Episódio de Bill e Frank em The Last of Us não é “filler”, diz Craig Mazin
Produtor diz que muita gente não gostou apenas por relacionamento gay e reforça o tema do amor na série
O terceiro episódio da série de The Last of Us, que conta a história de Bill e Frank, gerou reações intensas na internet. Houve quem amasse, houve quem odiasse. E os motivos para ambos os lados são bem variados. Mas Craig Mazin, produtor-chefe da obra, acredita que as críticas vieram, em grande parte, pelo fato de o capítulo abordar um relacionamento homoafetivo.
Em entrevista ao Indie Wire, Mazin revelou que acredita que esse foi o principal fator para as avaliações negativas, não o fato de ele trazer modificações significativas em relação ao jogo ou de ser visto como um filler – algo que, aliás, ele discorda veementemente.
“Muita gente não gostou porque, você sabe, é gay. E aí essas pessoas tentam inventar alguma outra desculpa para dizer o motivo. Uma das reclamações que vi foi sobre ser um filler, que não avança a história. E eu penso que avança a história mais do que qualquer outro, porque não é sobre o enredo, é sobre o personagem. A carta de Bill para Joel move o resto do seriado”, comentou.
Segundo ele, o capítulo toca no assunto principal de The Last of Us – jogo e série – e que já foi dito algumas vezes por Neil Druckmann, “o amor”. Tudo o que ele pode causar, de positivo e negativo, é o cerne das histórias de Joel, Ellie e companhia. Inclusive, da temporada 2.
“Eu pensei, e penso nisso quando falamos da próxima temporada. Não precisamos inventar novos temas. Tem muito a ser explorado aqui. Porque o amor é o problema. Não gostamos de pensar assim, mas é. As chances de que façamos algo lindo e admirável pelo amor é muito grande, mas também é enorme de fazermos algo terrível ou cruel, porque não temos nenhum controle do mundo”, destacou.
Para Mazin, Joel não faz uma escolha no fim de The Last of Us
O desfecho da série, e do primeiro jogo, inclusive, é uma prova disso. Joel escolhe Ellie e não o mundo. Ou melhor, “escolhe”. Afinal, para Craig Mazin, a decisão é muito mais instintiva do que racional, obviamente. E o culpado disso é ele: o amor.
“O amor em si é imoral, porque não segue regras. Joel não faz uma escolha. Se ele acha isso, é uma ilusão. Algo dentro dele entra em ação. Quem vê a cena e debate sobre isso, entende. É uma experiência intrínseca, é uma condição. Acho que o debate é bacana, porque tem uma série de opiniões diferentes, mas para mim é uma condição. É natural. Está fora dos limites morais”, completou.
The Last of Us da HBO foi um enorme sucesso e vai retornar para uma segunda e eventual terceira temporadas. No entanto, ainda não há informações sobre quando isso acontecerá.