Cassiodora: vale a pena?

Estúdios brasileiros vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado de videogames e consolidando uma boa fase na indústria. O último grande lançamento brazuca de 2022 será Cassiodora, shoot’em up da Void Studios que oferece boas doses de desafios.

Inspirado em grandes clássicos do gênero, como Cotton, Parodius e Forgotten Worlds, o título mostra potencial e oferta uma jogatina bem divertida, principalmente no cooperativo local para até três jogadores.

O MeuPlayStation teve a oportunidade de jogar Cassiodora nos últimos dias. Mas será que o game proporciona uma experiência que justifique o tempo gasto? É o que veremos na análise a seguir!

Cassiodora diverte, mas não se sustenta até o fim

Em um primeiro contato com Cassiodora, a impressão que fica é a de uma receita genérica de jogos mobile. Pouco tempo após dominar os controles, o gameplay começa a se mostrar mais divertido do que parece e prende a sua atenção — até certo ponto, pelo menos.

Você poderá escolher entre Agni, Colden ou Luken antes do início das missões. Cada um deles é especialista em um poder elemental — fogo, gelo e raio, respectivamente. A trama, que não tem grandes surpresas, gira em torno do trio indo salvar a princesa Cassiodora do maligno feiticeiro Kenzar.

No início da aventura, o druida Faramix, braço direito do rei, concede aos heróis um par de asas mágicas e poderes elementais para ajudá-los em seus propósitos. Sim, cada um deles pode usar os três elementos. Isso funcionou bem no game design, pois há várias interações que demandam a sua atenção para acertar sequências de golpes específicos.

Na jornada para salvar a princesa Cassiodora, você deverá desbravar sete regiões (desbloqueadas conforme a progressão) e completar 35 fases com um estilo de arte feita à mão e recheadas de desafios.

A arte é bem peculiar: ao mesmo tempo que parece simples até demais nas primeiras rodadas, tem momentos que ela impressiona — como na área do vulcão, onde há ondas de magma e monstros flamejantes. É um aspecto do jogo cheio de altos e baixos.

Cada uma das áreas do mapa possui suas próprias características. No cemitério, por exemplo, há vários esqueletos, fantasmas e outras criaturas com padrões de ataques distintos. Esse é um ponto positivo, visto que você constantemente precisa se adaptar ao ritmo de cada uma das sete fases principais.

Outro ponto positivo de Cassiodora são os puzzles, mas é uma pena que sejam tão pouco explorados. Citando um como exemplo, em um momento você precisa organizar figuras geométricas para formar uma imagem completa.

Para isso, é necessário usar os seus três poderes para girar os cristais. São tarefas simples, mas faz o jogador pensar um pouco para superar os desafios — e só o fato de te fazer “quebrar a cabeça” ocasionalmente ao invés de só esmagar botões é algo positivo. No entanto, novamente, pouco aproveitado.

Além disso, chega um ponto da jogatina onde a experiência vira refém do próprio gênero, pois o gameplay começa a ficar bem repetitivo. No começo é até legal quando você pega o jeito, mas a reta final parece que não acaba nunca — por mais curto que o título seja.

Cassiodora: vale a pena?

Os interessados em Cassiodora precisam ter em mente que se trata de uma aventura rápida — com cerca de quatro horas (ou até menos) já é possível completar as 35 fases. Além disso, considere os aspectos levantados acima, principalmente os altos e baixos da arte e do gameplay.

Outro ponto que pode pesar na decisão de compra é o modo cooperativo local para até três jogadores. É um aspecto bem positivo e divertido, já que você e outros dois amigos precisarão superar os obstáculos juntos — afinal, já viu alguma jogatina local ser chata?

Porém, considere que há muita poluição visual ao jogar com mais duas pessoas. Os desafios aumentam e, consequentemente, a quantidade de informação na tela também — às vezes chega a ser até um pouco bagunçado.

Cassiodora será lançado para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC no dia 15 de dezembro. Talvez, valha a pena dar uma chance ao game, especialmente por se tratar de um produto brasileiro, não?