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Um ano da compra da Activision pela Microsoft: o que mudou nesse tempo?

Acordo de mais de US$ 68 bilhões trouxe mudanças significativas para a indústria

por André Custodio
Um ano da compra da Activision pela Microsoft: o que mudou nesse tempo?

Movimento que parou a indústria, a compra da Activision pela Microsoft completou um ano neste mês. O acordo, avaliado em US$ 68,7 bilhões, trouxe transformações significativas no cenário de jogos, com mudanças nos setores AAA e nos de menor orçamento.

A fusão com a dona do Xbox foi marcada por polêmicas que cercaram entusiastas, desenvolvedores e executivos mesmo antes de ser formalizada. Dúvidas, disputas judiciais, brigas na internet e muito mais — por bastante tempo, não se falava em outra coisa.

E agora, que a compra da Activision pela Microsoft fechou seu primeiro ciclo anual, como estão as coisas hoje? Quais perspectivas essa negociação pode deixar para os próximos meses? Acompanhe nesta matéria um breve resumo sobre o assunto.

Um grande passo para a Microsoft

Com a aquisição, a Microsoft se tornou uma das maiores publicadoras de jogos, incorporando franquias como Call of Duty ao seu portfólio. No entanto, a integração não fugiu de desafios, e mesmo antes muito foi questionada sobre uma exclusividade da franquia.

Brigas travadas judicialmente, a fim de garantir a aprovação do acordo, colocaram Sony e Microsoft frente a frente, com o “lado azul” mencionando prejuízos à comunidade e aos lucros caso os futuros jogos de tiro não fossem multiplataforma.

Entidades teriam compreendido as palavras do ex-chefe da PlayStation, Jim Ryan, e condicionaram a fusão à oferta de Call of Duty em todos os consoles compatíveis, mesmo por um breve intervalo de tempo. Assim, as empresas chegaram a um acordo de dez anos.

Fechamento de estúdios e ondas de demissões

A compra da Activision pela Microsoft ocorreu após o fim da pandemia, mas seguiu um movimento que já estava afetando fortemente a indústria: demissões e fechamentos de estúdios. Com isso, a dona da Xbox anunciou que faria parte dos cortes.

A decisão afetou cerca de 1.900 funcionários em suas divisões de jogos, incluindo Activision Blizzard, ZeniMax e Xbox. Esses cortes também resultaram no fechamento de estúdios como Arkane Austin e Tango Gameworks.

hi fi rush
Fonte: Tango Gameworks

Enquanto a Arkane vinha do fracasso em Redfall, a Tango Gameworks, conhecida por trabalhar em excelentes franquias (como The Evil Within), estava em uma crescente com Hi-Fi Rush. Mas isso não foi o suficiente para deixá-la aberta.

Felizmente, apesar do estúdio de Dishonored ter sofrido o sacrifício, a companhia fundada por Shinji Mikami viu uma luz no fim do túnel. A Krafton, de PUBG e The Callisto Protocol, comprou a desenvolvedora e prometeu ressuscitar Hi-Fi Rush.

Mudanças em cargos centrais e fim de exclusividades

Além disso, houve mudanças significativas na liderança, com a saída de executivos importantes como Mike Ybarra e Allen Adham, e a nomeação de Johanna Faries como presidente da Blizzard.

A Microsoft também expandiu a disponibilidade de seus jogos, levando títulos exclusivos do Xbox para outras plataformas como PlayStation e Switch, e incorporando jogos da Activision Blizzard ao Xbox Game Pass, aumentando o valor do serviço de assinatura.

Sea of Thieves chegou ao PS5 com aclamação total e apareceu entre os mais vendidos na PS Store ainda em sua pré-venda. Enquanto isso, Pentiment, Grounded, Hi-Fi Rush também tiveram versões para os consoles da Sony.

Atualmente, a Bethesda trabalha em Indiana Jones e o Grande Círculo, que foi anunciado como exclusivo de Xbox Series e acabou sendo confirmado para PS5. DOOM: The Dark Ages também será multiplataforma, com estreia prevista para 2025.

indiana jones
Fonte: Bethesda

Rumores também indicam que mais exclusivos da Xbox chegarão ao PlayStation. Boatos mencionam as franquias Gears of War, Forza e Halo, assim como Blade também chegou a ser citado em algum momento.

Compra da Activision pela Microsoft traz nova tendência

Financeiramente, a aquisição contribuiu para um aumento na receita de jogos da Microsoft, embora as vendas de consoles Xbox tenham sofrido consideravelmente devido a estratégias de hardware.

A empresa continua a investir em sua presença no mercado de jogos móveis e a explorar novas oportunidades para expandir seu alcance, especialmente no sentido de games via nuvem e plataformas de serviço.

A compra da Activision pela Microsoft trouxe mudanças profundas, tanto positivas quanto desafiadoras, que continuam a moldar o futuro da indústria de videogames. E não será surpresa se ouvimos mais sobre esse acordo nos próximos anos.