Esquecido no parquinho, lendário Bloodborne completa 10 anos
Cadê o presente, FromSoftware? Desde 2015, fãs esperam pela confirmação de um novo Bloodborne, que hoje completa uma década "de vida"
O dia era 24 de março de 2015. A FromSoftware lançava um dos maiores jogos de todos os tempos e ia dormir tranquila. Sim, estamos falando de Bloodborne, o exclusivo para PlayStation 4 que rapidamente se tornou um fenômeno. Avaliações super positivas, com uma média absurda de 92 pontos no Metacritic, mais de 7,5 milhões de cópias, e dez anos de um pedido em uníssono: uma sequência (ou um remake/remaster que seja).
Uma década depois da impactante chegada do título, o MeuPlayStation exalta sua importância na história dos videogames e destaca alguns dos motivos que o transformaram em um clássico incontestável. A começar, é claro, pela sua jogabilidade inovadora e implacável, assinatura do lendário Hidetaka Miyazaki.
Enquanto os jogos anteriores da FromSoftware, como Dark Souls, encorajavam uma abordagem mais defensiva, Bloodborne exige agressividade. A ausência de escudos robustos e sua mecânica de recuperação de HP ao fazer movimentos de contra-ataque fazem com que o jogador precise estar sempre em movimento, calculando cada investida com precisão.
Além disso, a introdução de armas transformáveis adicionou uma camada extra de profundidade ao combate, permitindo estratégias dinâmicas que garantem uma experiência sempre renovada. A abordagem foi elogiada por críticos e jogadores, sendo descrita como “um dos sistemas de combate mais viscerais e satisfatórios já criados”.
Único
Outro fator essencial para o impacto duradouro de Bloodborne é sua ambientação única. Inspirado na era vitoriana e fortemente influenciado pelo horror cósmico de H.P. Lovecraft, o jogo apresenta um mundo grotesco e fascinante. A cidade de Yharnam, com suas ruas estreitas e góticas, esconde segredos obscuros que são desvendados de maneira sutil, por meio de exploração e interpretação ambiental.

O level design interconectado da FromSoftware atinge aqui um de seus pontos mais altos, garantindo que cada canto do mapa tenha uma razão de existir e uma história a contar. Críticos apontaram como o jogo “faz com que cada detalhe conte, convidando os jogadores a mergulharem em seus mistérios de forma única”.
Esse cuidado com a construção de mundo, somado à jogabilidade envolvente, resultou em um sucesso estrondoso de crítica e público. Bloodborne conquistou diversos prêmios, incluindo “Melhor Jogo Original” e “Melhor Jogo no PS4” no Golden Joystick Awards de 2015, além de levar para casa o prêmio de “Melhor Design de Jogo” no British Academy Games Awards. Aqui no MeuPlayStation, ele recebeu nota 90.
O impacto comercial também foi impressionante: em menos de duas semanas, o jogo ultrapassou um milhão de cópias vendidas, e, até o final do ano fiscal de 2020, já havia alcançado mais de 7,5 milhões de unidades comercializadas globalmente. Números que demonstram o quão relevante ele se tornou no cenário dos games.
Cadê o presente, Bloodborne?
Mas se há algo que gera frustração entre os fãs, é o fato de Bloodborne nunca ter recebido um remaster, um remake ou sequer uma sequência. Enquanto outros títulos da FromSoftware foram revisitados ou ganharam continuidade, o universo de Yharnam permanece intocado desde 2015.
A ausência de uma versão otimizada para PlayStation 5 ou de uma adaptação para PC é um assunto recorrente entre jogadores e entusiastas, que há anos clamam por melhorias técnicas e novas experiências dentro desse universo sombrio. Rumores sobre uma possível remasterização ou sequência circulam frequentemente, mas até agora, nenhuma confirmação oficial foi dada. Infelizmente.
Mesmo assim, Bloodborne continua sendo uma das obras mais impactantes da última década. Seu legado está presente em diversos jogos subsequentes, e a paixão da comunidade prova que o impacto não foi passageiro. Resta agora a esperança de que, em algum momento, esse universo extraordinário receba a atenção que merece e que os ecos de Yharnam voltem a assombrar as novas gerações de jogadores.