Death Stranding não é um ‘walking simulator’, diz Kojima
Kojima também falou do sistema de 'likes' de Death Stranding.
Hideo Kojima defendeu Death Stranding do que alguns podem chamar de “walking simulator”. O lendário desenvolvedor precisou lembrar que assim como aconteceu em Metal Gear Solid, as pessoas vão precisar jogar o novo game para entenderem bem de que gênero o game se trata.
Kojima começa afirmando que o novo título colocará restrições no gameplay, tal qual acontece na vida real. Em outras palavras, não espere poder carregar infinitos itens.
Em qualquer jogo, você pode carregar quantos itens quiser, mesmo em Metal Gear, não tinha limite. Claro que não podemos fazer isso na vida real, certo? Você deve escolher uma garrafa ao subir uma montanha. É por isso que o coloquei no jogo; muitos jogos descartaram esse tipo de regra. Desta vez, se você está em um rio, poderá ser puxado pela correnteza, isso acontece na vida real.
O criador de Death Stranding também disse que o conceito de ‘mundo aberto’ realmente se aplica no título, ou seja, Sam Bridges (Norman Reedus) poderá ir a qualquer lugar, sem qualquer limitação.
Outra coisa sobre Death Stranding é que você pode ir a qualquer lugar no mundo. É um mundo aberto. No passado, mesmo em jogos de ‘mundo aberto’, existiam limitações e você não podia ir além. Existiam vales onde você não poderia ir. Mas neste jogo, você pode ir para qualquer lugar.
Hideo Kojima lembrou depois, dos primeiros testes de Death Stranding. Sua equipe não estava entendendo bem o game, mas não demorou para se acostumarem e perceber o quão divertido pode ser caminhar pelo mundo do jogo.
Você pode estabelecer rotas e você gosta de saber que poderá ir adiante. Neste jogo, penso que não ninguém vai entender se apenas disser isso, mas assim que começá-lo, simplesmente caminhar por ele é divertido. O que eu percebi é que, quando monitorava as sessões de teste, mesmo dos funcionários, eles não entenderam isto à primeira vista. Mas quando começaram a jogar, caminhar se tornou muito divertido.
Finalizando, Kojima brinca com o termo ‘walking simulator’, lembrando-se quando apresentou um jogo stealth. Ele acredita que como Death Stranding será um novo gênero, avaliações realmente pertinentes vão demorar a aparecer.
Agora vão todos dizer: ‘É um walking simulator’! Foi o mesmo quando apresentei um jogo stealth. Se 100 pessoas o jogarem e 100 pessoas disserem que é divertido, significa que o gênero ou o jogo já existem. Mas este é um novo gênero, tal quando o stealth chegou, existirão pessoas que não o entenderão. Levará tempo até as verdadeiras avaliações chegarem.
Kojima fala do sistema de ‘likes’ de Death Stranding
Durante a TGS, a Kojima Productions deu uma amostra do que será o multiplayer de Death Stranding. Uma das novidades será o sistema de ‘likes’, que os jogadores poderão distribuir uns as outros, como normalmente acontece nas redes sociais. Por exemplo, se um player encontrar uma escada colocada em um penhasco, ele poderá ir até o objeto e deixar seu joinha.
Hideo Kojima comentou sobre isto em entrevista a Game Informer. Ele falou do sistema de recompensas que os jogos da atual indústria de games implementa em seus títulos. O produtor quis fazer diferente em Death Stranding, tendo até uma “grande discussão” com sua staff.
Eu tive uma grande discussão com a equipe (do game), na verdade. Em um jogo você ganha mais dinheiro, fama e recompensas, certo? Este é o sistema de jogos hoje em dia, você quer alguma coisa em troca por ter feito algo. No começo a equipe japonesa me disse: “Hey Hideo, ninguém vai entender isto. Talvez os japoneses irão”. Eu disse: “Por isso que quero que elas façam isso no jogo.” Então todos da staff me disseram: “Precisamos então dar pontos para eles, ou qualquer coisa”, mas isso seria como qualquer game normal. Então disse: “Dar ‘likes’ é sobre amor incondicional.
Depois, ele fez uma comparação entre a cultura japonesa e a ocidental para dizer como os jogadores devem esperar por uma “recompensa”.
Mas claro que você pode ver quantos likes conseguiu, então esta deve ser uma pequena recompensa. Se você usar (algo que outro player colocou no chão), um like será enviado automaticamente. Porém, você pode mandar mais, como uma gorjeta. Não quero dizer que sou brilhante por ter tido essa ideia, porque é o jeito do japonês ser: não temos gorjetas, mas você sabe quando teve um bom serviço no Japão. Enquanto que na América, os garçons dão o máximo porque esperam por uma boa gorjeta.
Por fim, Kojima disse ter descartado a opção de dar ‘dislike’ no multiplayer, pois seu jogo não é sobre negatividade. Ele vê essa ferramente como um “ataque”.
O que eu realmente quis fazer não era (ter a opção) de dar ‘dislike’. Não quero negatividade neste jogo, era uma intenção positiva quando tive esta ideia. Atualmente nos SMS e na internet existem o like e o dislike. Para mim, dislike é como um ataque. Por isto que é uma intenção positiva no jogo. Se seus objetos tem poucos likes, eles podem desaparecer, mas se ele tiver muitos joinhas, ficará lá.
Death Stranding sairá para PlayStation 4 em 8 de novembro.