por causa de um segundo recurso: os ambientes destrutíveis de Company of Heroes 3. Barricadas, muros e outras construções podem ir ao chão com os mísseis de canhão e abrir mais possibilidades para conquistar território.

Combinando esses dois fatores, mesmo com toda a previsibilidade dos seus comandos, é possível ver as batalhas se desenrolando de forma surpreendente no campo de guerra.

Company of Heroes 3 é mesmo uma “Console Edition”?

Jogos de estratégia parecem ter nascido para funcionar melhor no mouse e no teclado e Company of Heroes 3 prova isso em determinados momentos. 

Antes de mais nada vale ressaltar o esforço da companhia em anexar atalhos super úteis no R2 e no L2 e a possibilidade de selecionar todos os soldados na tela simplesmente segurando X. Acontece que na hora de usar as habilidades das tropas, isso fica muito confuso.

Com o DualSense, os controles não são tão precisos assim e selecionar uma unidade para ela executar uma de suas especialidades não é uma tarefa confortável. Nem sempre o navegador escolhe o boneco pretendido pelo jogador, por isso, um dos recursos do game, a “pausa tática”, foi bastante utilizada durante a análise.

Por esses motivos citados acima, a fluidez ao longo das sessões era um problema. A pausa tática acaba se estendendo demais e isso quebra o ritmo por diversas vezes. Quanto mais soldados na tela, maior fica esse “defeito” da seleção usando o analógico.

Resumindo, o problema não foi em relação ao desempenho ou algo do tipo. A versão de PS5, apesar de não ter interações com o DualSense ou coisa parecida, roda bem e não apresentou travamentos, porém, Company of Heroes 3 parece casar mais com a proposta no mouse e teclado.

Company of Heroes 3: Console Edition: vale a pena?

Para quem curte jogos inspirados na Segunda Guerra Mundial e games de estratégia se divertirá bastante. Por outro lado, é bom revisar esse investimento com cuidado. Afinal de contas, o game custa R$ 299,90 na PS Store — um preço alto para o que é oferecido.

company of heroes 3

Além disso, os atalhos casam bem com o DualSense, mas não são precisos e podem confundir. Ao menos, o desempenho no PS5 não deixou a desejar, mesmo sem interações que justifiquem o valor cobrado para o console da atual geração.

Company of Heroes 3: Console Edition vale a pena, sim. No entanto, é uma boa ideia esperar uma promoção.

Veredito

Company of Heroes 3: Console Edition
Company of Heroes 3: Console Edition

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: HARDlight

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
75 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Partidas imprevisíveis
  • Legendas em PT-BR
  • Duas opções de campanha com histórias interessantes
  • Ritmo de apresentação das novidades é bom
Desvantagens
  • Não passa o feeling de um game feito para consoles
  • Comandos no DualSense foram bem distribuídos mas ficaram confusos
  • Seleção de soldados/tropas não funciona tão precisamente
Jean Azevedo
Jean Azevedo
Redator
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Talvez eu goste mais de Marvel's Spider-Man do que deveria.