Bleach Rebirth of Souls: vale a pena?
Bleach Rebirth of Souls traz um elenco recheado, mas falha em ser marcante
Bleach Rebirth of Souls, o mais recente título inspirado no universo de Bleach, chegou prometendo reviver a épica jornada de Ichigo Kurosaki e seus companheiros. O game, disponível para PS4 e PS5, convida os jogadores a liberarem suas Zanpakutōs em batalhas emocionantes.
Com um sistema de combate que permite derrotar inimigos com um único golpe, o jogo busca capturar a intensidade das lutas do anime. Além disso, a possibilidade de desbloquear novas formas e lâminas no calor da batalha adiciona um elemento estratégico aos confrontos.
Nossa experiência com Bleach Rebirth of Souls no PS5 nos permitiu explorar a história do anime desde o início, revivendo momentos marcantes como a ascensão de Ichigo e a batalha contra Aizen. No entanto, alguns aspectos deixam um sentimento de que o jogo não alcança o seu potencial.
Ichigo Kurosaki, Hollows e muita pancadaria
Bleach, uma obra que transcendeu as páginas do mangá e as telas do anime, narra a saga de Ichigo Kurosaki, um jovem que adquire os poderes de um Shinigami, um Ceifador de Almas. A partir daí, ele se vê envolvido em batalhas épicas contra Hollows, espíritos corrompidos que ameaçam o equilíbrio entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.
Em Bleach Rebirth of Souls, os jogadores têm a oportunidade de mergulhar nesse universo e vivenciar as batalhas épicas da série. E isso é feito de maneira completa. Com muitas cenas que fazem referências aos episódios e capazes de causar muita nostalgia. O grande problema foi… a execução.
Bleach Rebirth of Souls é uma Zanpakuto cega
Bleach Rebirth of Souls, o mais recente título baseado no popular anime e mangá, prometia trazer a épica saga de Ichigo Kurosaki e seus companheiros para a nova geração de consoles. No entanto, o jogo falha em corresponder às expectativas, entregando uma experiência aquém do potencial da franquia.
Um dos pontos que mais deveria ter destaque, acaba sendo o calcanhar de Aquiles do game: o combate. Os desenvolvedores apostaram em uma interface rica em detalhes, que é bem dinâmica e inteligente, mas quando chega na hora de vermos a jogatina em si… não ficou tão bom assim.

As lutas contra os Hollows, inimigos icônicos da série, são repetitivas e pouco inspiradas, carecendo da intensidade e da emoção presentes no anime. A mecânica de quebra de barreiras, que expõe a “alma” do inimigo para ataques devastadores, até apresenta um conceito interessante, mas sua execução se mostra falha.
Logo nas primeiras fases, observa-se que os cenários não foram tão bem programados para isso. Os Hollows entram em elementos do ambiente, ficam inatingíveis por desníveis do terreno… mas até dá para relevar, pois é bem no início e é um tutorial — mas incomoda.
A falta de variedade nos combos e a sensação de lentidão nos movimentos tornam as batalhas frustrantes e pouco recompensadoras. É basicamente zerar a barra de vida, arremessar o oponente para longe, e apertar R2 para, enfim, descontar um “acúmulo” de HP. E o processo se repete ao longo da luta.
Vale ressaltar aqui. Quando você não aperta o R2 e espera para remover toda a proteção inimiga para arrancar mais HP, seu alvo fica uns bons segundos “voando” no mapa vulnerável a ataques, o que irrita e atrasa a batalha.
Além disso, o equilíbrio entre os personagens deixa a desejar. Uryu Ishida, por exemplo, sofre com um limite de distância em suas flechas, o que dificulta a execução de combos e limita seu potencial em combate.
A movimentação, em geral, é pouco fluida e imprecisa, prejudicando a experiência do jogador.
Um ponto positivo no meio disso tudo é que as batalhas podem virar do nada dependendo da sua habilidade. A máquina dificulta com algumas transformações em determinados momentos, mas se você dominar as mecânicas de devolver os ataques e teleporte (sim, você pode apertar R2 + X e atacar pelo flanco), tudo fica mais fluido.
Um dos principais atrativos offline, o modo história de Bleach Rebirth of Souls intercala cenas do anime com batalhas, mas essa combinação se mostra desequilibrada.
Em alguns capítulos, o jogador é forçado a assistir a longas sequências de vídeo sem qualquer interação, enquanto em outros, batalhas secundárias, muitas vezes desinteressantes, impedem o progresso na história principal — sim, você precisa reviver TODAS as batalhas, até as menos importantes. Se não cumprir os requisitos, o jogo te trava.

Junto dessa monotonia, a obrigatoriedade de jogar com personagens secundários, em detrimento dos protagonistas mais populares, também é um ponto negativo. Embora o elenco de Bleach seja vasto e diversificado, eles foram mal explorados. Talvez a maneira linear de escolher os capítulos, junto das cenas, tenha causado esse efeito.
Ainda sobre a monotonia, um assunto citado mais acima: os cenários de Bleach Rebirth of Souls. Eles são extremamente reutilizados ao longo da campanha. Deixa uma sensação de que há uma certa repetição. Quem sabe, arenas mais dinâmicas resolveria isso. E falando em arenas, elas foram parte de outra “falha” do jogo: o multiplayer online.
Infelizmente, o modo online de Bleach Rebirth of Souls é outro ponto fraco do jogo. A falta de um sistema de matchmaking eficiente, que obriga os jogadores a procurarem partidas em arenas específicas, torna a experiência frustrante e demorada. A ausência de um modo aleatório, que permitiria partidas mais dinâmicas e imprevisíveis, é uma falha grave.
Bleach Rebirth of Souls: vale a pena?
Bleach Rebirth of Souls é um jogo que fica aquém das expectativas, tanto em termos de jogabilidade quanto de conteúdo. O sistema de combate repetitivo, o equilíbrio questionável entre os personagens, o modo história desequilibrado e o modo online limitado são apenas alguns dos problemas que impedem o jogo de alcançar seu potencial.
Dessa maneira, Bleach Rebirth of Souls não consegue alcançar o nível de outros jogos de anime de luta lançados nos últimos anos.

Enquanto Naruto, com Narutimate Accel (PS2) e Ultimate Ninja Storm (PS3), e Dragon Ball, com FighterZ (PS4) e Sparking Zero (PS5), elevaram o patamar do gênero em suas devidas gerações e momentos, Bleach Rebirth of Souls se contenta em entregar uma experiência sem pressão espiritual alguma — isso sem citar Budokai e Budokai Tenkaichi, de Dragon Ball, que também são lendários para muitos.
A franquia Bleach, com seu universo rico e personagens carismáticos, merecia um jogo que capturasse sua essência e oferecesse uma experiência memorável. Infelizmente, Bleach Rebirth of Souls não cumpre essa promessa, mas claro, fã é fã, e essa chance de reviver os momentos pode despertar diferentes sentimentos.
Embora o jogo possa agradar aos mais fervorosos amantes da série, que desejam reviver os momentos icônicos do anime, ele não consegue se destacar como um título de luta de alta qualidade. Bleach Rebirth of Souls é um renascimento aquém das expectativas — e o preço de R$ 299,90 é uma barreira pessoal, fica a seu critério.
Veredito

BLEACH Rebirth of Souls
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: TAMSOFT CORPORATION
Jogadores: 1-2
Comprar com DescontoVantagens
- Elenco recheado de personagens do anime
- O jogo é estiloso
- Batalhas ficam em aberto até o último momento
Desvantagens
- Deixa a desejar ao explorar o tamanho de Bleach
- Cenários bugados e sendo reutilizados no modo história
- O gameplay é um pouco travado devido à movimentação
- Nem todos os personagens foram bem explorados para a jogatina ficar interessante
- Pode ficar monótono
- Falhou em ser um jogo marcante de Bleach
