Sega x Nintendo de novo: Sonic 4 e Zelda estrearão nos cinemas na mesma semana

Uma rivalidade que marcou época nos anos 90 nos videogames está prestes a voltar com tudo, agora nos cinemas: Sega x Nintendo.

Quando a data de lançamento do filme live-action de The Legend of Zelda, algo que os fãs da Nintendo sempre esperaram e enfim vai sair do papel, com ajuda da Sony, foi divulgada nesta sexta-feira (28), pareceu apenas mais um dia aleatório, especialmente por ser daqui a dois anos.

Mas, se pararmos para pensar um pouquinho, 26 de março de 2027 é bem significativo por um motivo curioso.

Dois meses atrás, a Sega, que sempre foi vista como uma arquirrival da Nintendo, especialmente nos anos 90 quando seus principais personagens, Mario e Sonic, eram ícones dos consoles que elas vendiam (Nintendinho, Super Nintendo contra o Sega Genesis, conhecido no Brasil como Mega Drive), revelou a data em que Sonic 4 chegará às telonas.

Adivinhem só: 19 de março de 2027 – exatamente uma semana antes do dia escolhido pela Nintendo para Zelda.

Coincidência? Pode até ser, mas certamente a história fica muito mais legal se a gente imaginar que pode ter sido intencional, né?

Sega x Nintendo: Isso é rixa antiga, amigo!

Como diria o lendário Galvão Bueno, isso é rixa antiga, amigo!

E começou assim: no final dos anos 80/início dos anos 90, a Nintendo tinha aproximadamente 90% do mercado de videogames.Esse domínio era tão significativo que a empresa representava 10% do lucro total do Walmart nos EUA. Com esse poder, a Nintendo impôs restrições severas às desenvolvedoras, limitando-as a lançar no máximo cinco jogos por ano para o NES e exigindo exclusividade de dois anos para seus títulos.

Além disso, a própria Nintendo controlava a fabricação e distribuição dos cartuchos, estabelecendo preços e quantidades disponíveis no mercado. Até que a Sega resolveu lutar contra isso.

A empresa adotou táticas de marketing ousadas nos EUA. Uma das campanhas mais notórias foi o slogan “Genesis does what Nintendon’t” (“O Genesis faz o que a Nintendo não faz”), destacando supostas superioridades do Mega Drive (conhecido como Genesis nos EUA) em relação ao NES de 8 bits. Essa abordagem agressiva, embora considerada antiética no Japão, foi fundamental para aumentar a participação da Sega no mercado.

Com o lançamento do Super Nintendo Entertainment System (SNES) em 1991, a competição entre as duas empresas se intensificou. A Sega respondeu reduzindo o preço do Mega Drive e incluindo Sonic como jogo padrão, uma estratégia que impulsionou suas vendas.

No total, o SNES vendeu cerca de 49,1 milhões de unidades, enquanto estimativas apontam que o Mega Drive alcançou aproximadamente 41,4 milhões de unidades. No Japão, a Nintendo levou a melhor, mas nos EUA, em 1994, a Sega alegava deter 55% do mercado de consoles de 16 bits nos EUA.

Mas a competição durou pouco, porque a Sega enfrentou desafios devido a decisões controversas, como a introdução de periféricos como o Mega-CD e 32X. Além disso, a complexa arquitetura do Sega Saturn dificultou o desenvolvimento de jogos, e a ausência de um título principal do Sonic afetou sua popularidade. No começo dos anos 2000, a empresa deixou o mercado de consoles após a descontinuação do Dreamcast em 2001.

A Nintendo, por sua vez, fez um sucesso absurdo com o Nintendo 64 e continuou sua trajetória com os videogames passando pelas duas gerações do Wii U e chegando, em 2017, ao Nintendo Switch, que inovou e tornou-se mais um fenômeno de vendas da empresa. Seu sucesso, o Switch 2, será lançado ainda neste ano.