“Phantom Liberty é melhor história que já contamos”, diz Paweł Sasko

“No fim das contas, como designer, Phantom Liberty eu acho que é a melhor história que já contamos”. Esta frase é de Paweł Sasko, diretor da CD Projekt RED que trabalhou tanto em The Witcher 3 quanto em Cyberpunk 2077, em entrevista exclusiva ao MeuPlayStation na gamescom latam 2024.

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E é claro que tudo começou com a guinada que a versão 2.0 de Cyberpunk 2077 trouxe para o jogo, depois de muito trabalho da equipe. E é óbvio que ele, e todos da empresa, sabiam da importância de dar a volta por cima.

Nosso time trabalhou de forma incessante para alcançar isso. E, é claro que foram eles que nos pediram para lançar o jogo como estava inicialmente, mas a nossa diretoria também nos deu essa liberdade para melhorar. Eles só nos pediram: deixem isso como deveria ser. Foram cerca de três anos de patches. E é claro que fica muito mais difícil trabalhar assim, depois de o jogo já ser lançado, porque existe um feedback que não para dos jogadores. É muito mais complexo.

Segundo Sasko, o principal ponto era garantir, depois de todas as correções, um “ritmo” ideal para o jogo. Uma mescla entre narrativa e gameplay dosada de forma equilibrada. Algo já presente no jogo base, porém ainda melhor na expansão.

O trabalho dos nossos designers é de juntar esse lado dos personagens com o ritmo do jogo. Porque se você tem muitas cutscenes e não tem gameplay, fica chato. E se só tem gameplay, mas sem foco na história, também parece raso demais. Eu acho que em Cyberpunk temos um ritmo bacana, mas em Phantom Liberty acho que acertamos perfeitamente. Quando você tem uma expansão, você já tem muita coisa, então pode construir em cima disso. Por isso, acho que conseguimos acertar tanto. Sabíamos da expectativa dos jogadores, que era tão grande quanto a do lançamento do jogo base, e dessa vez a equipe pode se dedicar a entregar o produto como deveria ser.

Lançado em setembro de 2023, o DLC Phantom Liberty tem média 89 no Metacritic e é considerado um dos melhores conteúdos pós-jogo já feitos na história dos games.

Phantom Liberty e as estrelas de Hollywood

Algo que marcou bastante Phantom Liberty foi a presença de Idris Elba, astro de Hollywood que se juntou a outra superestrela dos cinemas, Keanu Reeves, que fez sucesso no jogo base. Como foi trabalhar com estes gigantes?

Com Keanu, já tínhamos trabalhado no Cyberpunk original, e foi bem legal que ele participou até de um bate-papo com os fãs no Reddit, onde muita gente o elogiou. Então, trouxemos Idris para o Phantom Liberty. Tínhamos uma ideia de que queríamos ter Keanu de novo, mas sabendo que Idris iria chegar, começamos a pensar em como equilibrá-los. Keanu realmente queria ter um papel legal no jogo, e não é comum ter pessoas desse calibre no que você faz, né? Então garantimos que isso acontecesse. Demos a ele um papel de verdade na história. Com Idris, a ideia era ter carisma, performance, e ele é bastante interessado em novas tecnologias e em democratizar os filmes, usando ferramentas como a Unreal. Ele veio ver como nosso trabalho funcionava e foi um casamento perfeito. O equilíbrio foi ótimo.

Certamente, foi uma experiência incrível estar envolvido em um projeto deste tamanho, e agora Pawel Sasko tem um desafio ainda maior. Afinal, ele será o responsável por dirigir nada mais, nada menos, do que a aguardada sequência de Cyberpunk 2077. Nada mal, não?

* Entrevista por Raphael Batista.