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Saros: o que significa o nome do próximo game da Housemarque?

Novo game dos criadores de Returnal está recheado de mistérios

por André Custodio
Saros: o que significa o nome do próximo game da Housemarque?

Recém-anunciado pela Housemarque, Saros é um título exclusivo de PS5 programado para chegar em 2026. Seu trailer chamou a atenção dos fãs de Returnal, especialmente por conter algumas referências, como o conceito visual e a proposta cósmica.

Mas você já ouviu falar do nome “saros”? Não, não é algo relacionado a vilão de filme ou qualquer coisa que o valha; é um ciclo astronômico que acontece a cada 18 anos, 11 dias e 8 horas — ou, pra ser exato, 6.585,32 dias.

Esse período é tipo um relógio do universo: quando ele “toca”, eclipses solares e lunares voltam a acontecer quase do mesmo jeito. E o mais impressionante? Ele já era usado há milhares de anos pra prever esses eventos no céu.

A origem do saros

A história do saros começa na antiga Babilônia, com um povo que vivia de olho nas estrelas. Eles chamavam esse ciclo de “sāru”, ou “um monte” na língua deles, e usavam pra organizar o caos dos eclipses.

Séculos depois, em 1686, o astrônomo inglês Edmond Halley deu uma renovada no nome. Ele pegou a ideia de um dicionário bizantino, o Suda, que falava de um ciclo dos caldeus, e o transformou na chave pra entender quando o Sol, a Lua e a Terra estarão juntos.

Na prática, o saros é um espetáculo com regras próprias. Um eclipse solar atual, por exemplo, volta daqui a 18 anos e uns dias, mas aparece em outro canto do planeta, cerca de 120° mais para o oeste.

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Fonte: Reprodução

Já os lunares podem até aparecer no mesmo lugar, caso você tiver sorte de ver a Lua no céu. É por causa desse padrão que astrônomos, desde a antiguidade, conseguem dizer: “Olha, dia X vai ter eclipse!”

E como isso funciona? O saros junta três ciclos da Lua: o das fases, o da órbita em relação ao Sol e o da distância da Terra. Quando esses três alinham, haverá um eclipse. Não é à toa que até hoje os cientistas usam pra planejar observações.

Por via de curiosidade, o próximo saros completo está logo ali, e os fãs de astronomia já estão de olho no céu. Pra 2025, anote: dia 29 de março tem eclipse solar parcial visível em partes do Brasil. Não é o ciclo inteiro, mas já é algo que vale a pena observar.

E qual a relação do saros com o próximo jogo da Housemarque?

Em Saros, você controla Arjun Devraj, um Soltari Enforcer que deve explorar o planeta Carcosa, uma colônia perdida sob o peso de um eclipse sem precedentes. Esse conceito já reforça a ideia do evento cósmico, podendo oferecer pistas da narrativa e da mecânica.

No game, cada morte de Arjun remodela o mundo. Isso já lembra o ciclo do saros na vida real, onde os alinhamentos de Sol, Lua e Terra se repetem com pequenas mudanças. No jogo, o eclipse que ameaça Carcosa poderia seguir um padrão parecido, como se o planeta estivesse preso num “saros cósmico” próprio.

A cada vez que Arjun morre, o eclipse avança ou recua um pouco, alterando o terreno, os inimigos e até as pistas sobre o que ele procura. É como se o evento fosse uma espécie de maestro invisível dessa dança entre morte e renascimento, guiando o caos que Arjun enfrenta.

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Fonte: Housemarque

Enquanto isso, na história, ele poderia ser um mistério antigo que os Soltari, a facção de Arjun, tentaram dominar. Talvez essa colônia perdida tenha sido abandonada por mexer com forças além do controle — tentar usar o ciclo do eclipse pra algo grandioso, mas deu tudo errado.

Arjun, então, chega pra buscar respostas: quem ele procura (um amigo, um familiar?) pode estar ligado a esse experimento fracassado. Nesse ponto, o eclipse não seria algo apenas puramente visual; ele é o gatilho que bagunça Carcosa, trazendo monstros e mudando tudo a cada “ciclo de morte”.

Já na jogabilidade, o saros poderia dar um toque único ao estilo roguelite da Housemarque. Diferente de Returnal, onde você recomeçava do zero, em Saros suas mortes te deixam mais forte com upgrades permanentes.

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Fonte: Housemarque

Isso casa com a ideia do evento: cada ciclo traz uma repetição, mas com um twist. Talvez a cada 18 mortes (um número simbólico), o eclipse atinge um pico, liberando um chefão ou revelando um pedaço chave da história. O mundo remodelado reflete o avanço desse ciclo, com áreas novas abrindo ou antigos caminhos se fechando e te forçando a adaptar sua estratégia.

E o nome “Saros” pro jogo? Não é coincidência. Além de soar atraente, ele amarra a ideia astronômica e cíclica à que Arjun vive. O eclipse nefasto é o vilão silencioso, e o saros é o ritmo que dá vida àquele planeta hostil.

Vale lembrar que essas são apenas meras especulações baseadas na origem da palavra. Dessa forma, elas podem se concretizar no futuro, ou não.

E o que você acha? Faz sentido essa teoria sobre o game? Comente!