Mortal Kombat 11: vale a pena
Visual de alta qualidade, jogabilidade afiada e ótimo modo treinamento são destaques.
A NetherRealm mostra que realmente encontrou a fórmula de sucesso dos seus jogos. Mortal Kombat 11 é mais um grande passo na trajetória iniciada com Mortal Kombat 9.
Desde então, o estúdio acertou em todas suas tacadas, sempre ascendendo no quesito qualidade. Mortal Kombat 11 é a reunião de tudo que deu certo até agora e além.
O novo game oferece aquilo que os fãs mais gostam: jogabilidade apurada, um modo estória bem razoável, modos online funcionais, torres, personalização e muita…muita sanguinolência.
A trama começa logo após os acontecimentos de Mortal Kombat X. Shinnok caiu, e Raiden assume uma postura mais obscura, se distanciando dos seus valores. Com a frágil desculpa de “proteger o Plano Terreno a qualquer custo”, o Deus do Trovão cruza a tênue linha da Justiça.
Em contrapartida, o jogo apresenta a antagonista e uma das novas adições, Kronika. A Guardiã do Tempo entende que o equilíbrio foi quebrado e começa a manipular as linhas de história para colocar ordem às coisas.
Com linhas temporais distintas, as coisas ficam um pouco embaraçadas no começo, mas se encaixam muito com o progresso. Uma boa sacada é a colisão de gerações. O atrito entre antigos e novos kombatentes é peculiar e, por sinal, uma das coisas legais do enredo, com destaque à relação entre os Johnny Cage.
A narrativa funciona de forma bem similar a Injustice 2 e MK X. Você assume o controle de um personagem entre uma cena e outra e precisa vencer para prosseguir. Mas ao contrário do game dos heróis da DC, em MK11 você está só de um lado, o do vencedor. O que deixa um pouco a desejar. Seria bacana também acompanhar o outro lado da história.
Ponto extremamente positivo para localização. Se em Mortal Kombat X a dublagem acabou não agradando tanto, desta vez não há o que reclamar. O time escalado conta com nomes renomados do cenário brasileiro. Tem até algumas brasilidades legais.
A história é muito boa, digna de um filme de ação de Hollywood, apesar de não causar muitas surpresas. Variando entre 5h a 6h, dá uma conclusão digna para os acontecimentos.
Estratégico, suave e mortal
Mas é na hora que o pau quebra que o jogo mostra todo seu potencial. O visual é belíssimo, quiçá um dos mais belos jogos de luta da geração. A jogabilidade é precisa e a sonoplastia, irreparável.
MK11 mantém aquele mesmo esquema: geralmente a combinação de três botões produz os principais golpes e a fórmula “intimidade com personagem + treino constante” resulta em desempenhos mais satisfatórios.
Entretanto, ainda que tenha preservado a essência, as nuances estão bem diferentes dos antecessores. Primeiro porque este é bem mais cadenciado, mais equilibrado.
Se você saltou direto do X – sem passar por Injustice 2 – para o 11 vai ser surpreendido com a movimentação e com os comandos. Eles mudaram. Aquela combinação infalível não funciona mais. É preciso reaprender tudo.
O gameplay está bem encaixado e será um processo de aprendizado saboroso. Daqueles que você sente em suas mãos – literalmente – o progresso. O frescor dos golpes é o que há de melhor neste Mortal Kombat.
Mudanças ainda nos “especiais”: saem de cena os X-Ray e entra o “Fatal Blow”. Um golpe fulminante, ativado com os gatilhos, quando sua barra de energia está abaixo de 30%. Cada lutador só pode usá-lo uma única vez durante a luta. Bem útil para provocar uma reviravolta ou mesmo liquidar com o oponente.
Fechando a lista de alterações, estão as barras. Você pode amplificar um determinado ataque queimando uma barra ofensiva ou usando uma defensiva para escapar de uma investida implacável. O uso desta última é muito mais estilosa e vem com movimentos novos.
É notório como MK11 se tornou mais estratégico. Para se acostumar a essa nova pegada, as opções de treino se mantém agora bem distantes daqueles tutorias enfadonhos do passado. É uma passagem obrigatória – e prazerosa.
Depois de pegar o jeito, você terá à disposição modos como as Torres Klássicas, as Torres do Tempo – similar ao já visto em Injustice 2 -, Krypta, partidas online de vários tipos e as opções locais.
O leque de personagens também agrada. Claro, sempre haverá espaço para uma ou outra contestação, mas a lista de selecionáveis está bem encaixada. São 25 opções – incluindo Shao Khan – e todos são bem diferentes. Vale experimentar vários até encontrar um estilo ou preferência.
Kustomizações avançadas
O jogo também pega emprestado de Injustice 2 o sistema de customização. Vencendo partidas e trocando suas moedas, você consegue personalizações de variadas formas. Desde vestimentas até estilos de luta. Com isso, você pode moldar seu personagem favorito ao seu bel prazer, se não gostar da sua opção “padrão”.
Mas isso não vem de graça. MK 11 implementa o modo Krypta – que balança perigosamente entre “interessante” e caça-níquel. Nele você controla um personagem em terceira pessoa e pode abrir baús ao custo de moedas e coletar itens. Cada baú pode trazer, aleatoriamente, diferentes prêmios.
O problema disso é a economia do jogo. Existem quatro tipos monetários diferentes: Moedas, Fragmentos de Almas, Corações e os Krystais do Tempo. Os três primeiros abrem baús – em escala de raridade – e o último é uma moeda “Premium”, difícil de conseguir no jogo, mas disponível para compra na PS Store.
No fim, isso se torna um famigerado esquema de tentar empurrar, sutilmente, os jogadores para compras in-game. Acaba por gerar um pouco de frustração e tornar muito mais complexo algo que não precisava ser criado. Como um loot box com outra roupagem.
Outro ponto em desfavor do título é sua necessidade de conexão à Internet, mesmo em modos single-player.
Falando em conexão, temos os modos online. Você pode ir para partidas casuais, entrar em salas, criar as suas, se aventurar em partidas ranqueadas e até ligas! São opções bem robustas. Até momento todas funcionam bem.
Até rolou alguns problemas de balanceamentos nas Torres do Tempo – com dificuldades exagerada e recompensas pouco valorosas -, mas isso foi ajustado e está bem melhor neste momento.
O mais Mortal
Mortal Kombat 11 cumpre suas altas expectativas. Vem com uma brutalidade jamais vista na série, impulsionada pelo impressionante visual, jogabilidade muito apetitosa e progressiva, o modo treino (que vale nova menção pela qualidade) e uma campanha construída com todo know how da NetherRealm.
O jogo leva alguns sopapos no seu sistema econômico, regrado à moedas. Ainda falta alguns lutadores importantes no cartel – um ponto mais pessoal de cada jogador – e exige conexão à Internet.
Mas os dissabores ficam para traz quando você aplica um primeiro Fatality. Acredite, é muito gratificante humilhar seu adversário com este tipo de golpe. O jogo é um dos melhores jogos de luta já feitos…no PS4 ele reina absoluto no momento.
Veredito
Mortal Kombat 11
Sistema: PlayStation 4
Desenvolvedor: NetherRealm
Jogadores: Até 2 (localmente)
Comprar com DescontoVantagens
- Visual de altíssimo nível
- Jogabilidade refinada
- Violência ao estilo MK
- Variedade de modos
- Treinamento formidável
Desvantagens
- Muitas moedas
- Faltam personagens klássicos
- Campanha previsível