[Análise] Planet Alpha: Vale a Pena?
Curto, mas muito belo: é assim que se define Planet Alpha.
Planet Alpha é um daqueles jogos que impressionam pelo seu estonteante visual. Sem a menor sombra de dúvidas, a Team17 tem se especializado em desenvolver e distribuir jogos cujo melhor atributo sejam seus fantásticos cenários. Uma pena que não fora produzido para PlayStation VR.
Contudo, outras partes do jogo ficaram um tanto relegadas. Sem combates ou história complexos, as mecânicas se resumem a esconder-se e interagir com o ambiente. Enigmas um tanto confusos e narrativa aberta completam o pacote que, em seu maior mérito, não tenta ser o que não se espera.
Confira nossa análise.
História? Que história?
O enredo de Planet Alpha é bem simples. Você é um alienígena (sim, porque é você quem chegou no planeto) perdido em um mundo estranho. Mundo este que está completamente alheio à sua presença. Para completar, sua jornada se dá em meio a uma invasão robótica de outro lugar.
Sem muito o que fazer, e perdido entre a batalha entre os dois, sua missão passa a ser sobreviver a este aparente apocalipse robótico. À medida em que se envereda para dentro do planeta em questão, contudo, mais dos seus segredos vão sendo descobertos, e fica claro que nada ali está acontecendo por acaso.
Apesar da falta de narrativa por diálogos, isto não torna a história menos interessante. É quase “Limbo”, mas colorido e com vida.
Hora de se virar nos 30
Como dito, as mecânicas do jogo são extremamente simples. Nada de combates ou comandos complicados aqui. A jogabilidade se resume a ser furtivo, e interagir com o cenário, para resolver enigmas e superar obstáculos.
Como não há tutoriais aqui, será necessário quase “adivinhar” o que fazer em determinados momentos. O que pode ser deveras frustrante, já que alguns dos quebra-cabeças do jogo precisam de soluções específicas. Que só vem depois de diversas sessões de tentativa e erro.
Mas uma das ferramentas mais legais é o fato de Planet Alpha usar constantemente o recurso de mudança de horários nos puzzles. O dia e a noite tem mais que função estética aqui. Determinadas partes do jogo, ou soluções de enigmas, são resolvidas apenas em um determinado horário. Que pode ser alterado ao seu bel prazer.
Uma pena que, depois de algum tempo, este recurso fica um tanto repetitivo. Mas ainda assim é uma boa sacada.
Um verdadeiro colírio pra os olhos
Esses ciclos do dia e da noite, como dito anteriormente, influenciam não somente no gameplay, mas no visual. E falando em visual, Planet Alpha tem visuais belíssimos, com cenários que impressionam pela beleza e riqueza de detalhes. A fauna e flora do jogo se destacam de forma fantástica.
Não a toa esta é a melhor característica do jogo. É possível ver os menores detalhes, como a mudança de comportamento da variada fauna de acordo com o período do dia. Insetos tendem a ser mais agressivos a noite. Animais hibernam e as plantas são bioluminescentes. Tudo é vivo e orgânico como deve ser.
O trabalho sonoro não se assemelha, contudo, à qualidade gráfica. Mas dá um toque a mais de charme no título. Dá a todo trabalho gráfico um ar ainda mais vivo. E merece elogios. Muitos, aliás.
Toda beleza de Planet Alpha
Planet Alpha pode ser considerado um daqueles jogos que se destacam por um ou outro quesito. Houve um trabalho mais que primoroso nestes nos quais ele se destaca. Obviamente, alguns outros detalhes contam, como o jogo ser um tanto curto. Ou possuir bugs irritantes.
Além de não contar, ainda, com um troféu de platina (o que pode afastar caçadores mais ávidos), o valor sugerido para o título pode afastar tantos outros. Exatamente pelos detalhes descritos acima. Que fique claro: Planet Alpha não pode ser considerado um jogo ruim. Longe disso. Mas está um pouco aquém do que se espera para o que é pedido.
Portanto, aproveite sem moderação, quando sair aquela promoção maneira.