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Kojima revela que Snake era “caladão” em Metal Gear por dificuldade técnica

Todo mundo conhece o Solid Snake como o espião durão, frio e com frases de impacto de Metal Gear, mas...

por Thiago Barros
Kojima revela que Snake era

Todo mundo conhece o Solid Snake como o espião durão, frio e com frases de impacto. Mas, segundo o próprio Hideo Kojima, essa personalidade “forte, silenciosa e estilosa” no primeiro Metal Gear (1987) não veio de uma decisão criativa genial — foi, na real, um limite técnico.

Em um ensaio recente publicado no site da revista japonesa An An (via Automaton), Kojima relembrou o cenário da indústria em 1986, quando entrou no mundo dos games:

“Os jogos ainda não falavam. Os personagens não tinham vozes.”

Além disso, ele destacou que não havia suporte para kanji — aqueles ideogramas complexos do japonês — nas plataformas da época. Com isso, os diálogos eram escritos inteiramente em katakana, um dos alfabetos fonéticos japoneses. Pode parecer detalhe, mas um texto inteiro em katakana soa estranho e é difícil de ler, como se um jogo em português fosse todo em letras maiúsculas e com palavras estrangeiras.

Metal Gear teve adaptação importante

E por que não usar kanji? Simples: memória insuficiente e telas de baixa resolução, como as do MSX2 e NES, que não conseguiam exibir ideogramas complexos com tanta clareza. Katakana era mais simples, direto e, claro, principalmente legível.

A solução? Fazer de Snake um herói que fala pouco. Não por estilo… por necessidade.

Mas claro, isso mudou com o tempo. Quando Metal Gear Solid chegou no PS1, Snake finalmente ganhou voz e personalidade falada — entregando frases dignas de um 007 ou de um Lupin III. E assim nasceu o Snake que a gente conhece hoje. Resumindo: o homem virou lenda, mas começou quietinho por causa da tecnologia da época. E às vezes, o silêncio fala mais alto mesmo.