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Crawl: É Indie Mas…

Rise From Your Grave!

por Hugo Bastos
Crawl: É Indie Mas...

A biblioteca de jogos do PlayStation 4 está recheada por jogos que são extremamente divertidos e interessantes. Mas que, por um motivo ou outro, passam despercebidos pelos jogadores. Seja pelos gráficos ou sua proposta diferenciada, que precisa ser experimentada antes de ser julgada, muitos são subestimados. Crawl é, definitivamente, um deles.

Uma história muito minimalista, onde o jogador encarna um personagem preso em uma masmorra gerada aleatoriamente. Para sair de lá, precisa “ficar mais forte” e derrotar monstros e a besta-fera guardiã do local, para poder escapar.

Gráficos pesadamente pixelados, jogabilidade divertida e foco na diversão cooperativa local (um fator que está se tornando comum nos dias de hoje) fazem deste um título a definitivamente não deve ser menosprezado. Diversão garantida, com boas doses de caos e desordem.

  • Jogo: Crawl
  • Desenvolvido por: Powerhoof
  • Distribuído por: Powerhoof
  • Onde encontrar: Aqui (R$ 45,90 – Sem opção de Cross-buy)

Rasteje para Escapar

A narrativa do jogo é feita, a medida que cada partida se inicial. Um grupo de dois a quatro aventureiros está perdido dentro de uma masmorra. Esta é gerada aleatoriamente, dependendo do monstro a ser adorado pelos personagens. Presos, estes devem tentar escapar, mas somente um pode sair com vida.

Então, o caos é instaurado. Em uma batalha de todos contra todos, apenas um sai vitorioso. Mas os outros três continuarão no campo de batalha, como inimigos. E estes, agora, deverão controlar monstros, armadilhas e itens do cenário, para que aquele que conseguir exterminar o ser vivente possa recuperar sua humanidade, e tomar seu lugar.

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Uma vez morto, você se torna um espectro, e sua missão é assombrar a vida daquele que continuar vivo. Fonte: Captura de Tela.

Com isso, o jogador deve avançar pelas salas, derrotar os monstros que são invocados pelos outros personagens (sejam eles controlados pelo jogo, ou por outros jogadores reais) e evoluir. Ao chegar ao nível 10, terá poder suficiente para abrir o portal, e derrotar o guardião para, então, poder escapar.

Apesar disso, esta parte do jogo é dispensável. A diversão real não jaz na história “elaborada”, mas no fato de como a jogabilidade do jogo se desenrola. E esta é, de fato, a verdadeira jóia deste título.

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Evolua, derrote o guardião, escape. Simples assim. Fonte: Captura de Tela

Entre Monstros e Humanos

A jogabilidade de de Crawl é simples. Apenas dois botões são necessários, e não há combinações complicadas de comandos. Todos os ataques são feito com apenas um botão, e o outro serve para ativar o especial, que varia conforme os itens comprados pelo personagem, enquanto humano.

Já ao se transformar em monstro, o jogador tem acesso a diversos tipos de investidas. Pode possuir objetos, armadilhas e fazer surgir bolhas de veneno para atacar o personagem atualmente vivo. Mas o mais importante são os pentagramas. Eles permitem invocar monstros poderosos.

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Ao ativar os pentagramas, o jogador terá acesso a um monstro aleatoriamente escolhido dentre aqueles destravados. A escolha depende da criatura a ser adorada. Fonte: Captura de Tela.

Tudo acontece muito rápido. Cada partida dura, em média, 20 a 40 minutos. Nesse meio tempo, o jogador evolui, ficando mais forte (como humano), ou desbloqueia novos monstros (como espectro). Os elementos de RPG tradicional permeiam o jogo, mas de forma sutil, visto que, ao final de cada partida, tudo volta ao seu estado inicial.

Talvez este seja um ponto negativo. Não há uma evolução real. Claro, o jogador pode simplesmente ignorar o portal para o guardião, e continuar evoluindo, mas não há sentido nisso. Ambos, “ser vivente” e espectros, evoluem ao mesmo tempo. Mas isso serve apenas para conquistar troféus e destravar as entradas da “Gruta”.

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O sistema de evolução de Crawl é interessante. Ser vivente e espectros evoluem por igual. Fonte: Captura de Tela.

Lorde Caos e Mestre Ordem

O jogo não possui localização em português. Isto, por si só, já seria o suficiente para afugentar aqueles que não possuem domínio da língua inglesa. Mas isso pouco importa. Aliás, a localização é completamente irrelevante. Uma vez dentro da arena, tudo com o que os jogadores deverão se preocupar é com o caos desgovernado que se desenrola.

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Possuir armadilhas. Invocar monstros. Todos contra um. E que comecem os jogos! Fonte: Captura de Tela.

As batalhas são ao estilo “todos contra um”. Aquele que matar o jogador vivo recupera sua humanidade, e torna-se o novo alvo. Nesse meio tempo, os outros estarão se certificando que sua vida seja o mais curta possível.

Estratégias podem surgir daqueles que estão tentando se tornar o mais novo “ser vivente”. Amigos se tornam inimigos em um piscar de olhos, visto que aquele que antes era seu espectro companheiro, agora é seu oponente vivo. Tudo é extremamente divertido e viciante.

Um jogo como poucos. Uma mistura de “Streets of Rage” com Zelda, turbinado. Os gráficos podem parecer bastante ultrapassados. Mas este é a verdadeira intenção do jogo: uma sincera homenagem aos grandiosos jogos de arcade dos gloriosos anos passados.

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O objetivo final de todo jogador de Crawl. Fonte: Captura de Tela.

A Calmaria para Mais Uma Tempestade

Como dito antes, este é um jogo que pode ser facilmente ignorado. Mas que possui uma profundidade e conteúdo como poucos jogos independentes hoje em dia.

Além do divertidíssimo modo de jogo, os seus desbloqueáveis vem na forma de entradas na Gruta (chamada de “Vault”). É possível ver os registros de armas, inimigos e itens coletados. E para os monstros desbloqueados, ainda há os desafios disponíveis.

E por falar em desafios, aqueles que gostam de colecionar platinas não ficarão desapontados. Troféus desafiadores farão a alegria dos jogadores, e agregam ainda mais valor ao título. Título este que tem como real ponto negativo não contar com um modo de jogo online.

Agora, com licença, que tenho que exterminar mais alguns amigos meus.

VEREDITO: É Indie Mas… É Legal (E extremamente divertido!)

O que é bom:

  • Modo cooperativo extremamente divertido;
  • Jogabilidade simples e viciante;
  • Homenagem sincera aos jogos do passado;
  • Narrativa da história imersiva (o narrador passa, realmente, uma sensação de desespero);
  • Trilha sonora condizente com a proposta do jogo

O que não é bom:

  • A evolução do personagem não é contínua;
  • Jogar sozinho é bom, mas não agrada por muito tempo;
  • Falta de modo online.

Para quem jogou e gostou de:

  • Rogue Legacy;
  • Streets of Rage 2;
  • Jogos do gênero MOBA.
Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.