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David Cage não está confiante com a próxima geração de consoles

Ele não acredita que 8K e Ray Tracing possam ser usados ao mesmo tempo nos próximos games.

por Raphael Batista
David Cage não está confiante com a próxima geração de consoles

O fundador da Quantic Dream, David Cage, diz estar empolgado com o futuro da indústria de videogames. Em entrevista ao DualSHOCKERS, o diretor falou sobre a próxima geração de consoles e o uso do streaming de jogos em plataformas como o Google Stadia.

Ele acredita que o recurso “mudará as regras do jogo”. A funcionalidade vai permitir uma maior acessibilidade para jogadores e produtores em uma melhor tecnologia em qualquer hora ou lugar.

O gameplay na nuvem é a próxima revolução na indústria, e espero ser um cenário competitivo. Os jogos estão cada vez melhores em diferentes plataformas, e desse forma, os produtores precisarão focar apenas em uma plataforma, o que significa o direcionamento do dinheiro para qualidade em vez de compatibilidade.

O produtor também tem boas expectativas para o Google Stadia. O console é uma forma entrar neste novo formato. No entanto, a empresa responsável pelo projeto possui a missão de convencer as desenvolvedoras e publishers sobre como a plataforma é única. Cage enfatiza: “O conteúdo é rei: quem tiver mais exclusivos, ganha.”

Streaming e próxima geração de consoles

O diretor também aproveitou a oportunidade para comentar sobre a próxima geração de consoles. Ele destaca que os novos hardwares são promissores “com um poder de CPU melhor e com melhorias na física e IA”. No entanto, ele alerta sobre o perigo dos fãs não  conseguirem enxergar o quadro geral.

Cage ressalta “como os parâmetros são interligados” um com o outro em relação aos aprimoramentos prometidos para os consoles. Então, melhorar uma parte do hardware somente faz sentido se as outras partes também são melhoradas proporcionalmente. Um exemplo disso é a resolução em 8K.

Um alto nível de resolução pode ser alcançado somente se outros requisitos também forem preenchidos, como o usuário ter uma televisão 8K. Além disso, se a resolução em 8K for atingida, é improvável que o Ray Tracing seja um recurso presente no mesmo jogo. É também preciso pensar na capacidade de memória e armazenamento. Ou seja, são vários fatores interligados que não podem ser desassociados.

Analisamos o cenário atual e consideramos que poucos estúdios vão optar pelo 8K porque isso vai exigir muitos compromissos com a qualidade geral do jogo. O Ray Tracing será tão custoso ao desempenho que, provavelmente, veremos apenas nos títulos Full HD durante a primeira geração de jogos.

Para Cage, as novas plataformas precisam ter conteúdos exclusivos para serem bem-sucedidas. Ele acredita em um futuro otimista, com títulos criativos e originais. “Mais do que tecnologia, são os jogos que fazem nossa indústria avançar.”, finalizou.