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Arken Age: vale a pena?

Profundo e muito divertido, Arken Age mostra como é possível aproveitar de tudo que a RV oferece em um único projeto

por André Custodio
Arken Age: vale a pena?

Uma nova IP é sempre um risco. E quando ela chega a um dispositivo de realidade virtual, os desafios se intensificam ainda mais. Convencer a comunidade de que seu produto é bom e de que vale o custo-benefício é um verdadeiro risco.

E se as chances disso ocorrer forem de um a cada 200, Arken Age certamente seria a unidade vitoriosa. O título da Vitruvius VR é uma fantasia digna dos consoles modernos, provando como é possível aproveitar recursos em RV com o máximo de criatividade.

Belo conceito de mundo, combate refinado, tecnologias bastante funcionais e uma campanha relativamente extensa… uma mistura que praticamente todos os fãs da categoria procuram. E mesmo os erros se minimizam diante de uma experiência surpreendente.

O herói do Bio-Chasm não morre

A corrupção tomou conta do Bio-Chasm. Hyperion, considerado uma divindade, passou a mobilizar forças por trás dos panos e criou seu próprio exército, como uma forma de corromper o mundo terraformado pelo Grand Arborist.

Agora, as mãos que podem salvar as florestas antes equilibradas e com um belo ecossistema são as de um guerreiro imortal. Falhar em combate é apenas um meio de aprimorar suas habilidades e chegar ao coração do mundo. E os ciclos estão apenas começando.

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Fonte: André Custodio

Equipado com armas infundidas por tecnologia Arkenite, o protagonista se misturará na corrupção, enquanto busca aliados da antiga raça Nara e atalhos para chegar à origem do mal.

Arken Age é um jogo de ação em realidade virtual ambientado em um universo de fantasia. Com amplo foco no combate e na exploração, ele oferece um vasto e rico mapa com inúmeros segredos, além de movimentos baseados na física.

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Fonte: André Custodio

Desde os primeiros minutos do game, já possível entender como é sua proposta. Cenários com áreas verticais e horizontais, ação com armas de fogo e melee, muitos upgrades, visuais impressionantes e uma trilha sonora excelente e bastante imersiva.

Além disso, Arken Age dispõe de missões principais e secundárias, coletáveis, sistemas de progressão e áreas interligadas no estilo de arena. Toda a experiência pode ser aproveitada com diversas opções de acessibilidade, assim como com suporte ao português do Brasil.

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Fonte: André Custodio

Outro destaque fica para o tempo de campanha. Apesar de ter uma história rasa e até desinteressante em certos aspectos, o game pode ser concluído em até 10h, mas os 100% dos objetivos devem estender essa projeção para mais de 18h (com amplo foco no gameplay).

Uma física que brilha

Assim como títulos como Behemoth e Legendary Tales, Arken Age se concentra inteiramente na física. O game possui dois modos gráficos, com o desempenho oferecendo até 90 FPS de projeção e contribuindo de forma absoluta com a experiência do usuário.

A movimentação no geral é suave, mas quando vamos para a exploração e combate tudo fica ainda mais refinado. O protagonista salta, agacha, se esquiva, se pendura em beiradas e nada. Essas mecânicas podem ser aproveitadas para absolutamente tudo.

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Fonte: André Custodio

Enquanto isso, há uma ação de escalada através de ganchos convocados pelas mãos. Eles conseguem se prender em todas as estruturas de madeira e acrescentam um alto nível de profundidade tanto para o combate quanto para o avanço nas missões.

Já em relação aos confrontos, as funções de movimento se expandem muito. Há armas de fogo com diferentes tipos de disparo, que vão desde fuzis automáticos até equipamentos laser. O mesmo se aplica às melee, que incluem espadas, machados e arremessáveis.

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Fonte: André Custodio

O sistema de batalha em Arken Age é inteiramente baseado em física. Balas de inimigos podem ser ricocheteadas ou bloqueadas por escudos e coberturas, enquanto o combate corpo a corpo inclui mecânicas de aparar, bloqueio direcional e esquiva.

Alguns adversários possuem movesets distintos, que vão desde máquinas explosivas até tanques gigantes e resistentes. E eles se adaptam não apenas às reações do jogador, mas também às dinâmicas das áreas e a distribuição de coberturas.

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Fonte: André Custodio

Mundo impressionante, criativo e engajador

O Bio-Chasm criado pela Vitruvius VR é incrível. As paisagens espalhadas pelos mapas são lindíssimas e possuem uma distribuição interessante entre adversários, segredos, atalhos e pontos de interesse.

E falando em level design, a dimensão das áreas não prejudica a experiência como um todo. Locais de fabricação de soro de cura, refinaria de armas, loja e estação de personalização dos equipamentos estão bem posicionados e sempre acessíveis.

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Fonte: André Custodio

Fora isso, avançar com moderação pela campanha de Arken Age é quase um sonho. O conceito de fantasia surpreende com vastas regiões florestais, com uma belíssima profundidade de campo e com efeitos de água muito bem realizados.

Além disso, a imersão por meio dos movimentos, da atmosfera e da trilha sonora é absurda e impactante. O trabalho dos desenvolvedores é, de fato, um feito raro e certamente agrada desde veteranos em VR até novatos na tecnologia.

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Fonte: André Custodio

Tendo em mente a boa quantidade de missões, de segredos e de coletáveis, explorar mapas vertical e horizontalmente garante não apenas recursos importantes, mas também pontos de vista que chamam a atenção pelo trabalho técnico.

Infelizmente, há falhas gráficas que se evidenciam na análise das texturas, mas esses problemas se destacam mais quando você chega próximo dos limites das zonas, onde não há mais espaço para avançar.

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Fonte: André Custodio

Excelente uso dos recursos do PS VR2

Como se Arken Age já não fosse completo, ele se aproveita de todos os recursos dos controles Sense com perfeição. A sensação tátil pode ser percebida a cada ação, enquanto as resistências nos gatilhos variam para cada arma utilizada.

O título também conta com suporte a vibração pelo próprio headset, em especial durante as animações. Assim, a imersão ganha consideravelmente pelo ótimo trabalho dos desenvolvedores em relação ao suporte ao PS VR2.

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Fonte: André Custodio

Arken Age: vale a pena?

Arken Age vale muito a pena. O título da Vitruvius VR é um dos melhores jogos em realidade virtual lançados até o momento. Modos gráficos, bom tempo de campanha, mecânicas de combate e exploração refinadas e excelente suporte aos recursos do PS VR2.

A história pode escorregar algumas vezes, mas o jogo possui amplo foco no gameplay. Dessa forma, você passará muito mais tempo lutando e passeando pelos cenários do que aprendendo sobre os eventos do passado e presente do Bio-Chasm.

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Fonte: André Custodio

Na PS Store, o game pode ser adquirido por R$ 214,90. Esse é considerado o “preço cheio” para jogos no PlayStation VR2, mas garante um bom custo-benefício e uma experiência totalmente satisfatória. Você não se arrependerá.

Cerca de dois anos após o lançamento do PS VR2 e as inúmeras dúvidas que permeiam o cenário de realidade virtual, Arken Age dá aquele desafogo e prova que ainda há muito a ser apresentado sobre as tecnologias.

Veredito

Arken Age
Arken Age

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Vitruvius VR

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Excelente trilha sonora
  • Ótima integração com os controles Sense
  • Bom tempo de campanha
  • Conceito impressionante do mundo
  • Muitos recursos de acessibilidade
  • Combate refinado, satisfatório e simples de dominar
  • Sistema de progressão riquíssimo
  • Missões principais e secundárias recompensadoras
Desvantagens
  • Problemas com texturas
  • História um pouco vaga
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Lushfoil Photography Sim, Post Trauma, Path of Exile 2
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.