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De The Witcher a Cyberpunk: diretor da CDPR explica a transição

Paweł Sasko falou com o MeuPlayStation na gamescom latam e destacou como foi sair de The Witcher 3 para Cyberpunk 2077

por Thiago Barros
De The Witcher a Cyberpunk: diretor da CDPR explica a transição

Sair de uma série de fantasia com espadas, monstros e em terceira pessoa para algo em um futuro cheio de tecnologia, armas e em primeira pessoa. Uma transição que não deve ser nada fácil para quem está desenvolvendo jogos. E foi isso o que a equipe da CD Projekt RED passou para lançar Cyberpunk 2077 como seu projeto depois de The Witcher 3.

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E o líder dos times, Paweł Sasko, diretor da empresa, falou, em entrevista exclusiva ao MeuPS na gamescom latam, sobre os desafios, mudanças, inspirações e intenções por trás desta guinada tão importante na história da CDPR.

Realmente queríamos fazer algo diferente. Sabíamos que só cresceríamos, de verdade, como um estúdio, se fizéssemos algo bastante diferente. Não dava para ser algo no mesmo estilo de The Witcher. Isso foi uma coisa, outra foi o fato da paixão de muitos devs da equipe. Cyberpunk 2020 foi muito popular na Europa, muitos de nós jogamos, então isso nos motivou. Fez muito sentido para nós, entramos em contato com o criador e acabou se criando uma situação bastante interessante.

Sasko lembra que as alterações foram em praticamente todos os aspectos, não só “na câmera”. A própria Engine, por exemplo, foi feita quase do zero, segundo ele. E, mais do que isso, o trabalho de construção do mundo é totalmente diferente.

Foi incrível fazer a transição de The Witcher para Cyberpunk. Mudamos a Engine, fazendo uma quase do zero. Mudamos a perspectiva, de terceira para primeira pessoa. A imersão, com você sendo V, era o que queríamos passar, e foi fundamental ter essa perspectiva. Foi uma grande decisão para nós. Tudo é realmente muito diferente, também na parte técnica, como a questão de ter que trabalhar em mais detalhes de texturas, por exemplo, ou métricas das coisas no ambiente. As ruas, os objetos, os carros, tudo isso. Foi um longo processo para fazer tudo isso direito.

Hoje, depois de todos os percalços, Cyberpunk 2077 tem uma posição respeitável no Metacritic, com nota 86. The Witcher 3, por sua vez, é considerado uma obra-prima, com 92 – em um raríssimo caso onde a nota é igual nas análises da imprensa e do público. Cyberpunk, por exemplo, tem 71 do público.

The Witcher é “mais simples” do que Cyberpunk

Segundo o desenvolvedor, Cyberpunk deu muito mais trabalho para fazer do que The Witcher, devido à variedade de plataformas e o próprio estilo de jogo.

Além disso, Cyberpunk é um shooter, enquanto The Witcher é melee. Foi outra grande mudança. Construir essa experiência de combate foi um desafio totalmente diferente. Bem maior e muito mais complexo. The Witcher é muito mais simples. Além disso, lançamos o jogo em sete ou oito plataformas, e cada uma delas precisa de determinadas tecnologias, como o que a gente fez no Steam Deck. Eu amo jogar no Steam Deck, mas foi um trabalho customizado para ele. É um enorme desafio.

Apesar das dificuldades, valeu a pena. Sasko diz que o resultado final de Cyberpunk 2077 é exatamente pelo que tanto ele e sua equipe trabalharam.

Perspectiva, Engine, equipe, storytelling, carros, tiros, perspectiva… Tudo isso tem que funcionar junto. Quando eu penso sobre isso, as vezes, o quanto mudamos isso, o quanto foi tudo passo a passo, eu fico impressionado e surpreso. Mas foi uma experiência fantástica. É claro que o começo foi difícil, fomos muito criticados, e com razão, mas queríamos muito que isso melhorasse, trabalhamos muito, e no fim das contas foi tudo muito divertido. Especialmente porque agora a versão 2.0 realmente entregou o que precisávamos. 

Especialista em design de missões e história, Sasko é um grande apaixonado por seus jogos e pelo processo que leva até eles. E agora está à frente do próximo projeto ousado da CD Projekt RED: a tão esperada sequência de Cyberpunk 2077. O que será que ele está cozinhando?