Beijo, psicóloga e mais: elenco comenta estreia da Season 2 de The Last of Us
Em entrevista à Variety, integrantes de The Last of Us falaram bastante deste primeiro capítulo
Cinco anos se passaram desde que Joel tomou uma das decisões mais controversas da televisão — e dos games. Agora, a segunda temporada de The Last of Us começa com um clima mais calmo na superfície, mas carregado de rachaduras emocionais por baixo. Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) vivem em Jackson, uma cidade murada e relativamente segura, comandada por Tommy (Gabriel Luna) e Maria (Rutina Wesley).
Mas nem tudo são flores. Joel ajuda na expansão da cidade e tenta parecer ocupado. Ellie treina tiro, combate, e faz patrulhas pela região com outros jovens, incluindo Jesse (Young Mazino) e Dina (Isabela Merced), sua melhor amiga e possível algo a mais. Mas o silêncio entre Joel e Ellie diz mais do que qualquer conversa: eles mal se falam, e a culpa o corrói. E o elenco e os responsáveis pelo show falaram sobre tudo isso em entrevista à Variety.
E, claro, se você ainda não assistiu, evite seguir neste artigo.
Em uma das decisões criativas do episódio, a série mostra Joel tentando lidar com a distância emocional de Ellie de um jeito inesperado: indo à terapia. A cena entre ele e Gail (Catherine O’Hara) é um duelo de palavras que vira um tiroteio emocional. Quando ela se abre sobre a morte do marido, dizendo com brutal honestidade que o odeia por isso, Joel finalmente explode em silêncio, e solta apenas o que consegue: “Eu salvei ela.” E sai andando.
Craig Mazin, co-criador da série de The Last of Us, descreve a impactante cena como um tipo de ação dramática: “É engraçada até deixar de ser. Eu queria que fosse como um tiroteio emocional — uma troca crua, direta, sem escapatória. Duas pessoas expondo o que mais evitam dizer.”
Enquanto o mundo tenta seguir em frente, Ellie começa a viver um novo tipo de tensão: a do coração. O episódio mostra a aproximação entre ela e Dina de forma sutil, com nuances de dúvida, medo e descoberta. A sequência do baile de Ano Novo em Jackson é praticamente retirada quadro a quadro do jogo Part II — e o primeiro beijo das duas é tão carregado de emoção quanto de nervosismo.
“Ellie acha que Dina é hétero, que tá com o Jesse… Ela tá morrendo de medo de estragar tudo”, contou Bella Ramsey. “Então quando Dina dá o primeiro passo, Ellie ainda tá tipo: isso tá mesmo acontecendo?”
Novos infectados e novo cenário em The Last of Us
Durante uma patrulha, Ellie cai em um supermercado abandonado e encontra um infectado diferente. Em vez de correr como um maluco, ele se esconde, espera, observa. Esse comportamento mais inteligente — quase estratégico — adiciona uma camada nova de tensão à série. “A gente queria mostrar que as ameaças também evoluem”, disse Mazin. “Não é só dificuldade de game. É mostrar que talvez ainda exista algo humano ali, mesmo que trancado num canto.”
O nível de detalhe da cidade de Jackson impressiona até quem trabalhou nos jogos. A produção construiu boa parte do cenário em Minaty Bay, no Canadá, recriando casas, lojas e até cafés com uma fidelidade absurda. “Eu entrei numa loja e era literalmente o Joel ali. A jaqueta, o copo, tudo igual. Foi como entrar numa simulação”, contou Halley Gross, co-roteirista da série e do jogo Part II.